Capítulo 54. Então elfos são assim?

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Após terminar o assunto sobre os elfos que estão aqui, o rei decidiu que iria comigo até meu quarto, e nos ficamos em silencio praticamente o resto do caminho inteiro.

Eu tinha uma dúvida da qual eu queria perguntar sobre, mas não sabia como fazê-lo de forma natural. Então eu decidi que o melhor a fazer seria jogar verde.

"é verdade que uma princesa de outro reino está vindo para cá?"

"como você ficou sabendo sobre isto?"

"eu li em um jornal."

"... estranho, eu tinha certeza que essa era uma informação secreta. Mas já que você já sabe, não tem por que eu me esquivar. Sim, isso é verdade. A princesa Amanda Asthel Voridia está no reino junto a seu tio, Cicero Asthel Voridia."

"eles estão aqui para algo importante ou é apenas uma visita diplomática qualquer?"

"quando se envolve a realeza, nenhuma visita pode ser considerada sem importância. Não quero lhe deixar preocupada atoa, mas sendo realista... acho que tempos turbulentos nos aguardam."
quando o rei falou aqui ele me pareceu realmente preocupado com algo do qual eu sabia que ele não me contaria em detalhes.

Após essa breve conversa eu tive certeza de que Amanda estava nesse reino como uma convidada oficial, isso significa que aquele seu discurso sobre evitar uma guerra deve ser verdade também.

Enquanto eu pensava sobre o que fazer a seguir, uma empregada veio a minha porta avisar que já era a hora do almoço.

Então eu coloquei uma camisa branca de mangas longas e gola alta, uma saia que descia até a panturrilha e uma sapatilha branca com detalhes em azul claro.

Eu desci as enormes escadas do castelo em direção a mesa principal onde todos pareciam estar esperando a mim.

A rainha me encarava com o seu típico olhar de desgosto, mas não falou nada pois o rei estava aqui presente.

Yulla, como de costume estava com a boca cheia de algum doce que lhe deram antes da hora da sobremesa.

Mikayil e Hyuan conversavam entre si sobre algo do qual eu não conseguia ouvir ao longe.

E sentados do outro lado da mesa, um grupo de 3 elfos me encarava com curiosidade.

Eles eram como uma cópia um do outro, com exceção de suas características faciais e o tamanho de seus corpos, eles eram a exata semelhança.

Todos com uma pele tão branca quanto a neve, e longos cabelos de mesmo tom finos como seda.

Era difícil distinguir onde seus cabelos começavam e suas testas acabavam.

Seus olhos eram verdes tal como as folhas no dia mais quente do verão.

Eles usavam roupas que pareciam longos panos amarrados por outros panos menores, essa vestimenta me lembrou muito as típicas roupas indianas estereotipadas que se encontra em filmes.

Mas diferente da variedade de tons que os indianos adoram, as roupas eram do mesmo tom de verde com detalhes em ouro no tecido, como se aquilo fosse algum tipo de uniforme.

"deus abençoe ao reino e a sua família real."
eu me curvei perante a rainha, os príncipes e o rei antes de me juntar a mesa.

"Dahila! Irmã. Por que não avisou que já havia chegado!?"

"eu estava um pouco cansada então preferi ficar em meu quarto até a hora do almoço. Desculpe."

"...se esse era o caso então não tem o que fazer. aqui, prove um desses."
eu ainda não havia sentado, mas comi aquele biscoito que Yulla praticamente enfiou na minha goela.

Após terminar de mastigar, eu olhei para os elfos pois pretendia cumprimentá-los antes de se sentar. E assim eu o fiz.

"é um prazer conhecê-los. Eu me chamo Dahila, sou uma das princesas deste reino, filha do duque Augustus."

Eu pude ouvir a rainha resmungando bem baixinho a palavra "filha" com tom de desdém, como se questionasse a verdade desse fato.

Mas eu a ignorei pois eu parecia ter sido a única a ouvir aquilo, afinal todos prestavam atenção nos elfos que diziam.

"o prazer é todo nosso, senhorita Dahila. Eu me ."

Eram nomes muito estranhos, e até mesmo difíceis de pronunciar.

"nosso reino não possui títulos de nobreza como "princesa", "duque" ou qualquer outro. Fora o rei, aos olhos da lei todos são iguais. Então você não precisa ser tão cordial conosco."

"ser educada com visitantes vindos de tão longe é apenas natural, mesmo que não sejam membros da nobreza."

segundo o rei, com exceção de Takurat, nenhum outro elfo falava a língua usada nesse reino. Mas ninguém do nosso lado poderia entender a língua élfica que é descrita como sendo complexa demais.

Desde que eu cheguei aqui eu percebi que a língua falada no reino de Ghahia é algo que eu nunca havia escutado.

Para mim soava como uma mistura estranha entre russo e italiano, eu não entenderia nada do que diziam para mim se não fossem pelas memorias que Dahila já tinha em seu corpo.

Exatamente por essa ser uma língua estranha, eu fico curiosa para saber como é a tal língua dos elfos. O que poderia ser mais complexo do que essa língua de Ghahia que todos chamam de "Ghahiano."?

"nós não sabíamos que a senhorita se faria presente durante nossa estadia. Se soubéssemos então teríamos lhe comprado um presente como fizemos para a senhorita Yulla."

Yulla olhou para mim sorrindo enquanto mostrava a linda pulseira de ametistas em seu braço.

"sendo sincera, esse tipo de acessório não é algo que eu costumo usar com frequência. Eu agradeço a intenção, mas poder compartilhar desta refeição junto a pessoas de culturas tão diferentes já melhor do que qualquer joia poderia ser."

Takurat abriu um sorriso contentem e me respondeu com sinceridade em seus olhos.

"fico feliz em ver que a senhorita compartilha do mesmo pensamento que nos."

Apenas nos dois estávamos conversando a mesa enquanto todos os olhos se voltavam para nós. mas diferente da família real e de Yulla, o rei e sua filha não entendiam uma palavra se quer usada nessa conversa.

E por isso o rei perguntou na língua élfica.

"o que essa coisa minúscula lhe falou para que um ranzinza como você abrisse um sorriso destes?"

Eu pensei que ficaria surpresa ao ouvir alguém falar em élfico. Mas não tinha como eu prever isso.

No momento em que o rei abriu a boca para falar, ele claramente soltou palavras em português.

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