Second capther

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No jantar naquela mesma noite, Sirius anunciou que estenderia sua viagem até o fim da semana ao invés de ir embora depois do seu último compromisso na manhã seguinte, a comoção de seus familiares foi a esperada, seus pais deram o mesmo sorriso imperceptível de sempre, seus tios e suas primas o olharam torto pois sabiam que Sirius tinha um rancor natural por estar próximo de seus parentes, mas Regulus quase saltou da cadeira dando espasmos animados:

— Eu também tenho um comunicado a fazer! Sirius, eu estou demasiadamente feliz que você vai ficar! — disse Regulus, se levantando com um dos sorrisos mais encantadores do mundo, como uma criança ganhando doces — Eu estou noivo!

— O que?! — perguntou Narcisa, prima de Regulus e Sirius, o queixo caído.

Começara se um murmúrio alto esperando explicações, Walburga era a única que não conseguia pronunciar uma sequer palavra de tanto assombro, suas mãos finas largaram os talheres e ela tossiu, silenciando a todos, respirando ofegante bebericou um pouco da taça com suco de uva:

— Sério, querido? — e tossiu mais uma vez.

— Sim! Ela se chama Pandora e é a mulher mais incrível que já pude conhecer! Eu iria trazê-la para conhecê-los no fim de semana, mas só iria falar quando Sirius fosse embora para que ele não se chateasse.

Sirius preferiu não participar do tema durante o jantar, sorriu para o irmão mais novo e terminou sua refeição completamente calado. Sirius estava orgulhoso do irmão mais novo, passara tanto tempo da vida escondido devido ao fato de que seus pais achavam que ele era doente e esta noite se provou de que não era... Mas havia outra pessoa doente nessa mesa.

Quando o sol surgiu do lado de fora da janela de Sirius, ele se sentia ainda mais cansado de quando foi dormir e muito mais cansado do que na noite anterior, parecia que quanto mais ele dormia, mas os pesadelos o atormentavam... O problema era essa casa, essa casa era torturante.

Sirius acordou cedo para conhecer o professor Lupin antes que Regulus chegasse em sua aula, tomou um banho rápido, se trocou colocando uma roupa que mostrava simpatia (de acordo com a revista de moda que a última garota que ele dormiu adorava), se perfumou e vistoriou seu cabelo por alguns minutos. Sabia que Regulus sequer se arrumava para sua aula, apenas levantava e trocava o pijama, então ele ainda não devia ter se levantado.

Ao adentrar a sala de estudos, o homem já estava ali, quase cinquenta minutos adiantado. Lupin olhou para a porta, sua expressão passiva e tranquila, como se sua mente fosse vaga e silenciosa.

Sirius aproveitou aqueles segundos que Lupin finalmente o olhou para apreciar a feição do professor, os cabelos brilhavam alguns leves fios grisalhos conforme o sol tocava em sua cabeça, e seu rosto, com três largas cicatrizes que atravessavam o rosto e raspavam o pescoço, seus olhos eram acinzentados e perdidos, profundos como nuvens cheias de água, prestes a cair uma tempestade.

Lupin era perfeito, Lupin era perfeito da cabeça aos pés.

Lupin era magia...

— Sr. Black — chamou o professor, Sirius sorriu —, precisa de alguma coisa?

— De você... — murmurou Sirius em um tom quase inaudível, Lupin engasgou.

— O que?!

— De ver você tocando! — corrigiu Sirius, arregalando os olhos. Lupin estava com o rosto muito corado, desviou o olhar de Sirius e tornou a remexer suas partituras.

— É um prazer saber que você gostou da melodia — disse Lupin, quebrando os segundos silenciosos que se permaneceram no quarto de estudos.

— Eu não gostei — exaltou-se Sirius, agora finalmente invadindo o quarto e se jogando na poltrona, exasperado —, eu nunca ouvi nada que pudesse ser tão fascinante, Sr. Lupin! Eu nunca pensei que alguém poderia me encantar tanto, Sr. Lupin!

The Melody Of The HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora