Capítulo 05

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Acordo com o barulho do despertador, pego meu celular que estava sobre o criado mudo, vejo as horas e confiro a data e é fim de semana então decido fazer um tour pela cidade começo acompanhando minha mãe ao trabalho, seguindo o seu conselho já que para ela, a melhor maneira de conhecer a cidade era mergulhar em sua rica história e não tinha lugar melhor para isso que o museu. 

Chegamos cedo ao museu onde minha mãe trabalhava. Sua sala estava abarrotada de documentos e arquivos empilhados,mas era simples, parecia com ela, luzes fracas e as paredes com tons pastéis exatamente como ela gostava.Ela me convidou para sentar em sua mesa depois me entregou uma folha de papel repleta de atividades planejadas para a semana no museu. Diferentemente dos eventos em nossa cidade natal, o museu de Salem se dedicava a apresentações de época e exposições de roupas e objetos históricos.

A primeira excursão estava marcada para às 8:00 da manhã, o que nos deixava meia hora para explorar. Após um breve passeio pela sala da minha mãe, eu me despedi e segui em direção à entrada do museu. Lá, deparei-me com um grupo de pessoas que se reuniam, aparentemente, turistas curiosos. Decidi juntar-me a eles.

O clima estava ameno, embora algumas pessoas ainda vestissem casacos para se proteger do frio matinal. Em pouco tempo, uma mulher vestindo o uniforme na cor azul que combinava com o ambiente do museu apareceu e se reuniu com todos nós. Formamos uma fila e seguimos em direção à porta de madeira, dando início à nossa excursão guiada.

Entramos em um salão com uma atmosfera misteriosa. Era escuro, com uma roda vermelha iluminada no chão, várias cadeiras dispostas em círculo e cenários com figuras enigmáticas no andar superior. Eu esperava que as figuras ganhassem vida e realizassem atuações relacionadas à história, mas, para minha surpresa, eram apenas bonecos de cera habilmente caracterizados. Uma locução começou a narrar a história de pessoas condenadas por bruxaria, criando um ambiente arrepiante.

Em seguida entramos em um salão onde um guia nos contou sobre o papel das bruxas no passado. A história mais marcante era a de uma bruxa que causara a morte de muitas pessoas e animais, lançando uma maldição sobre a cidade antes de ser capturada e executada. Essa parte da visita despertou minha curiosidade, e eu estava totalmente envolvida na narrativa.

Após cerca de meia hora explorando, a excursão chegou ao fim. Na saída, passamos pela lojinha do museu, onde uma variedade de roupas e objetos históricos estavam à venda. Eu não resisti e comprei um copo com a inscrição "EU FUI NA CASA DA BRUXA."

Antes de voltar para casa, decidi dar uma volta pela cidade. Ao cruzar a rua, deparei-me com uma estátua de um dos caçadores de bruxas, notavelmente bem preservada. Ela estava sobre uma base de pedra, e sua presença imponente chamava a atenção de todos que passavam por ali e alguns turistas aproveitavam para tirar fotos.

Depois de admirar a estátua, continuei meu passeio e passando em frente a uma antiga igreja. Através das portas entreabertas, pude ver fiéis em profunda concentração em suas orações e imagens religiosas. Um padre passou rapidamente, vestindo sua batina branca.

Nunca fui muito ligada à religião, então continuei meu caminho até o centro da cidade, no chão era possível ver uma linha vermelha percorrendo as calçadas da cidade que levam diretamente aos pontos históricos, galerias de arte e atrações culturais. Eu ando por uma dessas linhas até chegar em uma rua repleta de lojas, por ser outubro, muitos comerciantes já decoram suas lojas para os dias das bruxas, as folhas que caem das árvores por ser outono formam um tapete dourado, emprestando cor às calçadas e aos paralelepípedos. Os turistas animados estão por todos os lugares, trazendo uma sensação acolhedora ao local.

Por ser manhã entro em uma cafeteria, o cheiro de canela e chocolate fazem minha boca salivar, os móveis de madeira escura, janelas adornadas com vitrais e talheres de prata combinam perfeitamente. A decoração refletia bem a herança colonial da cidade, criando um ambiente aconchegante e acolhedor, logo sou atendida faço meu pedido, tentando parecer uma turista curiosa, e o garçom, prestativo, anota com um sorriso. Escolho uma mesa junto à janela para apreciar melhor o movimento da rua. Pouco tempo depois, meu pedido chega: uma xícara fumegante de chá de ervas de outono, com notas de maçã, canela e cravo. É exatamente o que eu precisava - uma bebida reconfortante que se harmoniza perfeitamente com a estação. Acompanhando, pães de abóbora frescos, levemente tostados, servidos com manteiga de maple e pequenas panquecas de mirtilo, fofinhas e deliciosas, cobertas com xarope de bordo puro e chantilly caseiro. Cada bocado é uma explosão de sabores divinos.

O aroma de café fresco pairava no ar enquanto eu saboreava a última mordida do delicioso café da manhã na aconchegante cafeteria de Salem. Distraída, meus olhos percorriam a rua movimentada quando, de repente, avistei Cassius chegando de bicicleta e a deixando no bicicletário em frente à cafeteria. Ele adentrou sem me notar, dirigindo-se diretamente ao balcão.

De onde eu estava, consegui ouvi-lo conversando com um homem, que parecia ser o dono do estabelecimento. Cassius, então, varreu o ambiente com os olhos até me avistar.

— Elara! — Ele exclama, visivelmente surpreso, e vem em minha direção. — Que surpresa te encontrar aqui.

Engulo um pedaço de panqueca para poder responder.

— Vim tomar café da manhã. E você? O que faz por aqui? — Pergunto, curiosa.

Cassius responde como se fosse óbvio. — Como assim? 

Enquanto nos encaramos, um senhor aparentando mais de cinquenta anos com um bigode no rosto e cabelos crespos se aproxima de Cassius e o abraça pelo braço

— Bom dia, senhorita. Está apreciando a comida?

— Sim, é simplesmente divina, a melhor que já provei. — Respondo, sorrindo satisfeita. O homem parece contente e comenta: — Espero que meu filho não esteja incomodando. — Ele diz, dando um tapinha no ombro de Cassius, que sorri em resposta.

— Pai, esta é Elara, nossa nova vizinha.

— É um prazer conhecê-la. Desculpe por não tê-la convidado para um jantar ainda, mas estamos sempre ocupados. — Ele diz estendendo a mão para mim e eu retribuo o seu gesto.

— Não se preocupe, está tudo bem.

— Bom, filho, vamos deixar a moça aproveitar o café em paz. Você tem muitas entregas para fazer.

— Com certeza. — Cassius diz, enquanto acompanha com o olhar seu pai indo em direção a bancada do estabelecimento, então dirigindo o olhar para mim : — Nos vemos depois Elara.— E vai até o balcão, pega as entregas e sai.

Eles parecem animados e, embora tenham partido tão rapidamente quanto chegaram, parecem ser pessoas genuinamente boas. Volto minha atenção para o café e saboreio cada pedaço, apreciando cada mordida como se fosse um presente dos deuses. Depois de terminar eu pago a refeição, me despeço do pai de Cassius e saiu, vou em direção a outros pontos turísticos da cidade, quando percebo já estou novamente em frente ao museu, mas ao invés de entrar decido ir a praça que tem ali perto, ficar sozinha na natureza é algo muito prazeroso para mim.




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