7

13 3 13
                                    


Enquanto eu me concentrava na leitura, a atmosfera ao meu redor começou a mudar. Logo, Cassius, Joy e Sam se juntaram à minha mesa. Joy deu um sorriso caloroso.

— Como vai, Elara? A literatura está te desafiando? — Ele perguntou.

Fechei o livro por um momento e sorri. — Sim, é um desafio. Esse tipo de leitura nunca foi minha preferida.

Sam, com sua típica descontração, pegou uma batata frita do meu prato. — Não se preocupe, Elara. Todos nós já passamos por isso. Você vai pegar o jeito.

A conversa tomou um rumo mais animado quando começamos a falar sobre a festa de Halloween marcada para a próxima semana na cidade. Risadas e discussões sobre fantasias preencheram o ar.

— Será incrível! Mal posso esperar para ver as fantasias de todos — disse Sam, empolgado.

Cassius trouxe um lembrete menos festivo. — E não se esqueçam das provas na mesma semana. Vai ser um malabarismo, mas tenho certeza de que conseguiremos.

— O que você e sua família estão preparando para o concurso de decoração este ano, Cassius? — Joy perguntou.

— Vocês irão ver. Não posso dizer porque é surpresa, mas tenham em mente que essa competição já é nossa.

— Ouvi dizer que vocês têm concorrência este ano — Ao ouvir as palavras de Joy Cassius  o olhou com desdém e Joy, que riu alto.

Enquanto nos divertíamos, notei alguém observando nosso grupo de longe. Ele parecia familiar, mas eu não conseguia lembrar de onde o conhecia. Ele desviou o olhar quando nossos olhos se encontraram.

Curiosa, apontei na direção dele. — Quem é aquele? — perguntei a Cassius.

Todos olharam na direção que eu apontava, e notei uma expressão de cautela em seus rostos.

— Aquele é Lysander. Eu não prestaria muita atenção nele, se fosse você. Falar dele é sinônimo de problemas — Cassius disse em voz baixa.

Seguindo seu conselho, retornei à conversa, mas não conseguia evitar que meus pensamentos voltassem para o jovem misterioso. No entanto, ele logo saiu da minha mente quando a aula começou. Mas na próxima aula do dia, para minha surpresa, encontro Lysander sentado na mesma mesa que a minha. Com um suspiro resignado, me sento ao seu lado, esperando pelo inevitável constrangimento. Lysander permanece em silêncio, observando calmamente a sala, até que o professor entra pela porta, trazendo consigo alguns livros. Ele distribui um livro por mesa e anuncia que precisamos formar duplas para um trabalho.

Resmungo mentalmente pelo destino ter me colocado nessa situação, mas decido enfrentá-la com o melhor humor possível. Olho para Lysander, esperando alguma reação dele. Ele me lança um sorriso confiante.

— Bem, parece que vamos ser parceiros neste trabalho — comento, tentando aliviar o clima tenso.

Lysander assente, concordando comigo. Pegamos os livros e começamos a discutir sobre o tema do trabalho. Surpreendentemente, descubro que ele é bastante inteligente e tem ótimas ideias.

Conforme trabalhamos juntos, percebo que ele não é tão assustador quanto Cassius fez parecer. Na verdade, ele é bastante gentil e atencioso. À medida que o tempo passa, começamos a nos entender melhor e a desenvolver uma amizade improvável, mas tento deixar isso escondido de Cassius ja que não quero que ele fique chateado.

Uma semana depois, nos encontramos novamente na mesma aula. Desta vez, antes mesmo de o professor chegar, Lysander se vira para mim com um sorriso no rosto.

— E aí, Elara! Como tem sido a semana? — ele pergunta, casualmente.

Fico surpresa com a naturalidade da sua abordagem e respondo com um sorriso.

— Foi tranquila, na medida do possível. E a sua?

Lysander encolhe os ombros. — Mais ou menos. Mas estou ansioso para a festa de Halloween no fim de semana. Você vai?

Percebo um cartaz na cadeira onde Lysander estava sentado, anunciando a festa de Halloween. Sorrio, surpresa com a coincidência.

— Sim, pretendo ir. Deve ser divertido.

Conversamos animadamente sobre a festa, trocando ideias sobre possíveis fantasias e o que esperar do evento, e finalmente recebemos o resultado do nosso trabalho que foi bem satisfatório, me sinto mais leve por ter conseguido passar em mais uma matéria.

O dias passaram e finalmente era dia das bruxas, eu me arrumo e coloco minha fantasia de diabinha a mesma fantasia que usei ano passado, achei que a roupa ficou um pouco justa demais, mas não tive tempo de comprar outra porque fiquei estudando para as provas. Minha estatura média faz com que meu corpo pareça mais escultural usando essa fantasia,optei por deixar meus cabelos castanhos-escuros soltos que caem em ondas suaves até seus ombros, já que meus olhos são de um verde profundo uso uma maquiagem com tons de vermelho, e preto,além de um delineador, criando uma combinação elegante,.Minha pele é pálida e só se destaca mais na cor vermelha, para finalizar coloco uma capa vermelha e um arco com pequenos chifres,Saiu do quarto e mostro a minha mãe que estava preparando doces para dar as crianças . — Uau, de onde saiu essa diabinha ? —Ela diz, me deixando envergonhada.

— Mãe está me deixando envergonhada. Vamos, ou vou chegar atrasada.

  Ao sair vejo Cassius e sua família do lado de fora de sua casa, admirando a decoração . À primeira vista, seu exterior era como um convite sinistro para os corajosos exploradores da noite. Um portão de ferro retorcido, coberto por trepadeiras negras, rangia com um som que parecia ecoar de um mundo além do nosso. Lanternas de chama trêmula iluminavam o caminho que levava à entrada, sua luz vacilante revelando formas escuras que se moviam entre as sombras das árvores. Os contornos de estátuas grotescas, corvos e lobos, emergiam dos degraus, como guardiões silenciosos de um reino proibido.

Eu me aproximo junto com minha mãe, ambas abismadas com tamanho empenho na decoração. Cassius percebe nossa aproximação e se vira para nos ver, mas permanece calado olhando fixamente, ate que seu pai fala algo: — Olá, Elara, que surpresa agradável vê-la por aqui! Você deve ser a mãe dela.— Ele diz falando para minha mãe enquanto pegava na sua mão a cumprimentando. —  Bem-vinda à nossa modesta morada assombrada. Espero que esteja gostando da decoração para o Dia das Bruxas. Por favor, entrem!

Os pais de Cassius nos recebem calorosamente e nos convidam para conhecer o interior da casa. La dentro encontramos a mãe de Cassius, ela é uma mulher alta com cabelos pretos e encaracolados, estava fantasiada de bruxa e arrumava uma mesa de doces. Enquanto nossos pais conversam e fazem amizade na sala de estar, Cassius e eu nos despedimos deles com um aceno e nos dirigimos à festa de Halloween. O ar noturno está fresco e excitante, enquanto passávamos der carro pelas ruas decoradas com abóboras iluminadas e fantasmas pendurados nas árvores e a rua esta cheia como sempre.

— Você está incrível com essa fantasia, Elara! — exclama Cassius, admirando meu traje de diabinha.

Agradeço com um sorriso e, em seguida, noto sua própria fantasia. Cassius estava vestido como um arauto do apocalipse, com uma capa escura e rasgada, botas de couro e uma máscara de crânio adornada com penas negras. Seus olhos brilhavam com entusiasmo pela festa.

— E você, Cassius, está assustadoramente convincente como um arauto do apocalipse! — comento, impressionada.

Ele ri, satisfeito com o elogio. 

A HospedeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora