VIII

157 18 49
                                    

Talvez esse seja mais um cap que eu possa dizer que seja frágil? Pra algumas pessoas.

Tw: transtorno alimentar, crise de ansiedade, automutilação.

Um abraço 🚶

'Pov xiao'

Ter chorado tanto ao ponto de ter apago e não esquecido de mais nada me deixou confuso, pensamentos como tudo o que eu fiz o jeito que eu agi e as coisas que eu falei foram... um drama absurdamente ridículo, eu não entendo o motivo de eu sempre agir como se o mundo fosse acabar, por uma coisa que... bem, com o mínimo de amadurecimento era de ser tratado como alguém normal, mas eu sou tão fudido que uma pequena coisa conseguiu fazer um estrago do caralho.

Bem, quem sabe esse problema que aconteceu foi a gota d'água pra todas as coisas que eu guardava ou esqueci por um tempo, fez transbordar, e talvez todo esse meu surto não foi somente pelo ocorrido do aether, mas sim por eu ter estado tão fudido psicologicamente que uma coisa minúscula me derrubou, eu acho que devo voltar a tomar meus remédios.

Me encontro deitado na minha cama com meu quarto cheirando a limpeza, eu dormi tão pesado ao ponto de limparem tudo? Pelos arcontes...
Não quis levantar, na realidade não quero olhar pra aether, sinto vergonha do que fiz, eu não tenho maturidade para alguém de 17 anos, isso me deixa tão envergonhado da minha própria pessoa.
Meus atos minhas ações e meus surtos são uma vergonha para mim e imagino que para meu pai, que não deve aguentar lidar com isso por anos, a cada minuto que passa eu fico pensando, por que eu sou assim?

Meus pensamentos foram quebrados quando escuto alguém entrar de fininho no quarto, não ousei me mexer nem falar nada apenas segui olhando pro meu ursinho em cima da minha cadeira, senti o peso de alguém sentar no canto da cama colocando a mão em meu ombro, somente com isso pude perceber que era meu pai, me virei calmamente para o mais velho que me olhou preocupado.

"Está melhor querido? Você dormiu umas 3 horas e não acordou por nada" - ele disse tentando ser calmo, mas percebi que estava com o olhar aflito, meu pai não merece passar por isso comigo, eu dou tanto trabalho pra ele, eu apenas afirmei com a cabeça sem dizer nada, vendo-o pegar um copo com água e me entregar, eu neguei mas mesmo assim o mais velho insistiu até eu ceder e acabar tomando um pouco da água, entregando o copo novamente me deitando na cama.

"Aether vai dormir aqui, está chovendo e o carro está sem gasolina... você o desculpou né? Ele me contou sobre, filho, me preocupo com você, olha o tanto de tempo que não te deu uma recaída assim" - ele disse colocando meu cabelo pra trás da orelha, fazendo um leve carinho no rosto, até se levantar e abrir minha gaveta pegando a receita dos remédios, bem, acho que ainda dava pra usar.

"Acho que a melhor opção seria você tomar os remédios de novo, sei que você queria parar e não gosta, mas eu conheço você e me dói ver assim eu sinto a angústia que você sente" ‐ ele disse me fazendo sentar na cama, eu realmente pensava, eu era tratado feito uma criança quando tomava remédios ou fazia algum tratamento, eu sempre fui o coitadinho que não merecia passar por isso, lógico que eu não mereço, mas piora tudo as pessoa me tratar como uma criança, como se eu fosse diferente, todos tem problemas não é?

"Olha pai você sabe que não é legal deixar remédios aqui" ‐ disse se referindo a mim e o mais velho em seguida negou me olhando ‐ "não deixarei aqui, eu vou controlar quando você toma e aonde deixarei"

Meu pai era incrível, eu o admiro por tudo o que ele faz e por ser um cara incrível, porém... me dói tanto saber que tô pesando muito sua vida, que eu tô tornando um problema, quando eu estava bem ele saia se divertia, agora sinto que estou o privando de tudo, sendo um peso no seu caminho... talvez seja destinado a ser peso no caminho de alguém, já que quando recém nasci já fui abandonado, imagino que o motivo era não ser um peso para duas pessoas que só queriam viver.

era amor?  -   XIAOETHER Onde histórias criam vida. Descubra agora