Vermelho como FOGO e cinza como a MORTE-Castiel Veilmont

IV - Minha querida assombração.

28/10/2023
Quarto de madrugada.

Foi então que depois de um tempo consegui me levantar, ainda estava tonta, mas precisava arrumar tudo oque a pessoa fez antes do meu pai chegar.

Fui dando passos longos e sem fazer barulhos até chegar na porta do porão.
Oque me surpreendeu foi...Estava tudo no lugar.

A faca, guardada igual a antes, a caixa dela no lugar, a caixa de fusíveis que eu havia deixado aberta, fechada.

Tudo no seu devido lugar.

Eu estava sonhando?? Não, isso não é possível.

A toalha que eu "tomei banho" , não tinha nem sido tirada do armário.

Mas aconteceu, o bilhete está lá de prova, não é?

Não não é, o bilhete não está mais na minha janela, e ela está totalmente aberta agora.

Que merda que tá acontecendo?!

Eu realmente estou ficando doida?! Que tipo de assombração é essa?

Eu tremia muito, eu já não pensava em contar ao meu pai, agora então.

Eu preciso me acalmar, urgentemente, cadê meu pai? Eu não vou pra escola hoje, acho que vai ser melhor.

-Calma..vai ficar tudo bem..Eu..Preciso ler um livro-Falei comigo mesma.

Sim, isso me acalma muito.

Foi assim que comecei a andar até minha prateleira de livros, vou reler A Seleção.

Suspirei fundo pegando o livro, assim me sentando novamente na minha cama, o cheiro novo de livro ainda estava forte, eu li muito rápido, e com certeza me apaixonei de primeira.

O silêncio estava instalado na casa,seria o momento perfeito para descansar, se eu não estivesse confusa.

Foi então que escutei um barulho de algo andando no corredor, fechei o livro rápido e levantei da cama sem fazer barulho, olhando para a porta.

-Maxon!! Que susto!-Era somente meu cachorro, esqueci totalmente que ele estava em casa.

Sim, meu cachorro se chama Maxon.

Peguei ele no colo, por mais que ele seja grande levei ele até a cama e voltei a ler.

Q.D.T(quebra de tempo)

Eu adormeci novamente, enquanto lia. Dessa vez acordei com uma ligação.

-Alô? Senhorita Evie?-Alguém falou.

-Sim? Quem seria?-Minha voz rouca mostrava que eu acabei de acordar.

-Somos da direção da Swett Amoris, bom dia-A pessoa fez uma pausa e parecia digitar algo no teclado do computador-Então, se lembra do desmaio da Ambre?-Oh não, não-Nessa madrugada, ela infelizmente faleceu no hospital, misteriosamente, sinto muito-Eu fiquei sem falar por 3 minutos.

-Oh...Obrigada..por, avisar..eu acho-Eu desliguei gaguejando.

Como? Não, não foi por causa do comprimido que eu coloquei na água, ele desmaia a pessoa por apenas 4 horas.

Eu voltei a tremer, eu matei alguém?! Novamente?!!

E meu pai? Onde ele está?

Maxon já não estava ao meu lado, assim me levantei tremendo e indo até a cozinha.

Eu vou ser interrogada? Eu posso ser presa??

Quando cheguei na cozinha meus pensamentos acabaram assim que escutei a campainha tocar, mas logo pela janela escutei a sirene de policiais.

Não! Isso tem que ser um sonho.

Eu não posso atender essa campainha de jeito nenhum.

Foi assim que outro som me desconcentrou novamente, uma ligação no meu celular.

-Quem..É?-Falei gaguejando quando atendi.

-Oi filha, sou eu..Abre a porta aqui-Era só meu pai, parecia.

A ligação terminou e eu fiquei um pouco mais aliviada abrindo a porta e vendo o papai.

-Pai!!-Gritei abraçando ele.

-Oi querida!-Ele me abraçou de volta-Me desculpe ficar fora sem lhe avisar

-Tá tudo bem..Oque aconteceu?-Eu tentei não me lembrar do que "aconteceu".

-Eu só tive que fazer uma viajem a trabalho, na verdade ainda estou fazendo, só vim te avisar-Meu pai estava estranho.

-Porque não me mandou uma mensagem?-Meu sorriso havia sumido.

-Porque também queria te entregar algo-O sorriso dele voltou-Aqui!

Uma caixa embrulhada de presente foi dada em minha mão, e eu sorri de novo.

-Não precisa pai! Nem é nenhuma data especial

-Depois que eu for você abre, agora eu tenho que voltar, se cuide, princesa-Ele me deu um pequeno beijo na testa.

Eu sorri fraco, eu gostava de ficar sozinha em casa, mas agora, com esses acontecimentos..

-Tchau pai! Eu te amo!!-Minha ligação com o papai era boa, sempre foi.

Ele se afastou dando tchau com as mãos, e quando ia fechar a porta, ele sussurrou algo, algo como "Me desculpe, mas isso terá de ser feito", eu acho que foi isso.

Eu fechei a porta sem sorriso nenhum agora, oque terá de ser feito?

O presente ainda estava nos meus braços, e quando me virei para ir até a sala, Maxon estava aos meus pés latindo, um latido fofo.

-Oi, pequeno!!-Eu me ajoelhei no chão fazendo carinho nele.

Chamar ele assim é até engraçado.

Maxon gostava do carinho, mas logo se afastou intrigado com a caixa em minha mão.

-Oh! É mesmo, vamos ver oque é..Vem Maxon!-Eu disse me sentando no sofá, logo meu cachorro também subiu e se deitou no meu lado.

A caixa não era tão grande, nem pesada.

Eu comecei a desembrulhar o presente animada, como uma criança, até escutar um barulho perto da porta do porão. De novo não!

Olhei para os lados antes de pegar Maxon no colo e ir até o local.

-Quem...Tá aí? Tá de brincadeira com a minha cara caralho?! Não ache que eu acreditei que tudo aquilo foi um sonho!-Eu gritei ainda com o Rottwelier no meu colo, não era de xingar palavrões, mas eu realmente estava cansada.

Depois disso, rapidamente corri até a porta do porão, mas quando cheguei, não havia nada..Era oque parecia.

Um papel jogado perto da porta.

Isso não estava aqui...Não!! Tem realmente alguém aqui?!

Eu me agachei na porta, soltando o Maxon do meu lado, que também se sentou e olhou desconfiado.

Respirei fundo e peguei o papel.

"Ela é como uma obra prima, seus olhos cor de mel e cabelo preto forte me encantam. Eu tentei avisar à ela, eu tentei dar sinais sobre oque iria acontecer, mas ela não me escutou. E eu a odeio por isso, eu a odeio, porque não paro de pensar nela, eu a odeio porque isso não deveria acontecer, eu a odeio por ela ser perfeita até abrindo a porra de um presente, o a odeio por ter que fazer ela passar por tudo isso. Mas não se preocupe, Querida Evie, eu te vinguei, eu completei seu trabalho, e agora..Você vai completar a minha vida."