V - Seus bilhetes não me assustam mais.

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28/10/2023
Em frente ao porão.

Que
Porra
É
Essa?

Quem
Caralhos tá
Fazendo ISSO?!

Não, isso não pode ser verdade. Então, aquilo foi verdade? Não foi um sonho.
Eu estava certa, aquilo aconteceu.

Meu Deus, quem me quer tanto ASSIM?
Porra, nem eu sou tão louca.

Ok, ok, eu tenho que chamar a polícia.
Não, não posso.
Não posso nem ferrando. Eu iria ser mais julgada como assasina do que vítima nessa caralho.
Como se me chamar de assassina não seria tão errado assim.

Assim o Maxon me tirou do transe que eu tinha entrado com seu latido de raiva olhando para o corredor.

-Oque foi, garoto?-Eu sussurrei, ainda tremendo.

Ele latiu mais uma vez, e assim eu tive a certeza que ele viu algo. Eu tenho que sair desse lugar.

Peguei novamente o cachorro em meu colo e fui até onde deixo as chaves.

...
Elas não estavam mais lá.

E os latidos de Maxon agora estavam ME dando medo, até escutar uma leve risada onde o cachorro estava olhando.

Eu o deixei no chão, e quando estava indo até lá, a caixa de presente que meu pai me deu caiu. Não, eu não posso me destrair.

Eu me destrai, algo acabou de quebrar a janela do meu quarto.

Corri até lá, porque essa porra tá acontecendo comigo?!

Quando cheguei não havia mais nada além de um mero bilhete.

"Você gosta de toda essa adrenalina, morceguinha? Seus livros favoritos podem dizer isso. Mas não se preocupe, você ainda viverá o Lovers do Enemies."

Uma letra como se fosse medieval, me deixou paralisada por mais 10 minutos.

Eu estava sentada em minha cama, lendo e relendo este bilhete, e assim, lágrimas em meus olhos apareceram.

Porque isso está acontecendo? Caralho.

Eu chorava alto, estava sozinha de qualquer modo. Fazia tempo que isso não me acontecia, chorar sem ter medo de ninguém me escutar.

Assim senti algo ao meu lado na cama, era somente o Maxon subindo nela. E mesmo com as lágrimas em todo meu rosto eu consegui dar um pequeno sorriso para o animal.

Mãe, oque foi que eu fiz?

Se eu não tivesse ficado com raiva aquele dia e tivesse botado aquela porra na sua bebida nada disso teria acontecido.

Não, espera... Aquela vitamina que eu coloquei na garrafa da minha mãe não foi a mesma na da Ambre, certo?!

Eu não havia parado de chorar ainda, meus olhos estavam embaçados e meu rosto extremamente vermelho, mas mesmo assim eu corri até a primeira gaveta do meu armário, eu decorei isso.

E lá estava. Eu não posso ter feito isso.

Eu REALMENTE matei a minha mãe de propósito, a mesma história da Ambre. Tudo se repetiu.

Por ciúmes, por meu pai eu fiz aquilo com minha mãe.

Meu pai.. Ele não estava nessa história, estava?

Eu não lembro, eu não consigo lembrar.

Porque ninguém esteve e está do meu lado agora para me ajudar?

Porque você não está aqui, Veilmont?

Oque? Não.

Porque esse pensamento do nada, Evie?! Eu só confundi os nomes, é só isso.

Porque você não está aqui, Dake?

Hum..

Eu suspirei e parei de chorar, meus olhos inchados, meu cabelo bagunçado, a roupa amassada, os braços e pernas doendo, e ainda mais, o caralho do bilhete na minha cama.

Os bilhetes na minha cama. O Maxon acabou de trazer o primeiro até lá.

"Morceguinha".

Quem me chama assim mesmo? Tem alguém, alguém já me chamou assim.

Eu não consigo, pensar, falar, andar sem tremer, e não consigo sair dessa casa.

A não ser que eu pule a janela que nem o Stalker idiota.

Que droga de pensamento é esse?

Porra vida, quando eu falei que queria viver um Dark Romance eu tava brincando, caralho.

Outro latido saiu de meu cachorro, ele parecia confuso, sentado em cima da cama, com a cabeça de lado e olhos pequenos.

Eu dei um leve sorrisinho ao ver, pelo menos ele estava comigo.

Me sentei novamente na cama, acarenciando sua cabeça.

Maxon se deitou de barriga para cima com o carinho, e eu continuei a fazer o carinho, mas agora naquela região.

Logo olhei para a sala quando o animal se levantou e latiu para lá, o presente ainda está caído no chão. Eu deveria abrir.

Me levantei junto do Maxon, me dirigindo até onde o presente estava, então, o cachorro se separou de mim e foi até seu pote de ração, me deixando sozinha sentada no sofá, pegando a caixa embrulhada.

Voltei a abri-la, ela já estava um pouco rasgada. E quando vi era minha fantasia de Hallowen!!

Um vestido estranho, um chapéu grande e decorado, linhas de costura e uma xícara de chá. É, é a fantasia perfeita para o Chapeleiro Maluco.

Eu posso descolorir meu cabelo..

Dei uma pequena risada com esse pensamento e logo balancei minha cabeça em negação.

Decidi experimentar a roupa, e assim fui em direção ao banheiro, eu nunca imaginei que teria medo de trocar de roupa na minha própria casa.

Quando acabei de vestir o vestido todos aqueles pensamentos acabaram, se arrumar é uma terapia.

Fiquei correndo e brincando pela a casa com o Maxon como uma criança pequena.

Na verdade eu como criança pequena não era nada assim.

Me sentei no sofá novamente cansada, respirando ofegante, com o cabelo molhado de suor e com uma bota maior que minha cabeça nos pés, eu havia a pegado do quarto dos meus pais.

Meus olhos ainda estavam inchados, mas quem liga?

Quando olhei pela janela já estava no final da tarde, eu nem olhei o horário quando acordei, deveria ser tarde, ainda mais com todos esses acontecimentos.

Mas tudo isso passou, por enquanto.

Dessa vez eu tirei a roupa na sala mesmo, e a deixei em cima do sofá. Assim fui me dirigir até o banho.

Mas quando peguei a toalha, ela estava molhada, e com isso, todo aquele sentimento de adrenalina voltou.
Porque esse sentimento não é totalmente ruim agora?

Tudo isso pode ter sido um lixo, porém me divertiu.

Eu balancei a cabeça esquecendo os pensamentos e entrei no banho, nada que um banho relaxante com a água morna não resolva.

Eu estava cantando no banho, como de costume, e dessa vez não aconteceu nada bizarro ou coisas do tipo.

Finalmente paz.

Vesti um pijama de calor confortável, desliguei todas as luzes da casa,mas quando entrei no meu quarto vi os bilhetes e a janela quebrada e os cacos espalhados por todo o local, eu não vou dormir aqui.

Peguei os papéis, já ia amassar, até suspirar fundo e pensar "Porque não..?"

Eu guardei a merda dos papéis na primeira gaveta do meu armário e assim peguei Maxon e fui me deitar no quarto dos meus pais.

A cama estava gelada, mas os cobertores me aqueceram rápido, e assim, eu adormeci, estava cedo, porém eu só precisava dormir.








Vermelho como FOGO e cinza como a MORTE-Castiel Veilmont Onde histórias criam vida. Descubra agora