Eu teria você em meus sonhos para sempre (Bruno Madrigal)

As Consequências

Sem que eu soubesse, enquanto eu repassava os sonhos, Mirabel foi encontrada oito horas após o início da busca. Ela não só voltou para casa com Alma, que estava percebendo o que ela havia feito à família, mas também com Bruno. Camilo se distraiu com os moradores da cidade que se reuniam para ajudar, quando correu até o pai.

"Papi!" Camilo disse em pânico.

"Milo, qual é o problema?" Félix perguntou.

"Tia (S/n) disse para você ir acordá-la se encontrássemos Mirabel. Eu fui pego-"

O rosto jovial de Felix ficou com medo. "Pepa! Chame Julieta, Agustín e Bruno. Dolores fique de olho em todos vocês, crianças."

Pepa correu com Julieta. Agustín e Bruno que foram informados do meu estado.

"Ela?" Julieta tinha lágrimas nos olhos.

"Papi?" — perguntou Camilo, apavorado ao ver os adultos passarem rapidamente do alívio ao terror.

"Fique aqui, Milo." Félix contou ao filho.

Os trigêmeos e dois de seus parceiros começaram a correr. Bruno foi o mais rápido de todos, saltando facilmente sobre carrinhos e evitando as pessoas que vinham em direção a Casita para ajudar nos reparos. Se alguém soubesse quem ele era, pela primeira vez Bruno Madrigal não se importou. Ele chegou primeiro em casa, percebendo que a porta da frente estava trancada e correu para os fundos. Ele abriu a porta e rapidamente destrancou a porta da frente, abrindo-a também quando Julieta, Pepa, Agustín e Félix entraram.

Bruno subiu várias escadas de cada vez e abriu a porta para me ver ensanguentado e imóvel.

Os redemoinhos de água sufocante que continuavam me puxando para baixo no sonho me impediam de respirar. De repente eu estava tremendo e consegui abrir os olhos. Respirando com dificuldade, senti cada parte de mim gritar de dor.

"Julieta!" Eu ouvi uma voz familiar gritar. Minha mente não estava totalmente desperta, tudo o que sentia era dor de hematomas e arranhões por todo o corpo.

De repente, senti mãos macias e quentes me olhando. Tentei me concentrar, mas a dor não me permitia.

"Sinto muito." Eu ouvi alguém soluçar. Por que aquela voz parecia tão familiar?

"Alguém pegue um balde d'água e uma toalha, preciso ver a profundidade dessas feridas. Ela perdeu muito sangue." Reconheci a voz de Julieta.

"Não posso perdê-la, Julie. Sei que falhei com ela como marido, mas preciso consertar isso." A voz soluçante então foi registrada em minha mente. Aquele era Bruno?

Tentei falar, mas fui calado por várias vozes. Alguém trouxe um balde para dentro do quarto e senti a água fria e a toalha roçando minha pele. Doeu e meu estado de sonolência desapareceu.

"Mierda!" Eu gritei.

"Vai doer, hermana." Julieta disse francamente. "Eu, por que você fez isso consigo mesmo?"

"Mirabel, segura?" Eu mordi enquanto ela continuava a limpar minha pele machucada.

"Hermana." Agustin entrou no meu campo de visão. "Ela está segura, todos estão seguros."

"Bom!" gritei enquanto Julieta fazia um corte delicado. Minha voz sibilou com o contato da carne machucada da minha perna.

Um conjunto diferente de passos chegou à minha porta e só ouvi um soluço estrangulado. "Eu fiz isso, eu causei isso."

Alma. Alma estava na minha casa vendo seus filhos tentarem me consertar. Ela avançou e ficou ao lado de Julieta.

"Foi isso que aconteceu depois do Bruno-?"