Be Honest

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Jungkook nunca o tinha chamado de "amor".

Nem uma palavra que lembrasse o som daquele substantivo.

Nem sequer um apelido perto disso.

Era a primeira vez que ouvia algo próximo daquilo que sempre quis ouvir, e para sua surpresa, veio de alguém que com certeza não esperava nada parecido.

Seu coração estava pulando como um doido no peito, chegava a doer a cada nova batida, sua respiração estava descompassada e suas mãos tremiam da mesma forma que seu rosto queimava, agradeceu intensamente pelo mais velho não poder ver as palmas trêmulas.

Yoongi... Porra! A forma como ele o fazia sentir definitivamente não era normal. Quando começaram o relacionamento jamais imaginou que seria daquele jeito, que sentiria aquelas coisas tão intensas.

Era difícil gostar tanto dele e era mais difícil ainda entender aqueles sentimentos.

Quando se apaixonou por Jungkook, tinham entre 14 e 15 anos e ainda estavam no fundamental dois, não se viam todos os dias e estudavam em colégios diferentes, mesmo assim acabou se apaixonando pelo garoto e todo o sentimento cresceu durante o colegial, quando iniciaram na mesma turma.

Mesmo que sempre estivesse com outras pessoas, seu coração pertencia ao mais novo, mesmo que ele sempre estivesse grudado no Kim, ainda o desejava intensamente, mesmo que ele nunca tivesse demonstrado um real interesse em si até dar o primeiro passo, todo seu amor permaneceria sendo dele.

Mas agora, com outro alguém dominando espaço em seu peito rapidamente, não tinha certeza do que pensar, só queria sentir cada centelha daquele sentimento com toda força, agarrando-se à ideia de que o teria para sempre.

E estava disposto a fazer com que o tivesse para sempre.

Nunca foi de pensar em criar uma família, mas naquele momento, desejou uma.

— Hyung... —Chamou baixinho, respirando profundamente antes de continuar— V-Você... Me ama?

A pergunta escapou como um pensamento alto, seu rosto, já quente, quase explodiu quando terminou a sentença, só então percebendo a seriedade do que tinha questionado.

Os olhos arregalados do mais velho só deixavam mais claras as suas inseguranças, era cedo demais para perguntar algo daquele nível.

No entanto, e surpreendentemente, não se arrependeu, estava feliz, seu coração batia rápido, mas estava quentinho, preguiçoso naquela sensação gostosa que o momento proporcionava, a maneira como estavam próximos, como os corpos se tocavam e as mãos se apertavam em carinhos cuidadosos, sem nenhuma intenção sexual, aquilo era mágico.

Jamais conseguiria ficar naquele chamego todo com Jungkook, muito provavelmente acabariam em desejos carnais, não reclamava porque gostava, mas era um romântico incorrigível e aquela simples troca de olhares era o suficiente para enchê-lo de amor.

E mesmo que a resposta do doutor fosse negativa, não se importaria, se sentia amado com ele, sabia que era cuidado e respeitado, todo o carinho e toda a atenção que recebia dele já eram o suficiente para provar que não precisava ouvir aquelas três palavras, mesmo que seus ouvidos estivessem preparados para captá-las e recebê-las com total atenção.

Suspirou quando a mão grande apertou levemente sua bochecha, em seguida arrastando-se pela pele avermelhada num carinho gostoso, fechou os olhos momentaneamente e recebeu um selinho por isso, sorriu e encarou o mais velho a tempo de vê-lo sorrir também, agora aparentemente mais calmo depois do susto da pergunta inesperada.

Nada foi dito e nada precisava ser dito, respostas demais fluíam em cada gesto.

Passou a língua pelos lábios e fechou os olhos novamente, desta vez se entregando aquele momento, tinha certeza de que ele saberia o que fazer.