Em suas mãos: Livro único

Capítulo 3

— Ele só pode ter merda na cabeça - exclama Liz pela chamada de vídeo.

Era uma sexta-feira 17:00 horas e eu estava jogada em minha cama falando sobre minha vida.

Depois do incidente com a professora de inglês na quarta, liz não apareceu mais na escola e precisávamos atualizar uma a outra sobre os últimos acontecimentos.

Na verdade estávamos falando de Andrew e apontando todos seus defeitos.

— o pior é ter que ver ele todos os dias - reviro os olhos

— o pior é que eu a chamei faz dez minutos para o jantar e você ainda não saiu desse quarto - Morgana surge impaciente em meu campo de visão.

— eu já sei sobre o quanto você se importa com minha alimentação, mas não precisa de toda essa pressa.

— quem janta as cinco da tarde? - comenta Liz pela chamada de vídeo e eu fecho o laptop de imediato,  encerrando a ligação.

— só desça, seu pai quer falar com você. - minha tia diz por fim e sai sem fechar a porta.

Levanto da cama e passo uma escova rapidamente sobre meu cabelo bagunçado, e enfim desço até a sala de jantar onde um Marco Mantovanni carrancudo me aguardava.

— boa noite - o comprimento meio sem jeito assim que sento a mesa.

— boa noite, posso saber o por que da demora?

— eu estava em uma ligação, com Liz

— bom saber, mesmo não sendo muito presente gosto de ficar a par sobre o que se passa em seu dia a dia. Como foi na escola hoje?

Em dois minutos ele já havia falado mais que o habitual.

— tudo normal, nada de novo ou que valha a pena comentar. E no trabalho como está? - pergunto dando uma garfada no filé de salmão que havia em meu prato 

— tudo ótimo, e já que tocou no assunto, semana que vem terei um jantar com alguns novos investidores e quero que você esteja presente. Já está na hora de você aprender um pouco mais sobre nossa fonte de renda.

— claro - minha falta de ânimo era perceptivel

Eu não gostava muito dos assunto referidos a empresa. Não que eu odiace, mas meu medo era de ficar tão obcecada no trabalho e acabar esquecendo tudo ao meu redor, assim como meu pai

— amanhã sua tia irá as compras com você, sabe que pode comprar tudo o que quiser. Talves isso a deixe mais animada - e lá estava ele, sempre cobrindo as lacunas com dinheiro

— sim obrigada

— tem falado com sua mãe? - pergunta parecendo esitante.

Um silêncio desconfortável dura por algum segundos

Minha mãe não era um assunto muito agradável naquela casa.

— eu mandei mensagem há dois dias atrás, mas ela ainda não visualizou

— isso não me surpreende - ele balança a cabeça negativamente — bom, aproveite o resto da janta. Qualquer coisa estarei em meu escritório - diz antes de levantar e se retirar da sala.

E mais uma vez eu me via sozinha.

Olho ao meu redor e suspiro cansada

Mariana que era minha fiel companheira era proibida de sentar-se a mesa. Então, pego meu prato e vou até a cozinha em busca de sua companhia.

Ela estava lavando a louça.
A comprimento como sempre e me sento no balcão da pia ao seu lado.

— está tudo bem minha flor ? - pergunta ela com uma expressão preocupada.