Capítulo 7

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Eu não estava fazendo nada de errado, pelo menos ao meu ver não.

Tudo contribuía a meu favor.

O senhor Mantovanni não apareceu hoje, o que não é novidade. E minha tia foi jantar fora.

Os empregados deviam estar todos repousando em seus aposentos.

Eu estava completamente sozinha em casa.

Tudo perfeito para a ocasião!

Vejo o horário em meu celular, eu estava com 30 minutos de atraso para a festa de Andrew, mas isso logo logo seria resolvido.

Termino de vestir meu vestido preto tubinho, calço meus sapatos, passo perfume e dou uma última olhada no espelho antes de por meu sobretudo enorme, que precisava esconder tudo aquilo.

Eu não estava nada mal

Desço as escadas sorrateiramente, seria muito azar acordar algum dos empregados com o barulho de meus sapatos, então tiro os mesmos e saio da casa descalço até o portão de entrada, onde Liz aguardava impaciente dentro de seu carro.

— eu já estava quase invadindo a casa para ver se você estava viva! - diz ela estressada

— demorei só 30 minutos, não exagere.

— 45 - ela corrige olhando em seu relógio — e que ótimos seguranças tio Marco tem - Observamos os dois homens dormindo um sobre o outro escorados no portão.

Uma cena normal

— vamos logo - entro no carro e ela logo dá partida no mesmo.

Chegamos na casa dos Williams em questão de minutos. O lugar estava cheio, mas isso não era nenhuma novidade se tratando de uma festa de Andrew.

Retiro meu sobretudo e sigo junto a Liz para dentro da casa.

A maioria dos olhares caem sobre mim, fazendo com que eu me sinta a dona do mundo.

Andrew, assim que me vê, caminha em nossa direção com dois copos de bebida nas mãos.

— demorou - susurra em meu ouvido depois de entregar a bebida.

— fiz falta? - pergunto sentindo o gosto amargo da vodka raspar em minha garganta.

— sabe que sim

Olho ao meu redor e noto que Liz já havia sumido.

Ótimo, agora estou sozinha com meu quase algo que por sinal está irresistível usando all Black.

Resolvo me concentrar no som alto da música que ecoava pelo lugar e começo a dançar quase que involuntariamente.

Eu amava isso, festas, músicas e várias pessoas eram o combo perfeito.

Aos poucos vou me afastando de Andrew e agradeço aos céus por ter conseguido fazer isso.

Não sei quanto tempo duraria essa minha determinação, mas o importante era que eu estava tentando.

As horas foram passando, pessoas chegando e outras saindo, bebidas terminando e novas surgindo sobre o bar.

Andrew e eu ficamos somente na troca de olhares até que em um determinado momento da madrugada, quando eu decidi me afastar e sentar sobre a beirada da piscina, ele viu isso como o momento perfeito para se aproximar.

— cansada? - pergunta ele chegando ao meu lado

— pensativa seria a melhor palavra. O álcool tem o poder de me deixar assim.

— não sabe manter o controle, devia aprender comigo. Vigésimo copo da noite e ainda me sinto sóbrio - ele ergue o objeto de suas mãos no alto

— sua feição prova o contrario - brinco mesmo sabendo que ele estava falando a verdade.

Em suas mãos: Livro único Onde histórias criam vida. Descubra agora