Capítulo 05

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Itália – Florença.




Os sinos tocavam incansavelmente na catedral sede da igreja dos últimos santos, o céu curiosamente estava em um tom escarlate com pigmentos roxos e cinzas. Fez um homem que atravessava os corredores de paredes abertas para o jardim, com adornos dourados em suas entradas para contemplar o céu. Suas mãos atrás do seu corpo, suas vestes brancas e imaculadas, voltaram a flutuar quando seus pés seguiram caminhando novamente. Seu crucifixo prateado balançava de um lado a outro, enquanto martelava seus pés sobre o chão de granito branco e polido da igreja.

O sacerdote, ajeitava seus óculos redondos de armação exclusiva, presente do rei da Itália a ele, ela sempre escorregava para a ponta do seu nariz fino e arrebitado. Seu rosto tinha uma grande cicatriz, do seu tempo servindo a igreja como um mensageiro da ordem da Luz, contra os seres pagãos que queriam prostituir e corromper seu povo santo. As batalhas continuavam sempre, mesmo que a guerra tivesse acabado, a missão deles era dizimar bruxas e vampiros, que juntos protegiam as demais espécies amaldiçoadas que tinham no mundo.

Ele era um homem bonito aos olhos dos fiéis. Cumprimentou uma das freiras que passou por ele, com um simples olhar ela entendeu seu recado. Passando suas mãos pelo seu cabelo grisalho, sorriu maliciosamente, voltando com seus pensamentos nas criaturas que deveriam destruir, eliminar e acabar. Andou mais um pouco atravessando o jardim bem cuidado, com rosas brancas, que simbolizava paz e espiritualidade, o símbolo da igreja sagrada. Ele sorriu e adorou a ironia de seus pensamentos.

Observava a torre decadente, velha que se aproximava. Os corredores cheiravam a mofo e umidade, o chão coberto por musgo, baratas e ratos que encontravam abrigo por ali. Eles não cuidavam daquele lugar, era usado para prender e domesticar os vampiros, bruxas e entre outros seres. Que usavam como escravos para destruir os das suas próprias espécies, para ele era divertido ouvir os sons dos gritos e choros quando ele criava magias sacras contra eles. Seguiu por uma abertura escura, que pingava gotas do teto para o chão, usando sua magia criou uma bola de luz, descendo tranquilamente as escadas para as masmorras secretas, que poucos sabiam que existiam.

Logo o barulho de choro feminino flutuava para os seus ouvidos como uma melodia — adorável —. Havia milhares de celas, com bruxas e vampiras, os homens eram mortos. Para os guerreiros que fizeram seu voto sagrado usarem como meio de "acalmar sua carne". Para todos ali, elas não eram mulheres, somente monstros, demônios que tinham que ser eliminados. Ele parou na cela de sua favorita, uma bela bruxa que estava presa há anos e não perdia sua beleza, amarrada, com seus braços para cima, seu corpo sujo, maltrapilho e magro. Seus cabelos ruivos caiam sobre seus rostos, suas pernas estavam expostas e machucadas.

Poças de água se formavam no chão das gotas que pingavam, a cama era apenas palha velha. As paredes decaiam, e os ratos eram suas companhias, ele usou seu poder para abrir a cela, quando o rosto dela se levantou, sentiu seu corpo tremer diante do seu algoz. Ele agachou diante dela, segurando seu rosto com força entre as mãos, ele sorriu maliciosamente encaram seus olhos opacos verdes.

— Você fica linda, como uma miserável que é. Meu pau até sentiu falta da sua boceta imunda! — As palavras saíram em escárnio, seguido do sorriso psicopata que ele lhe deu. — Podemos repetir seus gritos, que são adoráveis. Mas, a pergunta é: onde está seu marido?

Sacrilégio - Imagine Donquixote DoflamingoOnde histórias criam vida. Descubra agora