chapter 2

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Meu coração estava acelerado, aquele corpo desacordado, morto,  estava tão gelado, juntei todo o resto da minha sanidade, e tirei aquele corpo de cima de mim.
Me levantei lento, completamente em choque, cambaleei em direção à porta, saindo de dentro daquela casa de horror.

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A adrenalina já tinha saído do meu corpo, tudo que eu conseguia sentir era choque e medo.
Fiquei no meio da rua, respirei fundo para pegar ar fresco,mas o local fedia a sangue puro,eu olhei em direção à casa de meus pais, engoli seco, se aquilo aconteceu com minha irmã…o que poderia ter acontecido com eles?
Assim, eu andei, andei em direção a casa ensanguentada, as paredes brancas manchadas de vermelho, o coração ardendo de esperança de encontrar meus pais vivos,mesmo sabendo que era praticamente, um sonho bobo.
O portão menor estava aberto, apenas o empurrei, o lugar estava calmo, e não tinha tantos estragos no jardim, andei até a porta, e a abri com cautela, o medo pulsando nas minhas veias.
Ao entrar, tudo estava escuro, a televisão quebrada, os picolés de uva jogados e derretidos no chão, apertei os olhos diante daquela escuridão, dei um passo mais perto e a porta se fechou, me virei assustado e tentei abri-la, sem sucesso.
Olhei as janelas, que estavam fechadas, peguei uma das pedras decorativas de minha mãe, pronto para jogar a janela, quando, um grito estridente veio do andar de cima, e meu pai, caiu escada abaixo.
–pai! – me permiti gritar 
Meu pai me olhou, os olhos demonstrando medo, parecia assustado, sem saber o que estava acontecendo, na mão ele empunhava  um machado, o mesmo que ele deixava na parede do quarto, enfeitando, lembrança da época de lenhador.
Meu pai abriu a boca para falar, mas foi interrompido por um galho, que atravessou-lhe o estômago, o prendendo na parede, ouvisse passos, e um esqueleto,um esqueleto enorme, feito de madeira, uma corda presa ao pescoço, fitou meu pai, olhei para cima e não contive o grito, ao ver minha mãe, pendurada pelo pescoço, o tronco do corpo se transformando em madeira, o resto do corpo; na escada, a boca dela estava aberta, igualmente os olhos, sem vida.
– Eiran! Fuja! – meu pai gritou, o grito falhando, lágrimas brotaram aos meus olhos, eu respirei fundo, ou pelo menos tentei, corri até o machado perdido, e novamente outro grito do meu pai, de dor,ao galho ser enrolado no pescoço dele, e também de desespero ao ver eu empunhando o machado.
— Não se atreva! — meu pai gritou, e eu, ignorei, preparando para atacar.
—por favor não…você não consegue..eu tentei. — ele disse entre lágrimas, eu iria retrucar, porém, logo ele gritou:
— Eu amaldiçoou você! Nessa vida e na próxima…eu lhe amaldiçoou! Empunhe esse machado, e sua vida será de desgraça, tente me salvar em vez de fugir, e todos a sua volta, todos que você amará, morreram ao machado, eu amaldiçoou você! Céus eu lhe  amaldiçoo… — meus olhos se arregalaram instantaneamente, o azar da nossa família era evidente, e mesmo aquelas palavras sendo apenas ‘palavras’ as maldições ou pragas do meu pai, por algum motivo, sempre ocorriam, fazer uma desse tipo…era no mínimo assustador.
—Pai… — comecei e logo, fui interrompido
—Não! Cale a sua boca! — o aperto no pescoço dele ficou mais forte, aquele monstro parecia amar o que estava acontecendo — ou você foje, ou você escapa, se lutar, você perderá, e eu sei que você é teimoso, herdou de sua mãe, mas não ponha as mãos nesse machado…por favor, se vou morrer, morrerei protegendo o último da minha família, mesmo se custar minha morte.
Eu larguei o machado, me perguntando se era o certo a se fazer, meu pai era um homem forte, e até mesmo, misterioso.
— por favor Eiran…não me desobedeça agora..
Minha mente para, ao meu pai ser puxado pelo pescoço, o tronco saindo do corpo, os olhos agora ficando sem vida.
Os minutos parecem passar devagar, tudo parece parar, então empunhei o machado, o rosto cheio de raiva, mas antes de atacar, algo me atacou, e só me vi desmaiar.

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-Nathan}

ᴏ ᴀssᴀssɪɴᴏ ᴅᴀ ᴘʀɪɴᴄᴇsᴀ✧ (em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora