O que pensar das pessoas que pensam que podem se envolver na nossa vida sem serem convidadas?
Mizrak invadiu minha privacidade, havia descoberto isso quando ele dizia já ter me visto dormir. Meses atrás, passei a trancar melhor minhas janelas e porta do meu quarto com um encantamento, acredito que ele não entrou durante esses meses, mas ainda assim tinha a sensação que já me observou. Bem, isso não era uma das minhas maiores preocupações.
Durante o trajeto em retorno, meu pai me colocou com Serafina, para que conversassemos em todo caminho. Eu sinceramente preferia ter ficado sozinha, mas vi que havia feito bem para mim a ter por perto novamente, Já Melark esteve em silêncio durante toda a viagem. Eu ainda não havia falado, mas já que um vampiro estava a minha frente, resolvi contar.— Tenho que te confessar uma coisa, Melark. - Ele vira o rosto para me olhar - Seu irmão veio falar comigo.
— Ele teve essa cara de pau?
Ele questiona conforme eu o olho.
— Sim, teve.
O olhar dele se cruzou com de Serafina, e então ela procurou algo no bolso de seu saiote, mas para minha surpresa quem tinha algo era Melark, tirando uma caixa preta e ela entregava a mim.
— O que é isto? — Questiono a origem da caixa.
— Um presente. Íamos dar após a cerimônia, mas acredito que deve precisar mais agora.
Quando abri a caixa a coloquei sobre meu colo e o vampiro presente começou a suar. Nela havia um crucifixo de prata, e era bastante pesado.
— Melark me deu isso para que eu me sentisse mais segura perto dele, pois assim ele não me tocaria. Bom, eu sei que isso funciona bastante, use para evitar que o Mizrak se aproxime de você.— Serafina juntava as mãos em frente o corpo e esbanja um largo sorriso.
Interessante, mas eu era uma feiticeira. Algo assim não era costume usar.
— Agradeço a gentileza, minha amiga.
Vendo a reação de Melark conforme eu segurava o tal objeto sagrado, peguei na pequena corrente que o segurava e joguei sobre o Vampiro que era seu então marido. Interessante a reação, que mesmo por cima de um tecido que cobria sua coxa, o objeto o causava dano, podia até sentir o cheiro da sua pele queimar.
— Hana! — Serafina tirou o objeto de imediato ao ver a reação em seu amado e me entregou.
— Olha só, funciona. — recebo em mãos e o vampiro me olha com certo rancor.— Sim. Funciona.
Seu sorriso exibia um pouco de suas presas, Mas, eu resolvi coocar o colar envolta de meu pescoço apenas para vê-lo passar mal. que interessante era aquele objeto.
O retorno para casa me fez refletir. Serafina parecia querer me dizer algo ou pedir, mas hesitava. Bom, eu não me importava, tudo o que eu queria agora era tomar um banho e chorar. Ao me despedir de minha amiga, ela disse que viria outro dia, mas eu não importava. Tudo o que eu queria era sufocar aquela dor.
Minh afamilia estava reunida. só faltava a benção de minha madrasta entre nós. Todos conversavam a respeito sobre quem teria feito tal coisa com Henry, no fim das contas a casa Roux não era uma casa poderosa digna de ser vítima de um atentado como aquele. Meus irmãos abaixavam o tom com a minha presença, então olhei para todos os presentes— Por favor, continuem. Quanto mais conversam sobre o assunto, mais cedo irão descobrir quem matou ele, e assim matam.
— Não. — Papai cruzava as pernas — é que sua mãe usava um crucifixo desses no pescoço.
Eu não cheguei a recordar, mas era mesmo verdade? Então ela temia um ataque de vampiros. Coloquei a mão sobre o pescoço e apertei o colar. Isso era tudo que eu não precisava ouvir agora, que eu estava parecida com minha mãe.
— Com licença.
Após me despedir, subi a minhas escadas e corri até chegar no conforto de meu quarto. Ao abrir a porta a fechei e me joguei em minha cama. Era só ali que eu queria ficar, era ali que eu precisava estar,
Eu não almocei, eu não fiz desejum, e nem se quer me movi desde que me deitei naquela cama. O que me fazia lembrar que meus feitiços eram basicamente defesas fisicas do que qualquer oura coisa. Não era culpa de meu pai, e sim minha. Ele sempre queria me ensinar magia, que eu aprimorasse o meu poder. Porém, eu nunca quis. O único interesse era em que eu me defendesse para nunca ser atacada como minha mãe foi.A escuridão noturna havia coberto a terra, e tudo que iluminava agora era o sol refletindo a luz na lua. E eu, permanecia da mesma maneira, ouvindo as vozes me chamar. e a porta sendo aberta uma vez a outra, apenas para ver como eu estava.
Já estava ficando tarde, e quente. Henry iria rir se me visse naquela situação decadente, e diria para que eu reagisse, que eu era forte, era uma Vivien. Mas, até mesmo os fortes às vezes cansam.
Conforme me sentava, ouvi um som. Parecia um pequeno choro vindo da janela. Olhei com firmeza e não enxergava nada, então decidi me levantar. Caminhei até a janele e a abri. Mas, agora olhei e só vi as flores do jardim iluminadas pela lua. Estranhei e fechei a janela, quando encostei as portas uma na outra, senti uma presença pairando perto de mim, com calma movi o ombro e ao ver senti uma veia na minha cabeça pulsar. Mizrak estava sentado em minha cama segurando uma caixa toda furada.
— A curiosidade mata geralmente o gato. Mas, a sua me fez entrar.
— É muita tolice a sua entrar em uma casa cheia de caçadores.
O ódio que havia em mim começava a queimar em meu coração, e em poucos segundos eu iria fazer aquele verme entrar em combustão.
— Por favor antes de me incendiar, quero te provar que vim em uma missão exclusiva de paz.
Desconcentrei minha energia e permaneci olhando para ele. Como havia um crucifixo no meu pescoço resolvi me aproximar dele.
— Como?— Aqui um presente para mostrar minhas boas intenções.
Ele me entregou a caixa que era pesada, pelos furos deduzi que era algum animal. Porém, não esperava que fosse um filhote tão feroz. Aí abrir me deparei com um pequeno filhote de cão caramelo, aquela raça era feroz e bastante valiosa para caçadores. Também conhecida como se transmutar em grandes feras e serem excelentes guardiões. Olhei para o pequeno filhote que estava me observar com seus grandes olhos castanhos brilhando para mim. Não soube nem ao menos como reagir diante daquele gesto.
— Você me deu...
Nem estava acreditando em ganhar algo tão valioso.
— Um cachorro caramelo. Para te proteger de qualquer uma e até mesmo de mim caso se sinta ameaçada. Você sabe, esses cães viram monstros para proteger os donos. Só permita uma lambida e o ritual estará feito.
Meus olhos, brilharam de volta para aquele animal. Eu pude então sorrir e me aproximei da minha cama, ignorando a presença do vampiro em questão, repousei a caixa e peguei o filhoe, que tinha o olhar mais doce e puro que ja vi.
— Ele é tão fofo.
O pequeno animal começou a lamber o fucinho, então eu sorri para ele. estava completamente encantada.
— é, eu sei. o invejo por ele estar em seus braços e não eu.
— Oi, pequenininho. tudo bem?
O animal parecia assustado, e ainda assim o mantive nos braços, mas quando adocei um pouco a voz ele começou a abanar sua cauda e lambeu a maçã de meu rosto, não aguentei e comecei a chorar, apertando o pequeno animal em meus braços.
— Olha só, o pacto foi feito. — Mizrak se levanta e coloca a mão dentro dos proprios bolsos — Eu já vou indo.
— Espera. — Digo apertando o animal em meu colo — Veio só para isso?
— Esperava que eu iria vir fazer o que?
— Não sei. Qual sua intenção com isso?
— Olha senhora com problemas de confiança, eu sei que tenho problemas em forçar uma amizade com quem não me quer. Mas, eu gosto de você, e te ver assim chorando e sofrendo não me fez bem. O Henry morreu, mas você está viva. E agora, esse animal precisa de você.
O cachorro continuava abanando o rabo em meu colo e lambendo meu rosto, eu tentava afastar, mas fazia parte do pacto de confiança.
— O que você quer dizer?
— Se você não vai me amar, eu quero que ame algo que seja digno de seu amor e que seja capaz de te amar de volta. Agora, vá comer.
— Espe-
Ele simplesmente se desmanchou, mais uma vez em vários bem-te-vi.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A paixão do Vampiro
VampireHana Vivien é uma jovem ambiciosa e destemida, cujo maior desejo é casar-se com o conselheiro real. No entanto, ela nunca imaginou que despertaria uma paixão platônica no vampiro Mizrak. No dia de seu casamento, a celebração é manchada de sangue, e...