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Mizrak

O luto é uma fase onde tudo pode acontecer, e se bem aproveitada eu poderia usar isso para criar um laço com a senhorita Hana, nem que fosse ao minemo Amizade. Tinhamos um vinculo em comum, ela e Serafina eram conhecidas e colegas.

Três dias atrás.

''— Vai mesmo seguir com isso? Esse casamento, com a Lady Vivien.

O homem estava fumando um cigarro e com uma perna sobre a outra, sentado em uma cadeira. Estávamos sentados ao jardim durante a noite, o que me deixava visivelmente irritado era o fato de saber que ele não a amava. Um casamento que havia sido arranjado apenas por posições políticas.

Henry já sabia de minhas intenções, meses antes do baile eu já sabia que ele estava noivo, mas eu não imaginava que era uma mulher tão magnética como Hana. E, tive de me aproximar dele, pois ele também estava investigando em nome do rei tudo a respeito sobre a captura de criaturas mágicas, fiquei até surpreso em saber que Guilhermino não estaria no meio.

— Eu te dou duas opções, vampiro Mizrak. 

O cigarro foi tirado de entre seus lábios, ele soprou a fumaça e soltou, fazendo com que se apagasse assim que pisasse sobre o cigarro. 

— E quais são?

— Se quer impedir esse casamento, vai ter que me matar aqui, e agora.  Ou, vir ser meu padrinho de casamento.

— Isso é patético! Não posso ser padrinho do casamento da mulher que estou interessado.

O homem se levantou, ficando então de frente a mim, Ele era alto e forte, e nossa diferença de altura era poucos centímetros. Para um humano ele era bem atrevido. Porém, respeitava isso nele.

— Então me mate, e console a viúva.

Abaixei minha cabeça e mechas dos meus cabelos lisos escuros caíram sobre minha pele branca pálida, arrumei um pouco e ergui, olhando para o sujeito diante de mim. 

— Sabe o que eu não consigo entender, é que você não sente nada por ela,não sente nem o minemo de carinho. Porque vai se casar com uma mulher que nem se quer gosta?

— Você está enganado. Eu gosto e respeito a senhorita Hana, ela é uma jovem astuta, gentil.  Mas, realmente não sou apaixonado por ela. Mas, ela é uma dama rica. influente. Quem nunca ouviu falar da ''Dama de ouro''?  Ambos temos boas posições.

— Vai torná-la infeliz.

— Não, eu não vou. Não sou um porco que irá desprezar os sentimentos dela. Irei respeitá-la tanto quanto seus sentimentos por mim.

Ele estava enganado, com o tempo ela notaria, e iria se sentir tão sozinha quanto se sente agora. No fim das contas,  ele era ainda assim um porco.

— Você ainda fede.  Te verei no altar.

— Será bem vindo, padrinho.''

— Eu não matei o Henry Roux.

Estava sentado em uma cadeira, após a visita da casa da Hana, estava preso em uma cadeira. Meu irmão estava usando grande esforço para tentar arrancar uma verdade que não existia dentro de mim.

— Então mandou fazer isso.

— Mas eu não mandei, nem fui eu quem fiz. Porra! Eu estava com você e esse fedelho mestiço! Não fiz nada, não mandei nenhum pássaro. Eu só queria ver a Hana vestida de noiva.

— Não sei, mas tenho grandes motivos para não acreditar em você!

— Olha, acha mesmo que se eu quisesse matá-lo eu teria esperado pro dia do casamento? Você sabe que eu não sou tão paciente, teria acertado a cabeça dele com o vaso no dia do incêndio!

— Eu não confio em você Mizrak! você se contradiz de mais! Passei a vida com você falando que odeia humanos e de repente diz estar apaixonado por uma.  

— Mas eu estou! E estou sofrendo por amar uma mulher que é humana! Que ódio! — Bati os pés no chão e agitei a cabeça — Me solta!

— Não! — Ele nega e puxa meus cabelos, erguendo a minha cabeça para trás — Pelo menos até me dizer onde estava. Você sumiu após o anúncio da morte do noivo, e hoje ela me disse que você foi descarado de ir atrás dela.

Ele iria saber de qualquer forma sobre meu paradeiro, então respirei profundamente até que abri mais um de meus encantadores sorrisos, na esperança que amolecesse o coração de meu irmão.

— Eu fui na florestar, e peguei um filhote de cão caramelo.

Cães caramelo eram conhecidos por sua força, eram ferozes, porém amigáveis. O filhote que peguei havia acabado de desmamar, então quando o fiz foi fácil. A mãe não pareceu se importar tanto após dar a ela comida. Foi bastante fácil, só tive que ganhar confiança. Infelizmente ainda ocorria grande abandono desses animais, quando seu mestre falecia, muitas vezes os parentes não conseguiam firmar um acordo com eles ou simplesmente os descartavam Assim, eles ficavam fracos e abandonados.

— Você enlouqueceu? Quem foi que te deu a brilhante ideia de entregar um animal desses para uma feiticeira? 

— Foi um esclarecimento que tive no lago das capivaras.

O lago das capivaras, era um lugar que até humanos poderiam aproveitar, isso  quando não havia tempos de caça contra o animal, era uma espécie bastante simpática e pouco agressiva. Entrar no lago era uma forma de fazer os pensamentos fluírem, e bem, foi daí que tive a ideia de presentear Hana com um caramelo. Eu queria mostrar a ela que jamais faria nada, e tudo o que eu queria era ver seu doce sorriso.

— Você foi lá? Pensei que as capivaras não gostassem de vampiros.

Isso se devia ao fato de que um parente nosso ao entrar foi rejeitado. Como eu não fui, sabia que minhas intenções eram boas.

— Sabe as capivaras gostam de quem tem bom coração.

— E você sabe o que é isso?



A paixão do VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora