Me querer? Como assim ele queria a mim? Ah, claro. Havia esquecido que aquela criatura era obcecada por mim. Talvez ter visto um sinal humano em seu olhar me fez esquecer que ele ficou me observando todo esse tempo, e de uma certa maneira me perseguindo. Levei a mão diretamente ao meu pescoço, e busquei o crucifixo, mas não havia encontrado, abaixei o olhar para meu peito que estava amostra por conta do meu vestido deixar minha pele amostra e visível, toda a saliva de minha boca foi então engolida junto com a sensação de aflição.
— Eu gosto da senhorita. — Ele repousa a mão sobre a minha coxa — E se me desse a legítima chance, eu te provaria que sou capaz de fazê-la feliz.— A sua ousadia só faz fortalecer a ideia de que matou meu Henry.
Levantei daquela raíz qual estava sentada e o homem permaneceu sentado, tirando a mão de sobre minha coxa e a pondo perto do rosto.— Se você não me quer de forma amorosa, me permita ser seu servo. — O homem se ajoelhou diante de mim— Desde o momento em que senti seu cheiro naquele baile, algo despertou em mim, esmagou o meu orgulho. Eu não sei por que, mas sou capaz de matar por você, capaz de fazer o que seu coração desejar. Até mesmo de morrer por você, feiticeira.
O colcheiro ainda estava de costas, o que não permitiu ele ver aquela cena patética, então virei o rosto para a esquerda tentando ver, meu cachorro estava brincando de morder com um galho, virei então de frente e disse em um tom claro para aquela criatura abominável de joelhos diante de mimUsar criaturas mágicas, isso não era coisa que um Vivien faria, e sim um Cascavel. Porém, aquele vampiro parecia realmente disposto a me servir, então eu tinha que aproveitar a chance para fazê-lo descobrir a culpa da morte de meu amado Henry.
— Eu não quero seu amor, muito menos sua servidão. Mas já que está disposto, viva por mim e encontre quem matou o homem que matou meu noivo. Quem sabe, assim, eu seja capaz de sentir algo por você.
Ele levantou a cabeça para mim, e vi que seus olhos azuis estavam focados em mim, senti um arrepio em meu corpo, era um pouco nojento de pensar que ele estava mesmo me desejando de forma carnal.
— Como a minha senhora desejar, eu encontrarei o culpado por matar Henry.
Senti sinceridade nas palavras de Mizrak. Estaria ele sendo verdadeiro? Apesar da intuição insistente em afirmar esse sentimento, pairavam dúvidas em minha mente. O homem permanecia de joelhos, emitindo uma aura que, embora eu não compreendesse completamente, deixava claro seu desejo genuíno de me servir. Expirei profundamente.
— Agora me conte o que você estava tramando sendo ''amigo'' de Henry.
O homem permanecia de joelhos diante da minha pergunta.
— Uma vampira nobre está desaparecida. Apesar de sermos poucos, sempre mantemos contato quando algo dá certo ou está dando errado em nossa vida. E, essa vampira em questão foi vista no território de Heindall. Ela é uma das mais jovens e ingênuas, seu nome é Mel. A mais velha dentre nós, Arezaphurya, exigiu que eu me infiltrasse aqui em Heindall para buscar pistas. Mas, até o momento, eu só sei que foi um caçador.— Está dizendo que alguém da minha casa fez isso?
— Nunca. — Ele ergue a cabeça e me olha como um cachorro pedinte — Eu sei que não foram os Vivien, mas parece que foi realmente alguém que sabia sobre nossos pontos fracos. Melark já veio aqui atrás de um livro que continha nosso ponto fraco e formas de nos capturar.
— Eu ouvi falar desse livro.
Meu pai não me contou muito, mas sabia que era por ele que foi feito o trato.
— Então, Meu trabalho aqui é investigar se existe alguma cópia e saber se ela ainda está em Heindall. Henry estava me ajudando, pois ele sabia que algumas criaturas mágicas e noturnas haviam sidos capturados. Assim como Guilhermino, usava os cães da noite para brincar. Mas ele só tinha eles e não contou de quem havia comprado as feras.Henry estava investigando isso? Bem, ele nunca me contava nada a respeito a seu trabalho, quandoe stávamos juntos o foco era apenas nós dois. Levei a mão ao queixo um pouco pensativa e tocava minha face com o dedo indicador da mão, conforme pensava. Não sabia se o vampiro falava a verdade, mas compreendia ele querer unir forças com ele.
— Henry suspeitava da casa Cascavel.
Quando ele me disse tal coisa, fez sentido. A casa cascavel tinha o costume de escravizar seres. Mas, de vender? Isso geralmente era contra os princípios deles.— Você investigou eles?— Pergunto baixando a mão.
— Na verdade, quando ele teve essa suspeita, preferimos parar com a investigação, pois a data do casamento estava chegando. Não cheguei a ir no reino de Citrino para averiguar, pois ele me chamou para ser seu padrinho.O vento que vinha do campo causava um frescor naquele instante, meus cabelos dançavam e junto me traziam algumas incertezas, eu não sabia se eu desse uma órdem para aquele vampiro ele iria seguir. Mas, não me custava muito tentar
— Quero que vá a Citrino, investigue a casa Cascavel. Não me importo como vai fazer isso, eu só quero que descubra se foi eles que... pegaram a sua amiga, e se foram capazes de matar meu Henry.O homem se apoiou com um joelho e foi ficando de pé, naquele momento eu tive um pouco mais de noção do perigo qual estava correndo. Sua altura e a imponência que ele manifestava naquela postura, me fez pensar quanto um ser como aquele não iria ser submisso a alguém de tão fácil. Mas, em seu rosto pálido se manifestou um sorriso gentil em seus lábios finos rosados, o qual acalmou meu coração junto a palavras doces.
— Como minha senhora desejar. — ele responde, e me sinto um grão de poeira perto dele.
— E nada de me observar, por favor. Isso me enoja.— Viro-me de costas para ele e me abaixo pegando o pequeno cão nos braços, manifesto minha repulsa à aquele ato. — Faz com que eu sinta repulsa de você.— Como seu coração desejar. A partir de agora, não verei mais você pelas lagartixas. Agora, com a sua licença.
Ao contrário das ocasiões anteriores em que ele partiu, não experimentei um alívio no coração, mas sim uma leve preocupação. Eu ficava fascinado com a ideia de alguém ser tão leal às suas convicções, especialmente para me agradar. Contudo, será que isso não seria um artifício para tentar me seduzir? Alguns vampiros selvagens recorriam a isso para obter o que desejavam, e não me surpreenderia se Mizrak fosse desse tipo.
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A paixão do Vampiro
VampirHana Vivien é uma jovem ambiciosa e destemida, cujo maior desejo é casar-se com o conselheiro real. No entanto, ela nunca imaginou que despertaria uma paixão platônica no vampiro Mizrak. No dia de seu casamento, a celebração é manchada de sangue, e...