Capítulo 2

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Estudávamos à noite e realmente a lua era conveniente à luxúria. Se ela puxa as marés traz também por seu efeito gravitacional o êxtase dos amantes apaixonados que a recomendam com sua luz emprestada aos prazeres oculares que ela fornece. Oculares porque, com o banho de lua, toda forma ganha beleza.

A nudez é trajada por traços negros das sombras que só existem à noite. O olhar é obscurecido pela meia luz natural da lâmpada celeste. O toque aveludado pela pele exposta a uma luz mais macia, como se fosse possível tocar. Ou seja, que o sol represente o que puder, a lua é dona da paixão dos amantes.

E depois desse divagar sobre como a lua aumenta o tesão humano, vamos a um fato que precisa ser destacado. Eu morava BEM longe da faculdade e precisava sair a tempo de pegar um ônibus que passava no horário costumeiro todo santo dia.

Basicamente, além de ter que sair mais cedo da aula eu precisaria estar no ponto a tempo de pegar esse ônibus. Então eram 3 dilemas: Assistir a aula por tempo suficiente pra ter sido útil, sair da aula com folga pra achar um lugar pra transar e ainda estar no ponto na hora certa.

-Acho que vou sair daqui umas 21:30
-E onde vamos?
-Não sei, qual prédio é mais vazio?
-Acho que o do meio.
-Eu já estou morrendo de tesão...
-Para, garoto! Assim vou ficar molhada na aula!
-Já vai pensando porque vai ter que ser uma rapidinha.

E assim conversávamos por WhatsApp tentando manter a concentração na aula, o que obviamente não tinha como acontecer. Calculamos onde seria, como seria e quando seria. Tudo em vão, obviamente. Quando saímos para cumprir o plano a realidade se fez presente e nos mostrou que o tesão precisa de uma coragem que ultrapassa o planejamento.

Quietinha! Alguém pode nos ouvir...Onde histórias criam vida. Descubra agora