Abro a porta da casa, sentindo uma mistura de sentimentos absurda. A que fala mais alto é, sem dúvidas, a de recordação. Há uns anos, o meu lugar favorito era esta casa. Aqui, eu deixei muitas risadas e brincadeiras com as minhas amigas. Eu não sei ao certo quando eu me distanciei tanto deste lugar, mas quando eu me dei conta, se completava um ano que eu não havia nem sequer posto os meus pés aqui. Por sorte, dona Lurdes nunca deixou de fazer a limpeza mensal nesta casa. Ela é a faxineira em que eu mais confio, afinal, conheço ela desde os meus 5 anos de idade. Sem contar, que ela é dona de um carisma surreal. Talvez seja uma das únicas que eu conheça.
Entramos no local, e rapidamente, eu jogo a minha bolsa no pequeno sofá que ali tem. Acendo as luzes rapidamente, fazendo menção para que Angelina fique à vontade.
-Eu vou ligar o ar, querida- Falo sentindo um calor insuportável percorrer o meu corpo por completo, como se e eu estivesse adentrando as portas do inferno.
-É um alívio saber que há um ar-condicionado aqui.- Ela fala secando sua testa, que já começava a ficar encharcada de suor. -Eu realmente não sei como vocês aguentam o calor daqui.
Solto um leve riso, caminhando até o ar. -Muitas vezes não aguentamos.- Ligo o ar, pondo o mesmo na menor temperatura possível. -Jajá esfria- Angelina afirma com a cabeça, soltando um leve suspiro.
Faço um coque alto em meu cabelo, sem me preocupar se ia ficar bagunçado ou não. Retiro a minha blusa, ficando apenas com a parte de cima do meu biquíni. Ato que, fez com que os olhos de Angelina se vidrassem em mim instantaneamente, me secando totalmente com o seu olhar. Olho para ela, com um leve sorriso de canto.
-Bom...- Falo sem jeito, olhando para o relógio pendurado na parede. -Ainda está cedo para elas chegarem, então acho que daqui a pouco eu irei lá para o mar.- Ela volta o seu olhar para mim, como se estivesse saindo de seu transe.
-Claro, querida.- Sua voz sai o mais suave possível, aquecendo o meu coração. Sorrio, me aproximando cada vez mais dela. Envolvo meus braços ao redor de seu pescoço, olhando fixamente para seus olhos, totalmente iluminados. Em nenhuma fração de segundos ela quebrou essa troca de olhares. A sua mão, totalmente rápida, envolve a minha cintura, me puxando para mais perto de seu corpo.
-Entra no mar comigo?- Pergunto, com meu rosto próximo ao seu.
-Entrar?- Ela fala, cerrando seus lábios nos meus. Eu apenas concordo com a cabeça, sorrindo. -Já disse que praia não é o meu forte, querida.- ela fala distanciando seus lábios dos meus, quebrando totalmente o clima que ali se formava, me fazendo revirar os olhos.
-Bem...-Falo me desvencilhando de seu corpo, fazendo-a me encarar com um olhar confuso. -Eu vou lá, para ver se a água está agradável.- Falo, retirando o meu short. Angelina apenas assente com a cabeça.
Saio de casa, me xingando mentalmente por ter sido extremamente afobada, e ter saído sem o chinelo. A areia está pelando! Dou uma corrida rápida até o mar, e quando a água, razoavelmente gelada bate em meus pés, o meu corpo se alivia por completo. E por fim, eu entro no mar, sentindo todo o meu corpo agradecer por isso.
Solto uma leve risada descontraída observando um casal de passarinhos logo acima de mim brigarem enquanto voam para longe. Solto um longo suspiro, fechando os meus olhos. Sinto uma paz surreal tomar posse de mim. Parece irônico, mas a praia me transforma. A maresia, melhor dizendo. Embora eu seja um alvo fácil para tomar vários caixotes, eu gosto. É como se todas as minhas preocupações sumissem no mesmo segundo em que eu encosto no mar.
-
Olho fixamente para a casa de praia um pouco distante de mim, já entediada. Saio do mar, caminhando até o local. Eu estava pingando, e, mais uma vez, pela consequência de ter sido extremamente afobada, eu esqueci a toalha. Por sorte, a Angelina notou esse pequeno detalhe, já que havia uma toalha azul marinho na maçaneta da porta. Solto um suspiro aliviado, envolvendo a toalha em meu corpo enquanto eu seco os meus pés no tapete antes de entrar na casa.
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Um caso com Angelina Jolie.
Ficción GeneralPor que alguém mediano foi escalado para uma papel tão alto como aquele? qual o motivo? e ainda por cima, uma brasileira? Cameron se pergunta isso, após receber um e-mail de Joachim Rønning. Ao longo dessa jornada, Cameron percebe que nada é por aca...