Após descermos do local em que estávamos, não demorou muito para que eu, Carol e Maria fôssemos embora. Alice havia me dado o seu número, e disse que era para nos conhecermos melhor, já que a mesma havia gostado bastante de mim. Eu apenas sorri enquanto peguei o papel, fazendo uma nota mental para adicioná-la quando chegasse em casa. Ela era uma ótima companhia, no fim das contas. Será bom tê-la como amiga.
-Eu estou exausta.- Maria confessa, pondo sua bolsa no sofá.
Eu havia convidado elas para passarem a noite aqui em casa, já que não fazíamos isso há séculos.
-Eu também.- Carol confessa, sentando no sofá.- Mas eu continuo em choque por ter descoberto aquilo sobre a Alice. Eu realmente não esperava.
-É...Pois é.- Maria concorda, retirando os seus saltos.- Ah, que alívio! É tão bom sentir os meus pés tocarem o chão.- Ela fala, suspirando. Não consegui conter o meu riso, pois eu sabia muito bem que não era exagero, e a expressão que a mesma fez tornou o momento muito mais cômico.
Lembrando da nota mental que eu havia feito há algumas horas atrás, eu pego o meu celular junto com o papel que Alice me deu, a fim de mandar um "oi, é a Cameron" antes de salvar o contato.
Após ter salvo o contato, uma notificação do Youtube me chama a atenção, me fazendo clicar rapidamente no vídeo. Acho que se pudesse voltar no tempo, eu teria avisado a minha 'eu' de segundos atrás para não fazer isso. Era uma entrevista de malévola 2, na qual estava apenas a Angelina e a Michelle Pfeiffer, aparentemente em Roma. Ela usava um vestido lilás, e o mesmo era um tanto...Diferente.
"Eu sinto falta de Aurora, que não está aqui conosco hoje" Michelle diz, e passado alguns segundos, o zoom que estava em seu rosto foi diminuindo, mostrando a Angelina, que por sinal não estava com uma cara tão boa. Seu semblante estava sério, ela estava séria. Um riso saiu de minha boca quase que instantaneamente ao me deparar com aquilo. Revirando os meus olhos, eu saio rapidamente do Youtube, voltando o meu olhar para as meninas, que me encaravam preocupadas.
-O que foi?- Ponho o meu celular na mesa, encarando o olhar das duas.
-Não sei, me diz você!- Maria fala, me fazendo franzir o cenho.- Do nada seu olho começou a lacrimejar.- Franzo ainda mais o meu cenho, tocando em minhas bochechas, que estavam molhadas. Eu nem havia me dado conta disso.
Percebendo a minha confusão, Carol decide falar algo para sair daquele clima, que começava a se instalar no local.
-Eu não sei vocês, mas eu estou doida para dormir.- Ela boceja, ao terminar sua fala.
-Óbvio que está!- Maria retruca.- Bebeu litros!
Solto uma risada sem nem perceber, provavelmente seja o álcool que ainda está fazendo efeito em meu corpo.
-Você é outra!- Maria fala ironicamente, me fazendo abrir a boca, fingindo estar ofendida.
-Eu não bebi nem três garrafas.- Me defendo, antes de seguir para o banheiro.
-Eu vou tomar um banho.- Falo, tirando o meu sapato.- Quando vocês forem tomar, podem pegar qualquer roupa lá no meu armário.- Eu me referia as roupas que eu não havia levado para as viagens. Elas não estavam sujas, pois dona Lurdes também cuidava das coisas por aqui.
Após todas nós estarmos limpas -E, provavelmente já sem nenhum efeito de álcool em nossos corpos-, decidimos assistir o primeiro filme que achamos no catálogo da Netflix.
-Eu te amo.- O rapaz fala, abraçando a garota, me fazendo bufar. Qual é, tinha que ser justamente um romance? Olho para o lado, e ambas estavam com os olhos marejados. Foi praticamente inevitável revirar os meus olhos.
-Eu também.- Ela confessa, encarando ele.
Volto o meu olhar para o filme, e ver aquela cena apertou o meu coração. Me levanto do sofá, seguindo para cozinha a fim de beber algo, mas antes que eu pudesse pegar um copo de água, o meu celular apita, chamando a minha atenção. Pegando ele, eu vejo que é uma notificação de Victor.
Oiiiii amiga! Perdão pelo horário, mas amanhã (hoje) você topa ir naquele parque? Acho que era perto da casa da sua mãe, parando para pensar...Enfim! Eu tava a fim de ficar ali na grama conversando e tals. Você topa? - Victor, 03:05 AM.
Um sorriso surge em meu rosto ao terminar de ler a mensagem dele. Eu não piso naquele parque há muito tempo, e eu sinceramente não sei o porquê de não ter ido lá desde o dia em que eu voltei para o Brasil. O parque tinha tudo o que eu gostava: Grama, árvore, lago, e acima de tudo, era muito bem localizado.
Claro! pode ser lá pelas 15:30?- Envio a mensagem, me contendo para não dar três pulinhos de animação.
Claro! Marcado então, amiga.- Victor, 3:09.
Voltando para a sala, as duas me encararam com o cenho franzido.
-Ih, que cara é essa, mona?- Carol pergunta, dando pause no filme, que por sinal já tinha acabado.
-Nada.- Falo, e o olhar de ambas me fazem respirar fundo.- Tá bom!- Falo rindo, me dando por vencido.- Victor me chamou para ir no parque perto da casa da minha mãe hoje.
-Hum..-É tudo o que Carol fala.
-Sério, faz muito tempo que eu não vou lá. Eu não vejo a hora de poder estar em contato com a natureza.- Faço uma pausa recuperando o meu fôlego, já que eu havia falado muito rápido.- Lá tem muitas borboletas lindas também. Eu me lembro até hoje de uma azul que eu vi.
-É, eu lembro de lá.- Maria se limita ao falar, e sem as duas esperarem, eu me jogo no colo de ambas, encarando-as.
-Parem de ficar assim. Victor é meu amigo, como vocês também são.- Dou um leve peteleco no nariz de Maria, fazendo com que a mesma reclame.
-Para quem estava mal...Até que está se saindo muito bem na sua recuperação.- Ela fala me encarando, pondo o meu cabelo atrás de minha orelha.
Solto um leve suspiro, olhando para o lado rapidamente. -Estou tentando, amiga.- Olho para ela novamente.- Acho que talvez a bebida tenha ajudado nisso- Confesso, soltando um leve riso.
-Ainda bem, porque teve vezes que eu achei que você ia desmaiar lá na balada.- Carol fala, dando um leve tapa em minha perna.
-É, isso...-Franzo o meu cenho, mudando de assunto- Ah, para!- Solto um riso, empurrando Carol com o meu pé.- A única coisa mais pesada que eu fiz foi virar a garrafa de Vodka. Nada mais.
-Ainda fico mal por não estar lá com você. Sei lá...- Maria fala, olhando para o nada.- Se não fosse a Alice, sabe se lá o que poderia ter acontecido, né? Tem muito maluco nesses lugares.
-É...-Faço uma pausa.- Mas graças a Deus ela estava por lá, e graças a Deus ela é uma boa pessoa.- Sorrio ao ver a expressão de Maria, totalmente irônica.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um caso com Angelina Jolie.
Ficção GeralPor que alguém mediano foi escalado para uma papel tão alto como aquele? qual o motivo? e ainda por cima, uma brasileira? Cameron se pergunta isso, após receber um e-mail de Joachim Rønning. Ao longo dessa jornada, Cameron percebe que nada é por aca...