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O barulho das máquinas chiava nos ouvidos, passos apressados incomodavam e as inúmeras vozes o faziam querer gritar até que a garganta rasgasse.

Dazai nunca odiou tanto os corredores de um hospital.

── Ei, 'Samu, acorda! ── Tachihara segurou o rosto de Dazai, procurando fazer o de ataduras prestar o mínimo de atenção nele ── se acalma, se desesperar não vai ajudar...

── Não é o Junichirou que tá naquela sala de cirurgia, merda! ── Dazai gritou quase que chorando, afastando as mãos do ruivo de seu rosto. Algumas pessoas olharam torto para os dois, mas não por muito tempo, logo se distraindo com os próprios problemas novamente. ── vai se foder, como você quer que eu me acalme?!

── Talvez se sentando e parando de arrancar os cabelos? Osamu, por favor...

Dazai observou as próprias mãos, vendo ali vários fios do seu cabelo ─ alguns até ensanguentados com a força que ele puxava, mas por conta da ansiedade, Osamu não era capaz de sentir a dor. O bolo na garganta aumentou e dificultou a respiração. Obedeceu Tachihara e se sentou na cadeira mais próxima, logo sentindo o ruivo entrelaçar as mãos com as dele, prendendo-as contra o metal gelado dos braços da cadeira.

── Ei, ei. Aquele exercício de respiração? Lembra? ── Sorriu gentil quando Dazai acenou positivamente. Afagou a costa da mão de Dazai com carinho, observando a tatuagem feita ali. Se sentia cuidando de uma criança. ── Eu te acompanho, ok?

Inspira, expira, vai ficar tudo bem.

Dazai andava um pouco à frente, as vezes um pouco atrás. Os passos dos dois não estavam exatamente sincronizados. Depois da rejeição brusca de Chuuya, o clima pesou e eles não trocaram mais palavras. Dazai se remoía em ansiedade, ele queria saber o porquê de Chuuya ter reagido daquela forma, o porquê de não ter olhado mais na sua cara, o porquê de parecer que estava prestes a chorar desde então. Mas ele não perguntaria. Não agora, não parecia uma boa hora.

Quando estavam se aproximando da casa de Chuuya, Dazai recebeu uma ligação de Atsushi.

── Sushi! ── Ouviu um crepitar ── aconteceu alguma coisa?

── Osamu... ── Tosses sujas soaram do outro lado da linha ── S-socorro!

── O que? ── Parou de andar quase de imediato, já acionando todos os alertas de emergência que podiam ter em seu corpo ── Atsushi, o que aconteceu?!

── Fogo, é fogo! Tava um cheiro estranho e... Tá tudo em chamas agora...

── Dazai, o que tá rolando? ── Chuuya perguntou um pouco tenso, mas o moreno não ouviu o que ele disse.

── Fogo?! Atsushi, você tá bem?!

── O que você acha?! ── A voz de Atsushi tremelicava, como se ele estivesse chorando ── o meu braço não para de sangrar e arde, arde muito! Alguma coisa caiu em cima e, se eu me mover, ele dói, pra caralho!

── Dazai, o que tá acontecendo?!

─ A-alguma coisa a ver com fogo... Um incêndio. O Atsushi t-tá ferido. ── O moreno tentou abaixar um pouco o tom para não soar que estava a beira de se desabar em lágrimas, sem sucesso ── A-atsushi, você tem algo pra cobrir o rosto?

Dazai conseguiu ouvir de soslaio Chuuya discar alguma coisa no próprio celular, mas não deu muita atenção pra isso no momento.

── Eu molhei... ── Mais tosses sujas ── ...Uma toalha do banheiro, mas não tá ajudando... Eu..

ᴛᴀᴛᴛᴏ ─ sᴏᴜᴋᴏᴋᴜOnde histórias criam vida. Descubra agora