Neve e Sangue ❄️ Jikook

❆ Capítulo 10 ❆

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❆ Capítulo 10 ❆
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    Alguns messes se passaram e desde então Jungkook ensinava o ômega a lutar e se transformar, que com as tentativas foi parando de doer e agora era mais rápido e fácil, ficando em segundos na forma original.

   O corpo do homem foi enterrado longe dali, onde nunca seria encontrado e o alfa se certificou de que não tinha mais nenhum humano pelas redondezas.

   Naquele momento estavam em forma de lobo, deitados sobre a neve gelada, mas o pelo grosso os protegiam do frio.

   Jimin estava deitado sobre a barriga do alfa, que lambia e cheirava sua cabeça e pescoço, marcando ainda mais seu cheiro no outro.

   O ômega estava quase dormindo pelos carinhos que recebia do mais alto e o olhava com os olhos sonolentos e pesados.

   Os olhos vermelhos dos lobos transmitiam toda a paixão e amor, cuidando e protegendo do seu amado.

   Jungkook cheirou os pelos macios com o cheiro forte dos dois misturados, mais um cheiro mais fraco e diferente chamou sua atenção.

   Se levantou chamando atenção do pequeno e começou a cheirar todo o corpinho, até parar onde o cheiro estava forte na barriga.

   Arregalou os olhos e encarou o ômega que o olhava curioso.

   O que foi Jun?

   O alfa apenas se deitou no chão e encostou o focinho contra a barriguinha, sentindo novamente o cheiro de girassol e melancia que tinha.

   Um filhote, meu amor, você está gerando nosso filhotinho.

   O que?

   Jimin então respirou fundo e sentiu o cheiro diferente. Lambeu a cabeça do alfa, que estava deitado sobre sua barriga e encarou os olhos vermelhos.

   Teremos nosso bebê alfa, uma misturinha nossa.

  Encostaram a cabeça uma na outra, deixando a barriga ainda pequena do ômega protegida entre os dois, felizes que teriam um pequeno para amar e cuidar.

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   Estavam sentados no sofá da sala, olhando o fogo queimar a madeira, iluminando e esquentando o local. Jungkook estava com a mão sobre a barriga plana e a outra em volta do ômega que estava deitado em seu colo.

   Já tinham conversado várias coisas sobre o filhotinho e arrumariam o quarto da frente para ele.

— Podemos ir amanhã comprar as coisas, minha flor.

— Quero ver as coisinhas e não vou poder ir depois que a barriga aparecer, homem humanos não dão a luz, vão saber que somos lobos.

— Vou te manter seguro, não se preocupe — beijou as cabelos macios e deixou a bochecha encostada ali — você e nosso filhote.

— Já quero saber se é menino ou menina. — colocou a mão sobre a grande do alfa, imaginando como seria o rostinho do pequeno em seu ventre.

— Podemos comprar algumas roupinhas também, tudo o que quiser.

   Se sentou no colo do maior, virando de frente para olhar o rosto do alfa. Colocou a mão sobre a bochecha e acariciou o local, sentindo as mãos em sua cintura e costa.

— Eu te amo.

— Eu amo vocês, minhas flores.

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   Alguns dias depois já estavam prontos para sair, na forma de lobo e levavam roupa para se trocarem antes de chegar.

   Corriam pela floresta branca, passando pelas árvores sem folhas pelo caminho e tomaram cuidado quando chegaram perto dos limites da vila, logo se transformando para humano e andando até o centro.

   O lugar era movimentado com vários comerciantes vendendo alimentos, roupas, móveis e outras coisas. Gritavam sobre seus produtos, chamando atenção de clientes que olhavam curiosos as coisas.

   Andavam entre eles, com o alfa ao lado do outro de forma protetora, atento a qualquer ameaça.

— Ali tem uma loja com roupinhas de bebês.

   Foram até elas, olhando as roupinhas bem pequenas e dobradas com várias corres e modelos, assim como mamadeira e chupetas.

— Com licença, posso ajudá-los?

   Uma mulher mais velha apareceu, olhando para os dois dos pés a cabeça e com um sorriso falso em seu rosto.

— Queremos comprar algumas coisas para um bebê recém nascido. — Jimin olhou novamente ao redor, encantado com as coisinhas.

— O bebê é de vocês?

  A mulher olhava desconfiada para os dois, fazendo o alfa discretamente se colocar no meio entre ela e o seu ômega.

— Não senhora, é para o filho de minha irmã que vai nascer — mentiu de forma descarada, sorrindo ainda mais falso para a humana, que pareceu relaxar um pouco pela mentira — ela não pôde vir pela gravidez avançada.

— Claro, claro, que pergunta besta a minha. Fiquem a vontade, qualquer coisa me chamem.

   Observaram a mulher sair e então voltaram a olhar as coisinhas, pegando roupinhas de várias corres, assim como fraldas, mamadeira e chupeta.

   Estavam animados para ver o filhote usando essas coisinhas, imaginando ele vestido com as lindas roupinhas que pegaram.

   Levaram até o caixa onde pagaram para a mulher que deixou a desconfiança de lado quando viu a dinheiro, dizendo que poderiam voltar sempre.

   Guardaram os produtos com cuidado na bolsa que levaram e o alfa colocou sobre o ombro, conduzindo o ômega para fora da cidade.

   Faziam a percurso de volta, passando novamente pelas pessoas até que o ômega e seu lobo se sentiam incomodados, como se alguém o tivesse olhando.

— O que foi? — questionou, sentindo pela marca o desconforto e olhou preocupado para o outro — sente algo, minha flor?

— Eu não sei, tem algo... — olhou ao redor, passando pela pessoas que nem sequer prestavam atenção, menos uma, que olhava fixo para o ômega — minha mãe... — sussurrou, agarrando a mão do alfa que também olhou para a mulher, que começou a recuar, logo saindo dali.

— Vamos, meu bem, precisamos ir.
   Passou o braço sobre os ombros pequenos e voltou a andar ainda mais alerta. Saíram da cidade, vendo apenas neve e árvores ao redor.

   Deixaram as coisas no chão e começaram a tirar as roupas para se transformar, quando barulhos de passos chamou atenção.

   Olharam em direção a cidade, vendo os pais do ômega e mais três pessoas vindo em sua direção. Os homem carregavam uma espada e a mulher desarmada logo atrás, sorrindo de lado.

— Que sorte te encontramos de novo, você deu bastante trabalho da última vez.

   Jungkook se colocou na frente do pequeno, com seus olhos em um vermelho intenso.

   Os cinco demostraram medo, mas logo ficaram encarando o alfa, com a ganância e a fome pelo poder e dinheiro os queimando por dentro.

— Ele é igual a você? Outro monstro? — a mulher sorriu largo, já imaginando a quantia de dinheiro que iria ganhar.

— Cale a boca — rosnou Jimin, seus olhos igualmente vermelhos e colocando uma mão sobre o ventre, o protegendo — O que querem?

— Não percebeu da última vez? Sabe quando dinheiro vocês valem? — disse o progenitor, sorrindo com a espada na mão — Ficaremos ricos e com menos monstros como você nesse mundo.

— Vocês são loucos.

   Jungkook segurou a mão do pequeno, sentindo o medo e o ódio o dominando. Olhava atento a qualquer ação dos três, pronto para matar qualquer um.

— Tivemos um filho uma vez, sabia? — perguntou a mulher, sorrindo debochada — nós o criamos com a amor e carinho, até que um dia ele se revelou um monstro, destruindo qualquer sentimento que tivemos por ele.

   O ômega se encolheu, pois nunca esqueceria aquele dia, não quando seus pais tentaram lhe matar. Estaria marcado em suas lembranças e em seu corpo.

— Aquela mulher lhe salvou bem na hora e agora está morta por sua causa.

   O alfa rosnou alto assustando os homens que começaram andar na direção dos dois, os cercando.

— Fique afastado, minha flor, cuidarei disso, tudo bem? — beijou a testa e colocou a mão sobre a barriga.

— Sim, tome cuidado.

   Se afastou um pouco, ainda com a mão em cima da barriga e olhou de longe o seu alfa se transformar em enorme lobo preto, rosnando alto para os homens que atacaram.

   Lançavam as espadas na direção do alfa, que desviava e atacava com unhas e dentes. Alguns vezes a lâmina afiada passava em si, mas sequer notava, focado em mata-los.

   De longe, Jimin olhava tudo preocupado e atento, dividido entre ficar e proteger o filhote e ir ajudar o alfa, por mais que soubesse que ele mataria todos, seu instinto de proteção falava alto.

   Os homens começaram a morrer, restando apenas dois, sendo um deles o homem que foi seu pai um dia.

   Atrás deles, viu a mulher começar a recuar, olhando assustada para a cena, andando para trás.

   A lembrança de sua avó e daquelas pessoas morrendo apareceu em sua mente e a vingança por eles voltou mais forte. Por causa deles, por causa dos verdadeiros monstros que levaram aqueles homens ali, dezenas de pessoas estavam mortas.

   Começou a andar até ela, com os seus olhos vermelhos transmitindo todo o ódio que sentia naquele momento.

   Parou frente a frente, olhando para o rosto parecido com o seu, mas com a alma tão podre.

— Por que? — a mulher não pareceu entender a pergunta, ainda andando para trás — Por que fez tudo isso? Pessoas inocentes morreram por sua causa.

   A mulher riu, andando mais um pouco quando a raiva e os olhos vermelhos tomou conta do rosto do ômega.

— Inocentes? Elas defendiam monstros como você, sua avó defendia pessoas como você, estão longe de ser inocentes.

— Por me proteger? Por saberem a verdade sobre nós? — andou na direção dela, sentindo seu corpo começar a transformar — Os verdadeiros monstros são vocês, que pensam que dinheiro vale mais do que vidas. Não se preocupe, pela primeira e última vez darei razão aos seus pensamentos sobre os monstros mamãe, vou vingar aquelas vidas que foram ceifadas por sua causa.

   Seu corpo se transformou, caindo sobre patas grandes na neve fofa, rosnando na direção da mulher que tremia de medo, tentando ser mais rápida e correr mais que um lobo.

   Jimin pulou em suas costas, enfiando as unhas e ouvindo o grito de dor.

— P-por f-favor.

      Enfiou as garras no pescoço da mulher, vendo a vida se esvaindo do seu corpo, até não restar mais nada.

   Voltou para onde estava o alfa, encontrando saindo de perto dos corpos e correndo até si.

   Está tudo bem?

   Sim, meu alfa, estamos bem.