Chapter 3

245 43 10
                                    

Dia 0 - Após o ataque

Imediatamente após ao atentado na escola, o diretor anunciou instantaneamente o cancelamento de todas as aulas da semana, em memória dos alunos que perderam suas vidas naquela manhã.

Milhares de repórteres estavam ali no local, alguns tentaram fazer perguntas ao atirador, mas a polícia não deixou, o adolescente de apenas 17 anos matou mais de 20 alunos com a sua arma, a identidades das vítimas será preservada enquanto a família ainda não for contatada.

Momentos depois de ser detido, o jovem conseguiu fugir e se atirou contra a rodovia, sendo morto ao colidir-se contra um carro, que o atirou bem longe, causando uma morte instantânea. A polícia acredita que o suicídio era planejado já que o motorista era outro adolescente de 16 anos.

...

As notícias corram rápido pela rádio local da cidade, os alunos ainda corriam para as suas casas. As famílias estavam ligando desesperadamente para os seus filhos e se dirigindo o mais rápido possível para a escola ou para os hospitais locais, onde recolheram um grande número de alunos feridos. Por mais que o atirador estivesse portando apenas uma arma, ainda existem especulações sobre ele não ter trabalhado sozinho.

Se isso é verdade? Talvez nunca saberemos. Nunca se sabe o dia de amanhã...

Harper Turner

Não consegui mais ver a Vada depois do que aconteceu. Mia fez questão de me trazer em casa, mesmo que eu tenha insistido em ir sozinha com a minha bicicleta. Por mais que a mãe dela adorasse conversar a todo momento, o caminho todo foi um completo silêncio, talvez por respeito ao ocorrido, ou talvez por ter percebido que aquele momento não era o melhor para se ter uma conversa alegre.

Só sei que agradeci mentalmente pelo silêncio, minha cabeça estava em branco desde aquilo e estava começando a me preocupar, meu coração ainda estava inquieto, porém eu mal conseguia o sentir batendo no meu peito. Era como se meu corpo inteiro tivesse sido anestesiado, mas ainda sim, permanecesse acordado.

Assim que o carro estacionou, agradeci a carona e  desço do carro, mas antes que eu pudesse ir, Mia me chama. 

— Promete me ligar? - Perguntou com um tom preocupado na voz.

Mia estava preocupada e com razão, ela tinha medo que o meu silêncio durante o caminho, significasse uma nova recaída. Talvez seja porque da última vez que eu resolvi me fechar e não falar o que eu estava sentindo para alguém, não deu muito certo e acabei fazendo coisas que me arrependo. Mas no exato momento, eu não sinto nada além de um vazio de sentimentos.

Ainda estou anestesiada.

— Prometo. - Olhei para ela com um sorriso.

Pude ver em seus olhos que ela ficou um pouco tranquila, isso me deixou feliz, era bom ver que ela se preocupava de verdade comigo. Ao ver que eu já estava de frente para a minha casa, o carro deu a partida, tirando as duas mulheres dali, me deixando sozinha.

Observei o carro se afastando para longe, Mia não tirou o olhar de mim em nenhum segundo. Seu olhar ainda parecia preocupado, apesar do que prometi. Sorri para ela novamente, tentando a tranquilizar enquanto acenava para ela como forma de despedida. Tenho certeza que se eu tivesse demorado mais um pouco naquele carro, ela teria me puxado a força para ficar na casa dela.

My Serotonin - Vada CavellOnde histórias criam vida. Descubra agora