003 | Ruídos Familiares

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E V E L Y N
H A Y E S

Hoje fez uma semana desde o jantar que vi Anton, e de quebra, ainda descobri que ele é parente de Ravi.

Mesmo que sejam primos e que não se dão bem, ainda são parentes, e isso é uma merda.

Estou trocando mensagens com ele pelo celular que ele me deu.

A senhora Jones, uma senhora que trabalha aqui desde quando Ravi é pequeno, me falou que ele preferiu não ter laços com a família russa e ficou apenas com o sobrenome de seu pai, que é Valentini.

Sua mãe, Sofya Petrov, nunca teve uma relação boa com os filhos, pois todos, incluindo Ravi, nunca acharam ela uma boa mãe. Sofya morreu de câncer quando Ravi tinha quatorze anos, então ele quis tirar o "Petrov" de seu nome e ficou apenas com o "Valentini".

Ele me contou isso há alguns meses, quando me falou o sobrenome, eu preferi não acreditar que ele tinha uma ligação familiar com Anton, quantas pessoas no mundo tem o mesmo sobrenome e não são parentes? Muitas, mas, infelizmente, os dois são parentes.

Quando meu marido estava bêbado, ele acabou me contando que nunca gostou dos primos russos, e também me disse o motivo, os russos são mais ricos, mais conhecidos e as máfias são maiores e mais poderosas. Resumindo: Os primos dele são mais poderosos, ele é apenas a sombra do pai dele e dos irmãos mais velhos e morre de inveja por isso.

E quando ele me contou, ele completou com "Mas todos eles são solteiros e fracassados no amor, eu tenho uma vadia gostosa só para mim." Quando me dei conta de como ele se referiu a mim, senti tanto nojo.

Ele nunca me respeitou, sempre me viu como um objeto ou algum tipo de prêmio.

Hoje é sábado, dia de folga para alguns funcionários, e, como senhora desta casa, dei folga para dona Marta. Ela já é uma senhora de idade, precisa descansar.

Desde que Anton apareceu de novo, me senti melhor, nosso beijo melhorou muitas coisas em mim.

Estou com um vestido rosa bebê de seda, acabei de acordar depois do cochilo que tirei depois do almoço e Ravi não está em casa, mas seus irmãos mais velhos estão.

Passei pela sala, seguindo em direção à cozinha e abri a porta esquerda da geladeira, pegando alguns ingredientes e colocando no balcão.

Sempre gostei de cozinhar, é bom provar meu próprio tempero e também esqueço que estou rodeada de pessoas tóxicas.

Fiquei de costas, começando a cortar as frutas para fazer uma salada e senti uma mão parar em minhas costas.

- A senhora Valentini na cozinha? Onde está Marta? - sua voz grossa invadiu todo o lugar silencioso.

Sua mão desceu para minha cintura e um beijo foi depositado em meu ombro nu. Afastei sua mão do meu corpo e o olhei.

- Kaleb, se seu irmão te ver me tocando assim...

- Ele não fará nada. Até porque o irmão mais velho sou eu, e ele é um puto sortudo pra caralho por ter uma mulher gostosa como você em casa. - me interrompeu.

- Querendo a mulher do nosso irmão? Que coisa feia, Kaleb. - Juan entrou na cozinha, abrindo uma garrafa de cerveja com os dentes.

- A canadense é bonita mesmo.
- Alexandro disse, espionando o que estou cozinhando. - Estou morto de fome, o que está fazendo, linda?

Eu definitivamente tenho uma invasão de irmãos idiotas na minha cozinha... idiotas, menos Alex e Juan, eles tem a personalidade completamente diferente da de Kaleb e Ravi.

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