013 | Quebra de Confiança

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E V E L Y N
H A Y E S

E agora eu me dei conta que meu relacionamento está afundando, como se fosse uma pedra sendo jogada na água.

Quando o encontrei aquele dia na casa de Ravi, fui completamente ingênua ao acreditar que ele estava me esperando, mas não estava, ele estava com a maldita noiva.

Isso me deixa paranoica, não reconheço mais a Evelyn que disse que às vezes as paranoia podem não ser fundamentais, algo me diz que as minhas são, a intuição de uma mulher nunca falha.

Eu odeio me sentir insuficiente assim, odeio esse sentimento que me faz querer gritar e sair correndo até eu me sentir melhor novamente.

Guardei meus esmaltes na bolsa e guardei ela no guarda roupas, Anton saiu do banheiro enrolado em uma toalha e os cabelos molhados.

— Bom dia. — ele falou. — Como você dormiu?

— Bom dia! Bem, muito bem.

Abri a porta do quarto para sair, Anton me chamou e eu o olhei.

— Evelyn, o que você tem?

— Cansaço, Anton. Não se preocupe.
— sorri fraco e sai do quarto.

Como eu disse, afundando.

Essas crises devem ser normais em relacionamentos, se é que eu posso chamar isso de relacionamento. Acho que desentendimentos sejam apenas um desafio para os dois envolvidos.

Talvez estejamos sendo testados, ou talvez Anton esteja esperando de mim aquilo que eu não consigo oferecer agora, sexo.

Nos conhecemos adolescentes, típicos adolescentes que não conseguiam esperar a maioridade para ter relações, Anton e eu sempre queríamos aquilo, mas hoje, não sou mais a Evelyn de dezesseis anos.

Isso me desgasta, Anton pode procurar isso em outra mulher agora, isso mexe com a minha cabeça.

— Olha por onde você anda. — Asafe pegou as chaves que derrubei.

— Você só está de pé agora por minha causa, caso contrário, estaria jogado em uma cama completamente fraco.

— O que?

— Asafe, te dei comida ontem, você estava realmente muito bêbado.

— Você não me deu comida, eu comi sozinho.

— Sozinho? Você não conseguia nem segurar a colher direito!

— Está dizendo que deu comida na minha boca?

— Você não é menos homem por isso, russo.

Asafe balançou a cabeça negativamente com as duas mãos na cintura, me tirando uma risada bastante sincera.

Ele levantou os óculos escuros e colocou as chaves no bolso da jaqueta, olhando para mim.

— Eu não me lembro disso.

— Mas eu me lembro.

— Se eu não me lembro, não aconteceu.
— ele piscou para mim.

Asafe acabou de piscar para mim.

— Canadense mentirosa.

— Russo criancinha.

— Eu vou te expulsar da minha casa, que mulher folgada.

Coloquei minhas mãos na cintura e balancei a cabeça, imitando Asafe agora e fiz uma careta com a língua.

Asafe deu um peteleco na minha língua e olhou para Roman, vindo para cima dele como se soubesse todos os seus pecados.

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