capítulo 9

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Aidan.

  — O que vamos fazer?

  — Primeiro preciso confirmar uma coisa. Depois eu vejo o que vamos fazer.

  Os corredores do laboratório pessoal de Irving eram um tanto frios e repetitivos. O prédio todo era frio e repetitivo com alguns padrões que imitavam correntes de água.

  Depois de abrir mais uma porta encontramos o Protetor de cabelos azuis.

  — Sai da–

  Uma explosão cortou o Protetor no meio da frase e o impacto fez o prédio todo tremer. Alguns cientistas no corredor se desequilibraram mas logo em seguida continuaram andando normalmente. Não sei se fico aliviado ou preocupado com isso.

  — Irving, preciso que você me faça um favor. Olhe o fluxo interno de magia do Aidan depois–

  —Tá, tá. Eu sei o que fazer. Traz o moleque.

  Irving nos guiou até outra sala que tinha uma tranca de digital. Dentro dessa sala havia uma cadeira no centro e vários equipamentos nas paredes.

  — O que a gen–

  — Senta aí moleque, não tenho o dia todo.

  Depois de me arrumar na cadeira o Protetor desligou as luzes. As pedras de cada um deles ainda brilhavam levemente. Tirando os óculos, os olhos azuis de Irving ficaram nítidos na escuridão brilhando como lâmpadas.

  — Cicle magia pelo corpo e libere em pulsos de dez em dez segundos.

  Fiz o que pediu durante o restante da próxima hora. De repente eu tomei um choque no braço esquerdo e me levantei com um pulo da cadeira.

  — Que porra é essa?

  — Senta lá de novo.

  — Não!

  — Senta lá.

  Irving me empurrou até a cadeira e dessa vez me amarrou não dando espaço para me mexer. Como um último apelo eu olhei para aquela que deveria ser minha tutora. A resposta dela foi apenas devolver um olhar frio e sem emoção.

  Várias descargas elétricas foram realizadas, cada uma mais forte que a anterior, e depois de cada uma eu precisava liberar pulsos de magia e me curar. Essa tortura nada velada durou por mais tempo do que gostaria até ser desamarrado.

  — Preciso analisar tudo, tirem o dia de folga ou façam qualquer desgraça que planejaram.

  De volta aos corredores eu ainda estava me curando de algumas queimaduras.

  — Não acredito que me deixou ser torturado.

  — Não era tortura e você se saiu bem. Quer comer alguma coisa como recompensa?

  Ainda estava com raiva de ter sido traído mas realmente sentia fome. Fomos até um restaurante próximo mas Avani não pediu nada. Achei estranho mas não era problema meu.

  — Mais alguma coisa?

  — Não, estou satisfeito.

  — Nesse caso, vamos voltar para o Palácio. Seu treino vai ser puramente físico enquanto a análise do Irving não chega.

  — Oi!

  A voz, seguida pelo abraço me assustou e levantou uma sobrancelha da Protetora. Quando me virei vi quem era e me levantei, Avani também se levantou e me olhou quando saímos.

  — Quem era?

  — Achei que conhecia.

  — Conheço, mas as pessoas costumam tratar Avena de uma forma bem mais receptiva e agradável.

Guerra De Três LadosOnde histórias criam vida. Descubra agora