capítulo 13

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Mariel

  Minhas mãos estavam suando frio, eu tremia tanto que não conseguia pentear meu cabelo. Aria se aproximou e tomou o pente da minha mão com carinho.

  — Não sabia que tinha tanto medo de aparecer em público, ontem parecia tão bem com isso.

  — Não é medo, desconforto seria mais adequado.

  — Se quiser desmarcar a gente dá um jeito.

  — Não.

  Seu olhar no espelho foi duvidoso mas ela cedeu, eu já estava pronta de qualquer maneira. Vestido vermelho com as costas abertas e salto alto era minha vestimenta, não era o que eu queria usar mas seria melhor para a ocasião. Não sabíamos como o público reagiria então era fundamental que fossemos o mais padronizados possível, para isso eu estava usando uma luva branca na mão esquerda para tapar minha pedra.

  Quando terminou de pentear meu cabelo Aria começou a me maquiar. Meu olhar vagou para qualquer lugar para tentar me distrair, acabei olhando a roupa de Aria. Sua maquiagem estava perfeita, seus olhos verdes como esmeralda eram destacados pelo vestido branco e sombra levemente escura. Seus lábios vermelhos também possuíam um leve brilho, antes que eu fizesse mais divagações sobre a beleza divina em minha frente ouvi Igni rindo.

  Qual a graça?

  Nada, nada.

  — Como você consegue usar isso tudo todo dia?

  — Não é todo dia, só em ocasiões mais especiais. Como estamos muito em cima da hora vai ter que se acostumar, da próxima vez vou avisar Avena das suas preferências. Não se mexe.

  Depois de finalizar tudo fomos até o pátio, um carro já estava esperando com Avani no volante. De onde estava eu conseguia ver uma calça preta justa com uma camisa e jaqueta mais escuras com bordados dourados. Ela não estava tão extravagante mas ainda sim bonita, seu cabelo chamava a atenção pela hidratação.

  Meu irmão estava bem arrumado com uma roupa básica, camisa vermelha por baixo de uma branca desabotoada com calças pretas. Até seu cabelo estava arrumado dessa vez, normalmente ele deixa cada fio tomar seu rumo mas desta vez estava organizado. Seu colar, que ele usava para se distrair de vez em quando, estava pendurado no pescoço como qualquer joia.

  — Quem é você e o que fez com meu irmão?

  — Posso retribuir a piada?

  — Fica quieto.

  Chegando na emissora as ruas começaram a ficar lotadas de pessoas, a maioria tirando fotos do carro. A cada câmera eu agradecia o vidro escuro.

  — Fiquem perto, costumam aparecer pessoas... sem noção do ridículo.

  — Sim senhora. Vem cá, como vamos abrir caminho por aquilo tudo de gente.

  Antes de Avani responder uma pessoa de armadura negra apareceu entre a multidão. As pessoas automaticamente abriram espaço desde a porta do carro até a emissora. A pessoa era gigante, sua armadura me lembrava a de Eira, mas as linhas em sua armadura não eram brancas e sim douradas.

  Descemos do carro, primeiro as Protetoras e depois eu e meu irmão, a euforia das pessoas cresceu abruptamente. Apesar de não haver guardas ninguém realmente chegava perto, todos preferiam tirar fotos e gritar perguntas.

  Quando entramos de fato no prédio fomos recepcionados por um homem que nos guiou pelo prédio.

  — O que a gente responde se perguntarem de onde viemos?

Guerra De Três LadosOnde histórias criam vida. Descubra agora