𝐎 𝐂𝐞𝐦𝐢𝐭𝐞́𝐫𝐢𝐨

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𝐋𝐚𝐥𝐢𝐬𝐚 𝐌𝐚𝐧𝐨𝐛𝐚𝐥

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𝐋𝐚𝐥𝐢𝐬𝐚 𝐌𝐚𝐧𝐨𝐛𝐚𝐥

   Jungkook está diante de mim com seu casaco azul escuro do time de futebol, que esconde a camiseta vermelha do treino, segurando um guarda-chuva e com a outra mão no bolso do short preto. Não vejo nada além do que ele é: um garoto rico, atleta e cheio de classe.

Parece tranquilo, como se não tivesse acabado de quase me matar de susto. É a primeira vez que fico frente a frente com ele dessa maneira, sua altura me intimida e seu olhar me atravessa, intenso e congelante.

— Você me assustou — digo em tom acusador, com a mão no peito.

Ele não responde, fica ali me observando em silêncio.

Passam alguns segundos que mais parecem anos, até que um sorriso brincalhão surge em seus lábios carnudos.

— Você mereceu.

— Por quê?

— Você sabe por quê.

Ele me dá as costas a caminhar de volta aos mausoléus.

Ah, não, sem chance de eu ficar sozinha.

— Espera!

Corro atrás dele, que me ignora; mas aparentemente não se incomoda que eu o siga feito um cãozinho perdido.

Jungkook chega a um clarão e senta sobre um túmulo, colocando de lado seu guarda-chuva. Fico ali parada olhando que nem uma idiota. Ele tira do bolso um maço de cigarro e um isqueiro. Não me surpreende, sei que ele fuma.

Que tipo de garota obcecada eu seria se não soubesse disso?

Ele acende um cigarro e dá uma tragada, deixando a fumaça branca sair lentamente da sua boca. Seus olhos estão voltados para a paisagem à frente, e ele parece absorto em pensamento.

Então ele veio aqui para isso?

É uma longa caminhada só para fumar. Se bem que faz sentido, afinal seus pais não gostariam de saber que o filho de ouro e esportista fuma, e sei que ele faz isso com muita cautela e às escondidas.

— Vai ficar aí parada a noite toda?

Como uma pessoa tão jovem tem a voz tão fria?

Sento num túmulo em frente a ele, mantenho certa distância. Seus olhos se fixam em mim enquanto ele solta a fumaça. Engulo em seco, não sei o que estou fazendo, mas não tenho como ir embora sozinha nesse escuro.

— Só estou aqui esperando você para não voltar sozinha. — Sinto necessidade de esclarecer por que ainda estou aqui.

A luz das pequenas luminárias laranja do cemitério se reflete nele, que me lança um sorriso torto.

— O que você está fazendo aqui, Lalisa? — Escuta-lo dizer meu nome provoca uma estranha sensação oscilante em minha barriga.

— Vim visitar um parente.

𝐀𝐭𝐫𝐚𝐯𝐞́𝐬 𝐃𝐚 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐉𝐚𝐧𝐞𝐥𝐚 - ˡⁱˢᵏᵒᵒᵏOnde histórias criam vida. Descubra agora