Capítulo 29

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- tá bom... - Sn dá um suspiro. - eu vou falar como lá era, eu não sei se mudou muita coisa.
Bom quando eu morava lá, era bem mais... Agitado vamos dizer assim, lá não é um país que tem muita guerra e nem tragédias ambientais, tipo tsunami ou terremoto. Era agitado no sentido de convivência, o Brasil tem um alto número de turistas, as pessoas vão lá pra curtir são apenas passageiros e não sabem o que realmente é viver lá. Ele é um país que tem muita desigualdade social, onde uns podem fazer algo e os outros são apenas pessoas que não servem pro tipo de trabalho. Tem muito preconceito, racismo, discriminação, roubo, vitimismo....

- é um país fodido então. - eu a corto.

- não exatamente... Isso é apenas uma parte do que a maioria da população de lá falam.

- então por que continuam lá? Reclamam tanto e não fazem nada a respeito.

- bom... Aí que tá... Alguns são por falta de dinheiro, não tem a grana necessária pra viajar pra fora do Brasil e muitos tem família o trampo que eles fazem não ganha todo o dinheiro necessário pra poder carregar todo mundo. Mas na real mesmo se tivesse, acho que não opitariam por sair de lá... Por mais que haja muitos problemas, é um país bom pra viver, justamente por não haver guerra, desastres naturais, e ter um clima tropical.

- beleza Sn, entendemos o que o Brasil pode ser... Mas agora, como você vivia lá?

- cês tem certeza que querem saber sobre isso? Que assim, eu não passei muito tempo por lá então eu não-

- desenbuxa, anda pode começar a falar.

- tá bom, eu morava em uma favelinha... Não era lá de perigosa só que... Se não ficasse esperto, o risco de ir de arrasta pra cima ficava em um meio termo. Eu nunca tive vergonha de falar que morava lá, mas também não tinha orgulho disso, nunca aparentei morar em um lugar desse. Quem olhava pra mim no colo de minha mãe ou pai imaginava que eu morava no centro da cidade naqueles apartamento chiquérrimo e que era toda mimada, tinha tudo o que queria na hora que queria, nunca foi assim pra falar a verdade mas também nunca fomos de passar necessidade ao ponto de pedir emprestado dinheiro a alguém, tínhamos uma boa renda lucrativa. - ela explica - eu entrei na escolinha um pouco mais cedo do que as outras crianças, e como sempre, bem vestida, educada, e nunca fiquei desleixada. E isso acabou trazendo muita pessoa falsa pra perto de mim e da minha família. Eu fui fazer a minha primeira festa de aniversário de 4 anos, lá em casa, sempre fizeram em salão de festa. Foi bastante gente e foi lá que vi que me tratavam diferente e passei a contar isso para os meus pais que me disseram pra não ligar e não correr atrás também porque se eles não tinham a consideração de ser bons amigos pra mim, eu também não precisava de ser isso também. E quando comecei a me afastar, começaram a estranhar e perceber que eu já não era a mesma pessoa e que tratava com indiferença igual faziam questão de me tratar. E eu aprendi com isso sempre ser quem eu realmente sou, pra não passar a imagem de algo e quando me conhecerem se afastarem de mim, até o meus 6 anos de idade que vim pra cá, me expressava desse jeito com as pessoas de lá.

- agora entendi porque sempre foi tão aberta com todo mundo. - Angry fala

- nem sempre nuvensinha... Eu também aprendi a observar a pessoa pra ter essa confiança e liberdade. Tirando a parte dos seres vivos falsos, a minha infância lá foi ótima, todos os finais de semana nós saímos pra passear, depois das aulas normalmente na quinta e sexta agente ia pra casa da minha vó, onde morava os meus tios também e fazíamos coisas diferentes pra comer, a maioria das vezes era churrasco ou algo que sustentava. Era muito bom! Esquecia do mundo em volta e aproveitava bem o momento.

- é.... Acaba que a vida te compensou bem, né não? Tinha gente falsa? Óbvio. Mas tinha uma família ótima e que sempre te deram do bom e do melhor. - falo. - Sn tem parentes aqui?

- só a minha vó materna e minha tia.

- sabe depois eu quero ir pro Brasil com você só pra conhecer sua família e como é lá.

- qualquer dia agente conversa com meus pais e com sua mãe e marcamos de ir lá.

- Sn em que parte do Brasil você morava? - Angry pergunta

- acho que era na sudeste se não me engano... Não lembro muito bem. Gente tá ficando tarde, cês tem que ir pra casa pegar as suas coisas.

Realmente tínhamos ficado bastante tempo conversando, não vi as horas passando e estava escurecendo.

- bom, então vamo! Você vai vim junto Sn. - falo levantando e puxando ela junto.

- e quem vai arrumar aqui?

- quando agente chegar nós arruma.

- vem Angry? - ela chama

- vamos...

Durante o caminho, por conta da presença de Sn, Angry não tocou no assunto que queria saber.

Chegamos em nossa casa, eu e Angry subimos pro quarto e finalmente ele abriu a boca pra falar o que eu queria...

- Smile, sobre mais cedo

- eu quero que explique tudinho, não ficaria tão broxa só de olhar Sn do nada... A não ser que ela tenha feito ou falado alguma coisa.

- da pra falar baixo? - acho que meu irmãozinho não quer que essa conversa vase.

- por que? Os únicos aqui são eu e você.

- tem Sn lá em baixo, tonto! E do jeito que você é, é capaz dela escutar.

- e qual é o problema? Não foi com ela o que aconteceu?

- não, não tem nada haver com ela. Na real é coisa minha mesmo.

- entendi... Tu ficou de pau duro e ficou com vergonha?

- escroto! Não tem nada haver... Aliás, não teria nem como, é Sn Smile! O único aqui que consegue pensar em algo nojento assim com ela é você.

- aí, se consegue saber no que eu penso você também não tá tão inocente assim não viu!

- ai... Fala sério.

- mas cê vai me contar ou tá difícil?

- não vou mais não. Depois do que você disse, é estranho pensar que fiquei daquele jeito só por conta disso.

- agora você vai falar por bem ou por mal. Pode começar.

- quero ver me obrigar!

- então tá, aposto que se eu inventar uma mentirinha tosca pra Sn sobre você ter ficado daquele jeito...

- você não se atreva, dependendo do for falar com ela, eu nunca mais vou conseguir olhar pra cara dela sem querer me esconder. E eu não vou te perdoar, pode ser meu irmão, mas não significa que tem o direito de tal ação. - acho que acabei fazendo ele se alterar um pouco.

- se você não me contar essa vai ser a medida que eu vou tomar.

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Hoje o capítulo saiu mais tarde, tive que terminar por agora... Mas tá aí espero que gostem.

Hoje eu não tenho muita coisa pra dizer sobre o capítulo, então vai ficar por aqui mesmo, hoje o meu dia foi agitado.

Beijos anjos ❤️

𝙰𝚖𝚘𝚛 𝚍𝚎 𝙸𝚗𝚏𝚊𝚗𝚌𝚒𝚊 - 𝚂𝚘𝚞𝚢𝚊 𝙺𝚊𝚠𝚊𝚝𝚊 (𝙰𝚗𝚐𝚛𝚢)Onde histórias criam vida. Descubra agora