Capítulo XIV - O Detetive

11 4 0
                                    

۝ Kurai ۝

- O bicho ruim, saí pra lá! - Reclamei enquanto dei um empurrão no Mitsuo quando ele voltou.

- Que foi, idiota? - Ele me encara.

- Nunca mais vá à casa daquela louca! - Falo.

Mitsuo me encara surpreso, Rafaela aparece atrás de mim.

- Ele tomou o suquinho de caqui que estava há um mês na geladeira - Ela explicou.

- Só agora essa tirana me avisa! - Bato o pé.

- Não diga isso! - Mitsuo reclama.

- Ah, fica quieto seu cupido adocicado! - Reclamei e andei até a porta.

- É o que?! - Ele grita. - Pois fique sabendo que eu pelo menos sei acertar flecha melhor que você! O senhor esqueceu-se da...

- Não envolve ela na conversa, ou vou considerar a sua pessoa como covarde!

- Ah, ela não pode, mas a Rafaela pode?! - Ele diz, enquanto fecha a porta atrás dele.

- A Rafaela participou disso!

Escutamos o barulho de milho estourando.

- Uh? - Olhamos para a cozinha.

Rafaela estava trazendo um pote cheio de pipoca.

- Querem? - Ela oferece.

Ficamos os dois encarando-a. Sem falar nada.

O Gayan estava certo, eu tenho que parar de ver o clichê do ano!

- Obrigado... - Nós dois falamos.

E se sentamos no sofá junto com ela. Cada um dos dois lados, cada vez que eu e o Mitsuo trocamos o olhar, ficávamos ameaçando um ao outro com um poder telepático chamado de “ Cara Ingrata ”.

- Pessoal, não sei se vocês repararam mas, a bacia de pipoca não aguenta o bamboleio.

Olhamos, realmente a briga causou um dos maiores desperdícios de pipoca do ano. Eu e Mitsuo ficamos um pouco envergonhados.

- Nós perdoe, Rafaela... - Comecei.

- É, não vamos fazer mais isso - Mitsuo diz.

Ela suspira.

- Tudo bem. Eu vou buscar mais pipoca. Eu espero que, ao voltar, nada de errado tenha acontecido! - E saiu.

Você acha mesmo que nós obedecemos?

Mal Rafaela sumiu da nossa vista, Mitsuo e eu nos encaramos como dois cachorros em território inimigo.

- Então, você vai embora quando? - Ele me pergunta.

- Vou quando quiser - Respondo.

۝ Rafaela ۝

Olhei para Mox, ele não sabia o que dizer, o novo colar, que desta vez era um pingente de cor verde, uma esmeralda linda, que se iluminou ao primeiro toque solar.

- Tem certeza, Rafaela? - Perguntou Mox.

- Claro, eles estão distraídos.

Lua De Sangue ( Livro 1 )Onde histórias criam vida. Descubra agora