04| sapatos vergonhosos

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Bill Kaulitz
Londres, 2009

Acordei com a sensação do meu corpo colidindo com o chão, o que não era parte do meu sonho em um campo de flores, eu realmente havia caído da cama. Abri meus olhos ouvindo a voz de Tom rindo, ele me empurrou no chão, ele quer me matar

— caiu que nem uma jaca- fala entre risos- por que não gravei isso?

— idiota- falo me levantando com certa dificuldade enquanto me apoiava na cama- para que isso?

— hora do café da manhã, os meninos já estão lá

— por que não me acordou que nem uma pessoa normal?

— eu tentei, mas você dorme que nem uma pedra- da de ombros- não tive outra opção

— então vamos logo

Meu dia não começou como o esperado, graças ao meu irmão

Eu estava com preguiça de fazer qualquer coisa, talvez seja a quantidade exagerada de whisky que ingeri na noite anterior, continuei bebendo depois que levei Lilith até seu quarto. Era meu momento silencioso de pensar

A dor de cabeça que eu sentia era inevitável, parecia que ia explodir, o que realmente podia acontecer, assim acabaria logo com a dor

No banheiro, enquanto escovava o dente e olhava minha cara cansada no espelho, pensava seriamente se eu tomaria banho antes ou depois do café da manhã. Tom me mataria se eu o atrasasse para o café da manhã, Georg me mataria se eu atrasasse a banda inteira para a ida ao estádio e resolvesse os últimos detalhes do show de hoje

O que dói menos? Um soco de Tom ou Georg?... Definitivamente, Georg

Além do soco menos dolorido, outro fator que pode influenciar a hora do meu banho é quem eu posso encontrar no café da manhã

— vou tomar banho!- falo alto ainda com a escova de dente na boca

— vai se foder!- ele responde no mesmo tom

...

Eu me considero um cara muito atraente, quero dizer, estou sempre bem arrumado até nas roupas mais simples, não era diferente no café da manhã de hoje. Vestia uma blusa preta de mangas compridas, calça jeans e um cinto, ambos da mesma cor da blusa. Infelizmente, Tom, não permitiu que eu fizesse a maquiagem habitual, saiu me puxando assim que terminei de passar o perfume

— finalmente- Georg diz vendo a gente se aproximar- sorte que ainda dá tempo de tomar um café da manhã

Não me importava com o café da manhã, na verdade, estava pensando no banho que tomei, a água estava quente, diferente do clima frio do lado de fora. Eu, particularmente, gosto de me sentir no inferno enquanto tomo banho

— você está diferente- Gustav diz com um sorriso risonho

— por que?

— está com cheiro bom, diferente do habitual- ele responde

— e você fica melhor sem maquiagem- Louis complementa sem desviar a atenção do celular

— tá, tanto faz- dou de ombros e caminho até o buffet

Hoje eles tiraram o dia para me humilhar, por que faziam isso?

A comida desse hotel cheirava bem e parecia muito apetitosa, raramente encontrava algo assim. Um hotel tão luxuoso, deve ter um chefe de cozinha de qualidade, diferente dos hotéis simples que frequentavamos no começo

Coloquei a bandeja em cima da bancada e o prato em cima dela, assim, comecei a me servir

— oi Bill- ouço uma voz feminina vindo de atrás de mim

AUTOMATIC 2| Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora