03| amante de japones

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Bill Kaulitz
Londres, 2009

Era tão bizarro pensar que daqui a alguns segundos estaríamos fazendo um show para milhares de pessoas em um dos maiores estádios do mundo

Até alguns anos atrás estávamos montando nossa primeira música e usando aquela garota, que até hoje não sei o nome, como cobaia

Em Londres iríamos fazer três shows devido o alto interesse dos público, após isso, partiremos para Paris

— estão prontos?- o produtor pergunta e nós confirmamos com a cabeça- Gustav, entra

Desejamos boa sorte para o garoto que agradece e vai correndo até o local que estava sua bateria. Deu para ouvir os gritos das fãs assim que ele aparece e logo se aumentaram quando ele começou a tocar

— vai, Tom

Tom entra correndo com sua guitarra, atraindo gritos mais altos ainda. Olhei para trás e estranhei Georg não estar lá

— cadê ele?- pergunto para o produtor que aponta para o palco

Georg tinha acabado de entrar pelo o outro lado. Os três faziam a introdução da música  enquanto eu esperava nervoso do lado de fora. Assim que finalizada, entrei ouvindo o som de todas aqueles fãs loucos que gritavam pelo meu nome e dos outro meninos

Automatic!

Automatic!

Me posicionei na frente do microfone e olhei para toda plateia antes de começar a cantar, mas meus olhos se prenderam nos dela

Ela estava lá novamente, junto com suas amigas que gritavam e cantavam animadas, mas ela tinha seus olhos presos nos meus também, como se tivesse hipnotizada

You're automatic
And your heart's like an engine
I die with every beat

Naquele momento consegui me lembrar de quem era e vários flashbacks passavam pela minha mente, principalmente os momentos que acarretaram nossa separação

You're automatic
And your voice is electric
Why do I still believe?

De certa forma, não conseguia tirar meus olhos do dela e percebi que acontecia a mesma situação com ela

It's automatic
Every word in your letter
A lie that makes me bleed

Minha voz começou a ficar trêmula assim como minhas mãos, meu coração batia rápido, mais do que o costume em um show. Eu precisava parar de olha-la, mas eu não conseguia

It's automatic
When you say things get better
But they never!

Consegui finalmente quebrar o contato visual e olhar para suas amigas, sorri e acenei para elas que gritaram mais animadas ainda

Soltei o microfone do pedestal e caminhei um pouco mais para frente, continuei minha performance normalmente, tentando não olhar para a garota, o que era uma tentativa falha

O show durou horas e eu confesso que soltava alguns sorrisos ao ver ela se divertindo com suas amigas

Alguns dias antes dela ir embora de Magdeburgo, eu tinha ganhado um celular novo e a primeira coisa que fiz foi dar meu número ao seu padrasto e pedi para que ela me ligasse assim que me perdoasse, isso nunca aconteceu

AUTOMATIC 2| Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora