AUTOMATIC 2| Bill Kaulitz

14| Boa mãe

Bill Kaulitz
Magdeburgo, 2009

A cada passo que eu dava meu irmão perguntava se eu estava bem e minha resposta era sempre a mesma. "Sim", eles estranharam o fato de eu não ter demonstrado tristeza em nenhum momento, mas eu realmente não sentia nada. Georg, Gustav, Jake e até Greg e sua "mini gangue" vieram me visitar para dar seus pêsames, mas ainda não entrava na minha cabeça o porque de estarem fazendo isso, era como se nada tivesse acontecido, mesmo que o funeral seja hoje a noite

— chegamos- Tom comunica abrindo a porta e dando espaço para a dupla atrás passar

— cuidado- minha mãe diz ajudando Louis a andar com as muletas

— obrigado, senhora Kaulitz- ele diz com um leve sorriso

Louis passou uma semana no hospital desde que foi dado como vivo, não visitei ele nenhum dia, meu irmão e minha mãe acharam que eu ia sofrer muito se eu fosse para lá. Não cheguei a ver o corpo de Lilith, talvez por isso que eu ainda não tenha aceitado o acontecido

— oi- o garoto olha para mim e eu apenas aceno com a cabeça

— melhor você tomar um banho e por uma roupa confortável- a mais velha diz carinhosamente enquanto o guia para as escadas

Assim que sumiram da nossa visão, Tom se aproximou e se sentou ao meu lado, o segui com o olhar. Ele parecia exausto, se deu o trabalho de cuidar de Louis todos esses dias enquanto minha mãe trabalhava, além da sua óbvia preocupação comigo, não parecia dormir direito

— está bem?- ele pergunta me olhando

— estou- respondo simplesmente- você que não parece bem, por que não vai dormir um pouco

— é melhor mesmo- esfrega as mãos no rosto e dá um leve suspiro

— ele perdeu a memória? Dava para ver no olhar dele que não me reconhecia

— é, talvez seja melhor assim- da de ombros- os pais entraram em contato comigo, falaram que queria leva-lo para casa porque agora tem uma chance dele esquecer que gosta de homens também, assim poderiam ter o filho perfeito de volta

— falou isso para ele?

— não, não achei o momento, mas se ele quiser, não podemos impedir

— eu não falaria- desvio meu olhar do dele- é ridículo, deveríamos falar que os pais dele morreram

— não é tão fácil, sabe disso

Ficamos em silêncio, Tom parecia ter pegado no sono rapidamente, pude ouvir seus roncos. Meu celular vibrou em cima do sofá, o agarrei rapidamente e vi uma mensagem no mesmo

Estava com esperança de ser dela

Não era

Era Richard

"Olá Bill, espero que esteja bem, poderia vir aqui em casa?"

Conclui sozinho que era para eu ir lá imediatamente, então apenas mandei um "Ok" e me levantei apressadamente do sofá. Tive que subir as escadas para ir ao meu quarto pegar meus sapatos, mas no caminho algo me chamou atenção, minha mãe conversando com Louis dentro do banheiro do corredor