encontro - 02

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Felix On:

— Eu não sei se é possível, mas o seu humor está de péssimo a pior a cada dia que passa, lixie. — chan reclamou, bufando ao mesmo tempo que cruzava seus braços.

Chan era o meu melhor amigo, crescemos praticamente juntos e nos conhecemos desde o berço. Nossas mães também era grandes amigas, e devido a amizade das duas que nós crescemos juntos e criamos o nosso próprio laço de amizade.

Apesar de nossas personalidades serem um tanto que opostas uma à outra, nós nos dávamos muito bem, tanto que eu não hesitei em nomeá-lo como vice-diretor da Euphoria. Eu confiava completamente no mais alto... apesar de muitas das vezes querer joga-lo pela janela, como agora, por exemplo.

— Sério, acho que você fez uns três ômegas mijarem nas calças na audição de hoje. — ele falava rapidamente.

— Deixa de exagero, chan. — reviro os olhos me jogando no encosto da cadeira e deixando minha cabeça pender para trás.

— Puf, exagero! Você por um acaso estava sentindo o cheiro de medo deles não, é? — o mesmo perguntou retoricamente — Acho que metade dos ômegas pensaram que você os mataria só por causa deste seu olhar assassino.

— E por falar nisso, — me endireito na cadeira, mudando de assunto — quero que marque outra audição. Nenhum dos ômegas que veio para a audição de hoje chamou a minha atenção.

— Obviamente que não, — o outro alfa revirou os olhos — você estava achando e apontando os defeitos em cada um deles.

— O ômega que for escolhido será um dos modelos principais da nossa empresa Chan, então é obvio que eu vou procurar pelo melhor. — digo o obvio — E nenhum dos ômegas de hoje se encaixa no perfil que eu tenho para esta campanha.

— Todos os ômegas se encaixam perfeitamente na definição de ômegas perfeitos e belos... segundo os padrões coreanos. — o outro falara com certo descaso, suspirando ao final de sua frase — Pele clara, altos e magros, e mais um bocado de baboseiras que a maioria dos alfas iriam concordar... o completo oposto dos modelos principais da Euphoria.

— Exato. — confirmo.

— Mas, por mais que eu concorde com isso, não precisava descontar a sua frustração nos pobres ômegas. — o alfa me alertou — E por mais que você não tenha me dito como foi o encontro de ontem, já deu para perceber que ele foi péssimo.

Não tinha palavra melhor para descrever o meu encontro com Tzuyu, a ômega que minha mãe arranjou para o primeiro encontro.

Eu não vou negar que a ômega era linda, eu não sou cego e sei apreciar a beleza das pessoas, mas a personalidade da ômega me tirou do sério. De início ela até que se mostrava ser uma boa companhia, tivemos uma boa conversa e o almoço fora até que agradável, eu estava até cogitando a convida-la para o almoço de comemoração de meus pais só para não ter que passar por outro encontro arranjado pela minha mãe. Só que infelizmente, tudo que é bom dura pouco.

O seu comportamento começou a mudar no momento que me ofereci para deixar em sua, e eu percebi a mudança da ômega na hora que a mesma entrou em meu carro. Os toques nada discreto dela sobre a minha coxa era apenas um dos primeiros sinais, pois minutos depois ela começou a soltar os seus feromônios, deixando seu aroma de framboesa mais proeminente aos meus sentidos na tentativa de seduzir a mim e ao meu lobo, se insinuando descaradamente. Eu parei o carro e a expulsei do mesmo, rosnando de raiva por ela pensar que eu a levaria para a cama.

Muitos ômegas e betas só tinham o interesse em mim por causa da fama que eu tinha e da minha fortuna, eram poucos os que queriam realmente me conhecer como pessoa, e não por status e dinheiro. Eu podia contar nos dedos quantos amigos (verdadeiros, não interesseiros) que eu tinha. Este era um dos fatores de eu não estar atrás de um companheiro, e juntando isso ao fato de que eu estava mais preocupado com a administração da minha empresa, só fazia a minha vontade de casar ser inexistente.

— Nem me diga. — respondo finalmente ao comentário de chan, suspirando ao final e voltando o meu olhar para os papeis em cima da minha mesa.

— Apenas procure relaxar um pouco felix, você está muito tenso, e quando você fica assim, tem o costume de descontar as suas frustrações nos outros... que no caso costuma ser eu. — chan me alertou, voltando a fazer uma piada e deixando o clima mais leve, e eu confirmei com a cabeça deixando um sorriso brincar por entre meus lábios

— Gosto de descontar minha raiva em você. — implico, e o mais alto rosna, jogando uma caneta em mim.

— Fedelho. — rio e logo chan me acompanha na risada — Agora voltando ao nosso assunto principal... o nosso próximo ômega de ouro.

E assim voltamos a discutir sobre os requisitos para acharmos um ômega que pudesse ser o nosso novo modelo, marcando uma nova audição e até mesmo mandando mensagem para que alguns de nossos gerentes andassem pelas ruas de Seul a procura de possíveis talentos na rua. Também discutimos sobre alguns ajustes para a campanha, e vendo em qual dos salões de evento nós poderíamos realizar o desfile.

Ficamos a tarde quase toda revendo alguns papeis, saindo da minha sala apenas para almoçarmos e depois voltar para olhar mais papeis, sendo alguns contratos ou propostas para novas parcerias. E durante três dias aquela tinha sido a nossa rotina, e eu realmente gostava daquilo, gostava do que fazia e não tinha nada a reclamar.

Isso até minha mãe me ligar na quinta para avisar sobre o segundo encontro que ela havia marcado com Kim Yugyeom, para sexta-feira a noite. Só por ela ter me dado aquela noticia, a minha quinta-feira tinha começado a ficar péssima e eu já estava começando a me estressar. Eu até mesmo estava torcendo para ter um evento para ir, só para me livrar daquele encontro... mas infelizmente não tinha.

Quando estava faltando um pouco mais de meia hora para o bendito encontro, eu peguei o meu celular e a chave do meu carro de cima da mesa, junto com o meu terno branco, e sai do meu escritório.

— Tenha uma boa noite, Sr. Lee. — seungmin disse se curvando minimamente de sua mesa quando me viu sair da minha sala.

— Para você também, Seungmin. — a respondo, indo para o elevador. Eu até teria pedido para a beta que ele já poderia ir embora, mas tenho certeza que ele me responderia que tinha algo para finalizar, só para poder esperar o seu marido, Changbin, para irem embora juntos.

Eu não sou contra romances na empresa, tanto que não é proibido namorar aqui dentro, e nem mesmo que um funcionário comece um relacionamento com outro, contando que os dois mantenham o profissionalismo na hora do trabalho.

Changbin e Seungmin se conheceram aqui na empresa, mas ambos trabalham em áreas diferentes, já que Seungmin é meu secretario e Changbin é um dos gerentes da empresa. Tem um pouco mais de um ano que eles se casaram, mas ambos continuam mantendo o mesmo profissionalismo de quando começaram a trabalhar aqui. Outro bom exemplo é Seungcheol e Jeonghan, os novos líderes de equipe da produção. Eles já chegaram aqui namorando, os dois trabalham na mesma área, e a química dos dois é tão boa, que a produtividade é muito mais significativa do que se eles estivessem trabalhando separados.

Muitas pessoas tem uma imagem errada minha, falando que eu era muito frio e até que tinha um coração de pedra. Me pergunto de onde as revistas de fofoca e pessoas no twiter tiraram isso, já que nenhum deles me conhecem realmente e nem sabem como eu realmente sou. A mídia me pinta de um jeito, como se eu fosse um alfa inalcançável, sendo que os meus amigos mais próximos, eu conheci de modo simples e depois de uma boa conversa.

— Merda! — reclamo ao sentir o baque no carro e desafivelo o meu cinto para sair do carro apressadamente. Eu estava tão imerso nos meus pensamentos que não prestei atenção na sinalização do transito — Você está bem? — pergunto para a pessoa que havia acabado de atropelar.

A minha sorte, ou a dele no caso, é que eu não estava em uma velocidade alta, e o baque não tinha sido tão forte, mas mesmo assim, tinha sido um descuido meu e eu não iria embora sem saber se a outra pessoa estava realmente bem ou precisando de alguma ajuda.

— O que você acha, seu idiota? — o ômega reclamou, me fuzilando com seus olhos extremamente expressivos — Você acabou de me atropelar! Acha mesmo que alguém ficaria bem depois de ser atropelado? — tento ajudar o mesmo se levantar, mas o ômega simplesmente bate sua mão em meu braço me afastando dele e se levantando sozinho. Segundos depois ele olhou para o chão, ou melhor, para o cesto caído no chão, e sua expressão muda em instante, de uma raivosa para uma de choro — As minhas rosas... — ele voltou a se abaixar, pegando uma das flores em sua mão — como que eu vou vende-las se agora elas estão amassadas? — ele choramingou, me deixando ainda mais desconcertado e sem reação. 

Between Roses | hyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora