Imagine - Shisui Uchiha

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Enquanto eu estava sentada com Obito na casa de chá, decidi que não iria mais ficar com Shisui na minha cabeça, iria tentar dar fim nisso de uma vez por todas. Eu só percebi que estava imersa em pensamentos quando ouvi a voz grossa do Uchiha a minha frente me chamar.

-O assunto está entediante, não é?

- Não, claro que não! – falei – Foram só os pensamentos intrusivos. 

-Posso saber o que tem te deixado preocupada?

-Bobagem – falei olhando a minha xícara

-Então devo imaginar que Shisui não tem nada a ver com isso, não é?

Eu suspirei, não o encarei, certamente não conseguiria.

-Desculpe – falei simplesmente

-Não tenho nada para desculpar – ele falou com gentileza na voz

-Estou tomando chá com você pensando no seu primo, acho que tenho sim que me desculpar – falei o olhando finalmente – Eu não quero mais pensar nele.

-E você quer que eu te ajude com isso?

-Ah... – dei de ombros – Eu estou tentada a responder que sim – respondi – Mas não acho que seria justo com você.

-Está se responsabilizando emocionalmente por mim?

-É por aí sim – falei dando outro gole no chá – Se for pra sair por ai pegando Deus e o mundo, que você não saia prejudicado com isso.

Ele riu de leve

-Você não acha que isso quem deveria decidir sou eu?

-Ah... Estou sendo responsável

-Você está sendo ansiosa – ele respondeu – Afinal, você em nenhum momento perguntou o que eu acho disso.

E foi aí que eu caí em mim.

-Bom, então vamos lá – falei – O que acha disso tudo?

-Acho que não precisamos ter um relacionamento sério se não quiser.

-Não é que eu não queira....

-Tá – ele interrompeu – Se não estiver pronta, Mas já que o Shisui abriu espaço para a concorrência para a vila, não vejo por que não.

-A gente pode sair por aí, comer algumas coisas gostosas, conversar coisas aleatórias e depois dar um beijos por aí.

Eu sorri, a proposta era completamente tentadora, Mas não podia ser ridícula a ponto de aceitar tudo isso sem pensar que eu poderia voltar para Shisui, eu sei que j[a havia se passado seis meses, mas se houvesse qualquer chance de eu ainda ser a pessoa certa pra ele, a pessoa que ele quer, qualquer coisa diferente de zero Já é o bastante para que eu trave e não consiga fazer nada com ninguém.

-Será que posso pensar na proposta?

-Claro que sim! – Obito disse se encostando na cadeira e tomando um gole do seu chá.

Ficamos ali conversando por um bom tempo. Ele não cobrou nada, não impôs prazo, nem ficou insistindo. Obito me deixou bem livre para decidir o que eu quisesse, sem pressão, sem cobranças.

Naquela noite enquanto seguia para o ponto de encontro para a missão, eu pensava na proposta de mais cedo, parte de mim aceitaria sem nem pensar, afinal ele era lindo, educado , engraçado e gentil, mas a outra parte de mim diz freneticamente que não quer deixar Shisui pra lá ainda.
Mas tudo isso era dolorido, afinal, ver ele seguindo a vida dele e eu seguindo a minha era terrível, como esquecer as coisas que vivenciamos juntos? Estar sem ele era maldade demais com meu pobre coração, coração esse que descompassou ao ve-lo se aprixomar, ao me ver ele sorriu, eu o conhecia, sabia que aquele sorriso era social.

-Bora? – ele disse sorrindo

-É só você dizer bora, que eu boro. =- brinquei

Ele riu de leve e seguimos nosso rumo floresta a dentro. O caminho era silencioso, mas talvez fosse melhor assim, quem sabe? Eu o olhei, ele estava olhando a estrada com atenção, ele estava tão bonito, o vento batendo em seus rosto e movimentando seus cabelos fazia tudo parecer tão certo, a forma como meu corpo respondia a sua presença que me era tão familiar fazia tudo ter um gostinho de lar. Ele olhava para a estrada e eu, bem... Eu olhava para ele.
Quando notava que eu estava o encarando muito, troquei de ponto de observação e tentei pensar em outra coisa para não deixar com que a minha mente me traísse eu acabasse pensando nele e voltasse a olha-lo.

-Em que está pensando? – ele perguntou sem me olhar, com os olhos focados na estrada.

-nada demais

-Não mente – ele pediu

Eu não respondi de imediato, eu apenas organizei meu pensamento antes de dar qualquer retorno.

-Está sendo muito difícil ficar sem você. – falei

E pela primeira vez em horas ele me olhou.

-Oi?

-Eu ainda tenho saudades de ver você, te ligar e conversar por horas. Eu durmo esperando pra ver se eu consigo sonhar com você. Parte de mim te ama! E a outra parte grita enlouquecidamente que preciso me afastar e ir embora o mais rápido possível. Fique a vontade para me achar louca.

-Não te acho louca – ele disse voltando a olhar o caminho

-Pra mim a ficha ainda não caiu, eu sei, se passaram seis meses e compreendi que nós dois fizemos mal um para o outro, mas... – ele pensou um pouco antes de continuar – Mas, em mim parece que o final ainda não chegou, não concretizou, sinto que ainda faço planos. Eu não sei dizer quando exatamente o amor acabou no nosso relacionamento e só ficou a obsessão, ele não avisou na hora que resolveu nos deixar e talvez seja por isso que o fim para mim ainda é inaceitável.

-Verdade né? – falei

-O que?

-Fizemos muito mal um pro outro – falei – Eu não fui saudável para você e nem você pra mim.

-É... – ele falou – Foi um erro de ambas as partes

-Sim – respondi – Apesar de ser tentador, não posso me isentar das minhas culpas que tambem são muitas.

-O que você diria que faltou? – ele perguntou

-Maturidade... Ou sorte, talvez. E pra você?

-Compreensão, eu acho. De ambas as partes. E amor, acho que faltou um pouco de amor.

Bom... agora não me falta saudades. Pensei comigo. Mas foi ele quem continuou a falar.

-Espero que você e Obito possam se acertar.

-Ah, isso...

-Que foi?

-Acho melhor só deixar pra lá – falei

-Posso perguntar o por que?

-Ele é seu primo – respondi – É desconfortável pra você.

-Eu vou ficar bem – ele disse sorrindo – Tem infinitas músicas que não falam sobre nós.

Aquilo me pegou de surpresa.

-Oi?

-Que foi? – ele perguntou me olhando curioso

-Eu que te pergunto, o que foi isso?

-Você quer saber se tem a minha benção, e você a tem! Seja feliz, eu vou ficar bem.