Conhecimento

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Aviso importante: Apesar de estarmos lidando com cenas um pouco mais pesadas desde o aparecimento do SP, acho de bom tom alertar que teremos uma cena dessas nesse cap. O momento em questão vai estar escrito em itálico (também para sinalizar que é um flashback), sem mais spoilers e bom cap~

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- So amigu mesmo!

Rio Grande do Sul ainda não conseguia ver o rosto do homem, mas logo o corpo que estava flutuando ao lado dele foi removido da água com facilidade, na sequência ele sentiu que alguém o segurava por baixo dos braços e quase que com a mesma facilidade ergueu o corpo do gaúcho e o colocou sentado na margem.

- Muitu prazer, Minas Gerais – Ele estendeu a mão em cumprimento.

O loiro observou quem estava a sua frente, era difícil distinguir alguma coisa, ele vestia um chapéu de palha e tinha um lenço amarrado no rosto, os olhos mal eram visíveis, parecia um borrão preto, porém, toda a linguagem corporal do homem parecia extremamente convidativa e a voz era o mais simpática possível, ele decidiu que deporia confiar de fato daquele indivíduo.

- Prazer, Rio Grande do Sul – Quando as mãos se tocaram, em um cumprimento forte e amigável, o gaúcho notou que ele também usava luvas – Obrigado pela ajuda.

- Disponha sempre – Ele se voltou para o outro lado do rio – Paulin!

- To achando linda a amizade de vocês, não se incomodem com a minha cabeça largada aqui no chão! – O tom do paulista também tinha se tornado simpático.

- Hahaha – Minas Gerais foi até a margem do rio e sem mais nem menos, pulou para o outro lado. Ele foi até a cabeça decepada do amigo e segurou entre as mãos – Rapaiz, nu qui cêis si meteru?

- A gente tava te procurando e uns manos insuportáveis encrencaram com a gente.

- Intaum já achou – Ele pulou para o outro lado do rio também sem dificuldade – Ocês tavam mi procurando pur que?

O mineiro casualmente pegou o corpo inanimado do paulista e jogou por cima do ombro esquerdo, carregando com a maior facilidade do mundo, ele segurou a cabeça decepada também na mão esquerda e se abaixou próximo do gaúcho.

- Ocê consegui sigurar nu meu ombro i andar? – Ele oferecia o ombro direto para o outro.

- Não vai ficar muito pesado? – Não que ele tivesse outra alternativa, o loiro mal se aguentava sentado.

- Vai nada, o Paulin é levin.

- Obrigado pela parte que me toca.

- Haha, ta azedu amigu? – O mineiro fez um movimento indicando mais uma vez para que o loiro se segurasse ali.

Rio Grande do Sul aceitou a ajuda, ele passou o braço ao redor do pescoço do outro, assim que Minas Gerais percebeu que o homem tinha se apoiado bem, o mineiro se levantou e carregou os dois mata a dentro.

O gaúcho reparou como aqueles dois pareciam bons amigos de longa data, durante aquela caminhada o paulista falou mais do que tinha falado das ultimas horas, conforme mais a conversa entre os dois sudestinos se prolongava, mais a aparência de São Paulo parecia melhorar, a franja já tinha voltado a cobrir o buraco onde o olho deveria estar e a pele parecia um pouco menos... morta. Depois de alguns longos minutos, os três finalmente chegaram em uma cabana, ela era montada acoplada a beira de um barranco, a mata até ali era tão densa que mesmo com o mineiro tomando todo o cuidado do mundo, novos arranhões chegaram a pele branca do sulista.

Minas Gerais ficou parado na frente da porta, por um momento, parecia que a cabana era feita de madeira, porém, o loiro logo sentiu o cheiro de metal, aquilo estava apenas imitando madeira, era... ferro? Não tinha exatamente o cheiro de algum metal que ele conhecesse, e reparando agora, não que ele esperasse que aquele homem fosse um humano comum, longe disso, porem diferente dos outros, ele conseguia ouvir um coração batendo no peito do mineiro, mas o cheiro não era parecido com nada que o gaúcho já tenha se encontrado. A porta finalmente se abriu, sozinha.

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