coffee and key

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- Ei Shoko

Silêncio.

- Oi, Shokito

- Fala.

- Nada não.

Shoko nem se deu ao trabalho de xingar, apenas se virou no sofá e voltou sua atenção ao celular. Era uma tarde de sábado, Gojo e Shoko estavam aproveitando essa tarde como dois pandas, fazendo nada.

A garota estava deitada no sofá a mais de duas horas, às vezes sentada, às vezes deitada. Gojo estava deitado no chão, ao lado do sofá e da mesinha de centro, às vezes folheava um mangá, mas por hora, encarava o teto da sala.

- Acho que vou sair. - Apenas falei oque veio na minha mente, não tinha a real intenção de fazer isso.

- Volte antes que eu durma e te deixe trancado pra fora então. - A mais baixa respondeu, se espreguiçando.

- É só você me emprestar a chave.

- Pra você perder assim como fez com a sua? Não.

Nem me dei ao trabalho de responder. Já havia se passado uma semana desde aquela noite e ainda fazem o favor de me lembrar dela todos os dias que vamos ensaiar.
E daí se eu perdi a chave e fiquei um pouco alterado? Ninguém do nosso grupo é santo. Mas graças a mim, agora temos um apelido ótimo para Meimei; Titia.

- Volto antes da meia-noite, se divirta Shokito. Se é que você me entende. - Fechei a porta antes que a almofada me acertasse.

Não fazia a menor ideia para onde estava indo ou o que eu iria fazer, apenas segui em linha reta. No fim, fui parar numa pequena praça, que maravilha.

Lugarzinho calmo, com casaizinhos se pegando, credo. Fiquei com preguiça de seguir em frente, então comprei um saquinho de pipoca doce e sentei no primeiro banco vazio que avistei.

Eu até poderia tirar uma foto e postar, mas a minha situação está muito sem graça para ser compartilhada. Então fiquei vendo a contagem dos meus seguidores, que não eram poucos. Conhecidos, amigos, ex relacionamentos e um monte de gente que eu nunca nem vi na vida, como eu disse, não eram poucos. Fiquei nessa pelo menos uns dez minutos até perceber que havia uma solicitação de mensagem, como que eu não tinha visto antes? Talvez eu tivesse visto, mas não dei a mínima já que a conta nem foto de perfil tinha. Mas como estou no tédio, vou dar uma chance.

Minha atenção foi rapidamente desviada para um sujeito que escolheu, de todas as opções disponíveis, sentar-se no banco ao meu lado. Uma pergunta surgiu na minha mente: por que diabos ele escolheu justo este banco? Havia uma porção de bancos vazios à disposição, então porque ele veio se sentar aqui?

Eu dei uma rápida olhada no indivíduo. Pelo jeito, ele devia ter a mesma idade que a minha, com uma franjinha que se destacava. Mas, mesmo com essa observação, eu não disse nada. Fiquei ali, absorto em meus próprios pensamentos, voltando minha atenção para a tal mensagem no meu telefone, enquanto continuava a me questionar sobre a presença inexplicável desse sujeito ao meu lado.

- Você é Satoru Gojo, estou certo?

- Uhum. - Apenas assenti, eu não estava interessado em conversar com esse cara. Minha expressão devia denunciar meu desinteresse, já que eu mal o encarava.

- Acho que isso é seu então.

Ele tirou do bolso do casaco uma chave, minha chave! Minha sobrancelha se ergueu em surpresa quando ele exibiu a chave.

- Minha chave! Como quê? - Fiquei sem reação por um breve segundo.

- Bem, quando nós nos trombamos aquela madrugada, você acabou deixando a chave cair no chão. Eu tentei ir atrás de você para devolver, mas você desapareceu muito rápido, nem consegui ver em qual direção você tinha ido.

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