Melodies Of Us | Satosugu

little changes

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O som do despertador no celular foi o primeiro a quebrar o silêncio confortável do quarto. Acordei preguiçosamente, sentindo o calor do corpo de Satoru contra minhas costas. Ele estava sendo a concha maior, me envolvendo em um abraço aconchegante. Seu rosto estava enterrado em meio ao meu cabelo, e uma de suas mãos entrelaçava-se suavemente com a minha.
Sua respiração calma era um contraste ao som irritante do alarme, e por um instante, pensei em simplesmente desligar o mundo e voltar a dormir.

Mas a minha responsabilidade falava mais alto.
Com cuidado, desvencilhei-me do abraço de Satoru, tentando não acordá-lo. Seus dedos ainda estavam entrelaçados nos meus, e me soltar foi mais difícil do que deveria ser. Ele se remexeu um pouco, mas não despertou, para meu alívio.

Peguei uma muda de roupas na gaveta da cômoda, a mesma que ele havia reservado especialmente para mim. Cada detalhe que ele pensava me fazia sorrir internamente, lembrando-me do quanto ele se importava, mesmo em pequenas coisas.

Caminhei silenciosamente até o banheiro, fechando a porta suavemente atrás de mim. O som da água quente caindo no chuveiro foi quase terapêutico. A sensação da água escorrendo sobre meu corpo, relaxando cada músculo, era tudo o que eu precisava para me preparar para o dia. O shampoo que eu havia trazido já estava quase no fim, um lembrete de que meu apartamento, praticamente abandonado, ainda existia. Mas a ideia de ficar longe de Satoru, mesmo que por pouco tempo, não me agradava.

Vesti uma calça jeans clara, acompanhada de uma camisa social verde-claro, e enrolei a toalha ao redor da cabeça para secar o cabelo, e segui para a cozinha. A casa estava silenciosa, exceto pelo som leve dos meus passos.

Preparei o primeiro café do dia, sabendo que seria o primeiro de muitos. Sobre a mesa, uma sacola de pães dormidos me esperava. Peguei um e preparei um misto quente na sanduicheira, o cheiro familiar de pão tostado preenchendo o ambiente. Cuidei de preparar mais dois, um para Shoko e outro para Satoru, deixando-os prontos para quando acordassem. Mesmo sem dizer nada, gostava de cuidar dessas pequenas coisas para eles. Era meu jeito de mostrar que me importava.

Enquanto o café esquentava minha garganta, peguei minha mochila que já estava no sofá, pronta para o dia. Saí da casa, sentindo o ar fresco da manhã em meu rosto, enquanto o sol começava a aparecer timidamente no horizonte. A caminhada para a cafeteria era sempre um momento de introspecção, onde eu podia organizar meus pensamentos antes de enfrentar o dia.

Conforme eu avançava, a cidade também começava a acordar. Estudantes com mochilas caminhavam apressados para a escola, e adultos com gravatas e maletas se dirigiam para mais um dia de trabalho nos escritórios. E eu, com meu avental à espera, pronto para mais um dia atrás do balcão, sentindo uma paz estranha ao fazer parte da rotina silenciosa da cidade.

Cheguei na cafeteria antes de todos, algo raro. O silêncio do lugar vazio era reconfortante, um prelúdio para a correria que logo tomaria conta do ambiente. Fui direto para os fundos, onde guardei minha mochila e vesti o avental que levava meu nome, "Geto", cravado em letras discretas. Era uma rotina que eu conhecia bem, mas que sempre me trazia uma sensação de normalidade.

Após vestir o avental, liguei as cafeteiras, ouvindo o som familiar das máquinas ganhando vida. Reabasteci a máquina de grãos de café, garantindo que houvesse uma quantidade generosa pronta para ser triturada. O aroma do café fresco começou a se espalhar pela cozinha, e por um momento, me permiti respirar fundo e aproveitar aquele pequeno prazer.

O som da porta da frente se abrindo anunciou a chegada do próximo funcionário. Era Larue, responsável por preparar os doces e salgados. Ele era um homem de poucas palavras, mas sempre eficiente. Trocamos um cumprimento silencioso enquanto ele se dirigia para seu posto, e eu continuei com minha tarefa de limpar o balcão, preparando o espaço para os primeiros clientes.