Capítulo 7

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  Em um galpão escuro e abandonado, um carro estava escondido, e dentro dele, três pessoas voltavam a si. Uma elfa com a pele branca, cabelos loiros quase brancos, e seus olhos cinzas. Um homem alto; sua cabeça trazia um par de chifres e pés fendidos. A terceira figura era uma bela mulher com cabelos esvoaçantes e azuis, como se feito de água. Eles se moviam de maneira fluida e constante.

— Onde estamos? — Disse o homem com chifres. Ele ainda parecia atordoado.

— Ao que parece, estamos no esconderijo. Eu preciso sair desse carro. — A garota de cabelo azuis.

Seu corpo se tornou transparente e começou a se derreter como se fosse inteiro feito de água, entretanto, nada que ela tocava ficava molhado, ou mesmo húmido. Ela passou pela porta aberta e retornou sua forma humana.

— Uma undine impaciente. Por que não abriu a porta e desceu? Ou só queria se esfregar em mim? — Após isso, o homem deu uma piscada para a garota, que pareceu se enfurecer.

— É um sátiro tarado! Eu queria era sair logo de perto desse seu fedor horrível. Há quantos dias não toma um banho? — A undine disse, já preparando um ataque com água.

— Parem os dois! Onde está Benício? — A elfa, que cessou a disputa entre os dois.

— O cheiro dele está fraco, saiu faz muito tempo. — Disse o sátiro.

— Beatriz, quanto tempo ficamos em suspensão? — A undine, se aproximando da elfa.

— Deveriam ser vinte e quatro horas de suspensão, pelo poder da magia, Larissa. Eu não sei ao certo. — Beatriz, que foi até um notebook que estava aberto sobre uma mesa. Ela ligou a tela e examinou a data e a hora. Haviam se passado um pouco mais de vinte e quatro horas desde o ataque. Ela começou a puxar na memória os momentos antes do ataque que fizeram à vampira.

A intenção era ferir, debilitar bem a vampira e depois jogá-la no porta-malas, que já estava encantado para prendê-la em um êxtase temporal. Lembrava-se da conversa, do plano. Do papel de cada um.

Ela executaria a magia de congelamento temporal. Todos, exceto ela, Larissa e Otávio, seriam afetados pelo feitiço. A vampira estaria vulnerável a eles. Larissa e Otávio atacariam com adagas; apunhalariam o máximo que conseguissem, e depois a jogariam no porta-malas.

Benício os traria de volta e os manteria seguros pelas próximas vinte e quatro horas. Com isso, voltavam a se perguntar: "Onde estava o irmão de Beatriz?".

— Otávio, olha se a vampira está no porta-malas.

— O porta-malas está vazio. — O sátiro, que acabava de fechar a porta.

— O que aconteceu Beatriz? — Larissa se aproximava da elfa.

— Não sei bem, houve um abalo, algo quebrou minha magia e me desnorteou. Preciso pensar.

— Liga para o Benício. — Otávio, que se aproximava das duas mulheres.

Beatriz fez sinal positivo com a cabeça e pegou o celular. Ligou para o irmão, mas o telefone estava fora de área.

— Nada, sem sinal.

— Ele deve ter deixado um recado, uma mensagem, um maldito bilhete explicando o que foi fazer. — Larissa, que pegou o próprio celular, tentou ligar para seu amigo, sem sucesso.

Beatriz achou uma mensagem do irmão no celular. Ela colocou a mensagem para rodar.

"Beatriz, consegui chegar no esconderijo e deixei vocês em segurança. Algo deu errado na sua magia. A vampira ainda está livre; ferida, mas ela deve ter encontrado um amigo ou algo assim naquele momento. Vou atrás dela enquanto vocês se recuperam. Sei que ela não estará em plenos poderes devido aos ferimentos. Vou recuperar a chave."

As Chaves de AbadonOnde histórias criam vida. Descubra agora