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Ao lado de um corpo que estava dando seus últimos suspiros, Sahira encharcada de sangue enquanto observava, tinha o sangue de quem mais odiava.

Por que se sentia mal? Afinal, ela queria que ele se afastasse.

Mas não assim.

Estava errado?

Sahira tremia, Ronal com a ajuda de outros na'vi tentava impedir que todo o sangue saísse, enquanto Aonung segurava fortemente a mão de Le'k.

Ele pedia desculpas, desculpas por tudo.

Ele lamentava ter sido tão idiota com ela, redimia-se diante dela, segurando sua mão delicadamente enquanto pedia que ela não saísse de seu lado, que ele teria feito tudo por ela.

Enquanto isso, sua esposa o observava, segurando nos braços o filho de outra pessoa.

A situação não a machucava, apenas a envergonhava.

Quando Sahira recebeu o bebê nos braços, esperava que Aonung se aproximasse, mas ele se concentrou apenas em Le'k, compreensível, dado que ela estava morrendo.

A conversa de horas antes veio à tona, Sahira encorajando e dizendo que ela sobreviveria.

Sahira não podia cumprir a promessa, não sabia nada sobre medicina ou cura, nunca havia prestado atenção às instruções de sua mãe, e as lições de Ronal eram escassas, principalmente sobre fofocas da tribo.

Por que lamentava que quem ela mais odiava estivesse morrendo?

-Não, não, por favor -suplicava Aonung, colocando a mão de Le'k em seu peito.

Le'k respirava cada vez mais devagar, o sangue não parava de sair, e Sahira ficou encarregada do bebê, já que era a que menos podia fazer na sala.

Sahira levou o bebê ao peito, segurando sua cabeça, ele chorava.

Talvez se o parto tivesse sido na água, tudo teria sido diferente, talvez, apenas talvez.

Se apenas Le'k tivesse permanecido no clã, isso não teria acontecido, se apenas Sahira não tivesse sido escolhida como futura esposa de Aonung.

Le'k estaria viva.

O que Sahira poderia fazer naquela situação? Nada.

O que anteriormente parecia uma ofensa ao dar um nome ao bebê de Le'k se tornava realidade; ela teria que conviver com o filho de quem mais odiava, de quem mais repudiava em toda a sua relação, por quem a trocaram.

Ela teria que criar um filho que nem mesmo era de seu marido, era de outra pessoa; as mãos do recém-nascido na'vi o denunciavam. Ronal, ao perceber, nem mesmo o olhou, desviou o olhar e o entregou a Sahira, sem dizer uma palavra, apenas o entregou.

𝐎𝐧𝐞 𝐋𝐚𝐬𝐭 𝐓𝐢𝐦𝐞 | 𝐀𝐎𝐍𝐔𝐍𝐆Onde histórias criam vida. Descubra agora