Outta My Head ~ Draco Malfoy

Chapéu Seletor

*Laila Von Shafiq*

   Durante as últimas horas de trem, o senhor perfeitinho deixou o ego de lado e começou a jogar xadrez comigo, confesso que me diverti, foi bom ter um adversário para variar. Depois de finalmente aceitar a derrota, Draco e os meninos saíram para colocar as veste de Hogwarts, encarei o espelho até ouvir a movimentação na porta novamente, em algumas horas essas vestes pretas estarão com alguma cor, me sinto em êxtase. Comecei a conversar com os meninos, descobri que Crable e Goyle sabem falar e tivemos conversas divertidas, espero que fiquemos na mesma casa, seria difícil ter que conhecer mais pessoas agora.

   O trem começou a desacelerar quando chegamos na estação de Hogsmeade, ainda estava com Draco, Crable e Goyle quando o mar de alunos se dirigiam a única saída, estava muito apertado, tinha muitas pessoas e muito barulho, senti falta de ar e fui empurrada para a porta de um vagão que estava fechado. Draco veio até mim, não falou nada e ao ver que eu não estava conseguindo respirar, começou a abrir espaço com Crable e Goyle de escudo. Ele se pôs na minha frente enquanto os meninos ficavam ao nosso redor, até que conseguimos descer do trem.

   Eu o encarei agradecida, não sei se ele entendeu alguma coisa por que ele não olhou mais para mim e acabamos nos perdendo na multidão quando os alunos do primeiro ano foram chamados por um homem barbudo e muito grande.

   Seguimos por um caminho oposto ao dos outros alunos grandões, era lamacento e bastante escuro, estávamos rodeados por árvores. E então tudo se abriu, a primeira coisa que consegui ver foi a água tão escura quanto o céu, mas que tinha o brilho prateado da lua e das constelações, o que me deixou fascinada. A metros de distância, acima de uma colina se encontrava o grande e imponente castelo de Hogwarts.

   Na margem do Lago Negro, estavam presos vários barquinhos e então o grande homem recomeçou a falar, não sei bem o que ele disse, estava perdida pensando em tudo o que eu vou vivenciar a partir desse momento. Acho que aquela constelação é a...

- Menina, por que não está em um barquinho ainda? - Saio do estupor com um susto me virando e subindo o olhar para conseguir visualizar o rosto do homem gigante. Será que vou ver muito ele? Vou acabar tendo problemas no pescoço. Olho para a direção que ele apontava, os alunos estavam entrando nos barquinhos separados em grupos de 4 pessoas.

- Não tenho com quem ir, quantos barcos ainda tem? - Perguntei preocupada em ter que ir com novas pessoas, só queria observar o percurso e absorver todas as informações calmamente.

- Bom, agora resta o meu, venha, cabe nos dois. - Falou com uma voz calorosa. - eu acho... - Terminou com menos convicção que antes, agora não tenho mais tanta certeza de que quero entrar nesse barco. Imagina só o barco afundar com a sobrecarga e eu ter que nadar até o outro lado? É muito longe. - Venha, não tenha medo pequenina.

   Mesmo com certo receio entrei no barco e ao perceber que não iria afundar igual o Titanic, consegui aproveitar o passeio, as árvores balançavam calmamente com o vento, as estrelas brilhavam tanto que pareciam dançar suas próprias canções e a lua iluminava o lago, como se estivesse nos guiando para a nossa nova casa. O homem que descobri se chamar Hagrid parecia compartilhar do mesmo estupor que o meu, gostei muito dele, acho que nos daremos bem.

   A frota de barquinhos atracou em um pequeno cais rústico que ficava dentro de uma caverna, a nossa frente havia uma escadaria que levava até grandes portões de madeira com detalhes talhados a mão, eles eram lindos e o trabalho era delicado e imponente, cheguei mais perto para observar os detalhes. As minhas costas eu vi uma pequena movimentação e escutei a voz do senhor perfeitinho, mas não prestei atenção, estava tentando decifrar os símbolos talhados nos portões.