Capítulo 8 - Descontrole e Consequências

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Música alta, bebidas alcoólicas, aperitivos e um monte de pessoas desconhecidas. Esse era o ambiente que Aphelios mais odiava estar, porém todos os membros da banda estavam ali naquele local para comemorar o aniversário de alguém importante na indústria musical.

- Tá um cheiro de desgosto no ar. - Comentou Yone. - Ah... Olá irmão. - Forçou um sorriso em direção ao mais novo. Yasuo, em resposta, apenas mostrou o dedo do meio para o platinado, que acabou fazendo o mesmo.

- Bom ver você também, Yone. - Rolou os olhos, impaciente, porém logo mostrou sua cordialidade para os demais membros ali. - Fiquem à vontade, podem comer e beber o quanto quiserem. - Sorriu. - A casa é de vocês.

Como era de se esperar, era o aniversário de Yasuo, o DJ da banda True Damage e irmão mais novo de Yone. Inicialmente, ninguém estava muito afim de ir para aquela festa, porém suas opiniões mudaram imediatamente ao se depararem com a casa enorme rolando música alta. Isso, claro, tirando Aphelios, que continuava a se sentir deslocado em lugares muito movimentados.

- EKKO! - Gritou Ezreal ao avistar o amigo e correndo em sua direção para abraçá-lo.

Kayn, com as mãos nos bolsos, enfureceu-se com a cena e saiu dali em passos pesados, resmungando sobre onde estariam as bebidas para encher a cara mais uma noite em sua vida. K'sante aproveitou a música alta e deslocou-se até a pista de dança para se divertir com alguns conhecidos. Yone continuava a conversar com o irmão e alguns outros produtores que estavam ali, até porque não sentia necessidade alguma de beber ou dançar naquele instante.

Os únicos tensos eram Sett e Aphelios. O ruivo tremia de ansiedade, sentindo o peso da notícia que recebera naquela mesma manhã durante sua última consulta.

- Ei! - Phel passou a mão nas costas do namorado. - Eu já disse que não precisa se preocupar com isso. - Tentou confortá-lo, mas Sett roía o restante de suas unhas enquanto ia em direção à saída para respirar um pouco de ar fresco.

- Como não vou me preocupar, Phel? - Colocou a mão na cabeça e bagunçou os próprios fios avermelhados.

- Isso não é um bicho de sete cabeças. Todo mundo já está ciente, inclusive o próprio Yone disse que nos ajudaria.

O 'todo mundo' em sua frase significava suas mães, irmã e Yone.

- Sim, não são sete, mas tem duas cabeças. - Suspirou. - São dois bebês, Phel. - Abraçou o próprio corpo um tanto inseguro. - O que vamos fazer com duas crianças? Eu já estava preocupado sendo apenas uma. - Apossou-se da cadeira de balanço no enorme jardim da propriedade, abaixou a cabeça e escondeu o rosto, sentindo vontade de começar a chorar. Ali era o único lugar calmo e silencioso.

- As chances eram maiores por minha família ter histórico de gêmeos. - Sentou-se no pequeno espaço ao lado do namorado e o abraçou.

- Eu nem escolhi um nome, Phel. - Sett lamentou ao levantar a cabeça e encarar o outro ao seu lado. - E agora são dois nomes

- Ainda temos tempo, Sett. - Afagou os fios ruivos, tentando acalmar o outro com o carinho. - Vai ficar tudo bem. - O mais velho tentou falar algo, mas nada vinha à sua mente. Estava feliz por ter uma família grande, porém assustado com a rapidez com que as coisas estavam acontecendo.

Aphelios tinha razão, afinal, não adiantava surtar agora, depois de tudo já estar se concretizando. Não havia nada que pudessem fazer além de aceitar o futuro que os aguardava.

A música e a festa ainda prosseguiam na casa, mas nenhum dos dois tinha interesse em voltar para aquele lugar barulhento; ao contrário, preferiram ficar ali, observando a imensidão do céu estrelado enquanto conversavam.

Paranoia - SettPhelOnde histórias criam vida. Descubra agora