O stalker

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–Meu rosto está horrível! Olha esses poros –  Falo olhando para o espelho do banheiro.
– Ah, acho que está bom.– Diz minha mãe – Passa um pouco de maquiagem.
– Sei lá, não tô afim de passar maquiagem na cara.
    Vou sair com Brandy e Jacob, abro o armário do banheiro e pego um creme hidratante e o passo no rosto.
– Pensei que não estava afim de passar nada no rosto.
   Olho para ela, seu rosto parece cansado. Suas olheiras estão profundas.
– Vou sair com Brady hoje, vou voltar segunda que vem.
– Onde vocês vão?
– Ele quer ir a um acampamento,o "the forest red". Ele quer sair da vida moderna .
– Nossa, boa sorte lá.
– Obrigada,vou precisar. Odeio ir em acampamentos, mas ele insiste muito.– Ela pega o creme de minha mão, passa em seu rosto com movimentos ágeis.
– Bem. Acho que devo ir. – Falo para ela.
– Eu também, se cuide. Tem frango assado na geladeira se estiver com fome.
– Posso pedir uma pizza?
– Tem frango assado na geladeira.– Ela repete devagar.
   Revirou os olhos e sorrio.
– Tá bem. Thau mãe.– Dou um beijo nela e pego minhas coisas em cima da privada.
– Thau querida, divirta-se.
    Ando pelo corredor da casa até a porta da frente, Brady aparece e me puxa.
– Se você quebrar qualquer coisa eu a Mat...
– O que está acontecendo? – Minha mãe aparece no outro lado do corredor. Brady aperta meu braço mais. Faço uma careta de dor.
– Nada.– Ele solta meu braço violentamente – Vamos querida?
   Ela o fita, depois olha para mim. " Está tudo bem?" Ela pergunta sem som, apenas movendo os lábios "sim" respondi na mesma forma. " Cuzão" penso.
   Saio da casa, Brandy está parada na frente de minha casa com seu carro vermelho. Um Camaro de 77 lindo. Abro a porta e entro no Camaro.
– Oi. Holly? Tá tudo bem?
– Tá. Tá tudo ótimo. Só o bosta do Brady. Ele apertou meu braço com força.
   Ela olha para meu braço agora com uma marca vermelha.
– Deus, isso tá horrível. Que cuzão. Por que ele fez isso?
– Ele vai sair com minha mãe no final de semana. Só vai voltar na segunda. Ele disse que se eu quebrasse alguma coisa ele me matava.
– Não sei como sua mãe está ainda com ele?
– Ele já a ameaçou.– Olho para baixo
– Por que você não o denuncia?
   Não sei o porque,acho que minha mãe tem medo de que ele possa fazer alguma coisa.
– Então. Aonde vamos?– Mudo de assunto.
– Vamos nos encontrar com Jacob e vamos MC Donald's.

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   Pegamos Jacob em sua casa e vamos ao MC Donald's sentamos em uma mesa e pedimos uma porção de batatas e um hambúrguer para cada.
    Jacob olha para meu braço e diz:
– Aquele cuzão mexeu com você?
   Brandy olha para mim e segura minha mão. Um gesto carinhoso.
– É. Ele, ele aperta muito forte.– Falo passando a mão pela mancha, ele tira o seu casaco e estende para mim por cima da mesa. Eu o pego e digo obrigada sem som e o coloco. Ele fica grande em mim, mas pelo menos não dá para ver a mancha.
– Não sei como sua mãe está com aquele cara?
– Vamos mudar de assunto?– Falo para ele.
   Brandy aperta mais a minha mão, não muito forte.
– Então. Sabe a Nancy Corrigan. A irmã dela está desaparecida. O stalker a sequestrou, ela estava sozinha em casa.
– Que ótimo jeito de mudar de assunto.– Diz Jacob.
    Ela bebe seu milk shake e fica em silêncio por um momento:
–Pelo menos eu tentei.– Ela diz.
– Gente parem de discutir.
    Eles olham para mim, Jacob olha para os lados e diz:
– O stalker sequestrou meu primo.– Nós duas olhamos para ele, perplexas – Encontraram o corpo dele sem vida na floresta perto do esgoto.
– Jacob, eu não...– Começou Brandy, ele faz um gesto com a mão.
– Tudo bem.
    Ele olha para baixo, não fala mais nada. O clima fica pesado. Todos nós ficamos em silêncio. Não tocamos no assunto.

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   Tranco as portas e as janelas, ligo a tv para ver algum filme, pego o frango na geladeira e o aqueço no microondas. Sento- me no sofá e dou play no filme.
  Meia hora depois, ouço a campainha, vou até a porta da frente, quando seguro a maçaneta sinto um arrepio, uma sensação horrível me atinge. Tiro a mão da maçaneta e olho pelo olho mágico.
    Vi um homem de preto de pé, olhando para os lados.  Ele bate na porta e eu me afasto da porta devagar, as batidas ficam mais fortes e mais agressivas vou para perto da parede, e me agaixo, olho para a porta, o homem não diz nada, apenas bate na porta.
– Quem tá aí?– Pergunto, tento deixar a voz firme, mas é difícil quando se está em Pânico.– PORRA. QUEM TA AÍ?– Dessa vez grito.
– É a polícia, nós queremos fazer algumas perguntas.
– Mostre o seu distintivo, aí deixo você entrar.
– Não posso fazer isso.
   Ouço o som de uma notificação no meu celular. É Brandy.
   OI, POSSO IR NA SUA CASA diz a mensagem.
  O STALKER TA AQUI!!! Respondo, ligo para o 911 ouço a voz robótica da atendente.
– ,Qual a sua emergência?
– Oi,  vocês pediram para uma patrulha vir até minha casa?
–Não senhora – Diz a voz.
   Bosta, o stalker tá aqui na minha casa, seguro o telefone firme em minhas mãos tremulas.
– O assassino tá na minha casa.
– Senhora onde você está? Qual é o seu indereço.
– Baker street 237. Por favor venham rápido.
   As batidas pararam, ele foi embora? Será que ele desistiu?
– Senhora, o que está acontecendo?
– As batidas pararam.– Falo. Olho aos arredores,todas as janelas estão trancadas. Vejo um tecido se mexendo, uma cortina, a janela está aberta e a brisa fresca invade a casa.
– Deus, não, por favor não.
– O que aconteceu?– pergunta a atendente.
Olho para os lados, não vejo ele.
– Ele entrou.
– Senhora mantenha a calma. A polícia está a 5 minutos de sua casa.
    É muito tempo, ele pode me matar em 5 minutos. Por algum momento tudo fica calmo,olho para todos os cantos da casa sem sair do lugar.
    Ouço o som de um carro se aproximando, o som de um motor familiar. O Camaro vermelho de Brandy.
– Holly, está tudo bem? Ouço os passos dela se aproximando de minha casa. Sinto como se estivesse sendo observada, sinto uma mão pesada em meu ombro e uma dor aguda em minha cintura,olho para o chão. Sangue. Meu sangue. Olho para trás e o vejo, ele usa um capuz e uma máscara velha e desgastada. Uma lágrima escorre pelas minhas bochechas. O homem mascarado torce a faca dentro de mim a dor é insuportável.  Brandy olha pela janela perto da porta, o som da sirene da polícia fica mais alta a cada segundo.
– Holly!– Grita Brandy. Minha visão fica embaçada. Um policial arromba a porta e atira no assassino. Caio no chão com a faca ainda presa na minha cintura. O policial se aproxima de mim e grita por uma maca, tudo fica escorou por um momento, quando abro os olhos Brandy está ao meu lado,luzes vermelhas e azuis piscam por todos os lados.
– Vai ficar tudo bem Holly.– Diz Brandy antes de eu apagar novamente.
    Abro os olhos e uma luz branca invade eles, vejo Brandy sentada no lado da cama do hospital e Jacob em pé andando de um lado para o outro.
– Holly. Ei, tá tudo bem, o pior já passou.– Diz Brandy com uma voz angelical,Jacob de aproxima de mim e sorri.
– Eu como você tá? Tá melhor?
– Sim.– Respondo.
– Brandy me ligou, disse que o assassino estava na sua casa, vim o mais rápido que eu pude.
– Ele tá morto?
– Holly, ele conseguiu fugir, o policial errou o tiro e ele correu. Correu para fora da sua casa.
Não é possível, como ele fugiu? Como o policial errou o tiro? Como?
– A polícia está fazendo buscas perto de sua casa. Eles ainda não o encontraram.
– Brandy.– Começo a soluçar– Ele... Ele tentou me... Me...
– Calma, tá tudo bem agora,a polícia vai achar ele.
– E se não achar?
– Eles vão.– Disse Jacob – É uma cidade pequena.
– Mas e se ele mora em outra cidade?
–Por que ele mataria aqui? Nessa cidade então, tipo ele sairia da sua cidade para vir até o fim do mundo pra matar pessoas?
– Talvez ele esteja matando aqui por que se ele matasse em sua cidade seria um alvo fácil.
     Olho para os lados. Quero fugir  do assunto.
– Onde está minha mãe?
– Em The Forest red. Ela ainda não sabe.
– Por que não?
–A polícia vai contar ok, só, tenta descansar um pouco. Foi um dia horrível.

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