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Regra n° 07 SE VocẼ NÃO QUER SER UM PRÍNCIPE, PENSE DUAS VEZES ANTES DE ATRAPALHAR A AVLA

JUNGKOOK

Eu não deveria ter usado as palavras “foder” e “implorar” para Lalisa. Tinha me arrependido pelo menos cinquenta vezes desde que concordei em fingir ser seu namorado, mas como poderia evitar, se ela
ficou me provocando?

Cinquenta e uma vezes! O número de vezes que eu me arrependi desde que acordei até a aula de química orgânica avançada. E sim, eu estava contando.

— Está tudo bem, senhor Jeon? — o professor Lawrence questionou, abaixando os óculos de ao redondo sobre seu nariz comprido.

— Tudo ótimo — respondi, me ajeitando sobre a cadeira e analisando o livro sobre a mesa, que estava aberto em um capítulo sobre espectroscopia.

Encarei as páginas amarelas do livro, mas tudo o que eu conseguia ver era a imagem de Lisa com as pernas bambas e a boca aberta depois que prometi que ela iria implorar por mim. Por que diabos falei aquilo? A garota ficou assustada a ponto de ir embora sem nem dar um “Tchau”.

Levei meu indicador até a testa, tentando não pensar que já era a quinquagésima terceira vez que batia o arrependimento, quando finalmente a aula acabou. Guardei o livro de qualquer jeito dentro da mochila e saí antes que o professor quisesse me dar um puxão de orelha por eu estar desatento.

Uma rápida olhada no meu horário fez um xingamento coreano escapar da minha boca.

A próxima aula seria justamente a de Atuação I, por isso segui pelos corredores da universidade atrás da maldita sala de ensaio.

O local em nada parecia com minha sala de química. Ali, não tinha cadeira, apenas um espaço vazio, repleto de uma iluminação marcante e uma parede com espelhos que iam do chão ao teto.

Vários alunos já estavam por ali, alguns olhando o próprio reflexo enquanto cantavam e outros fazendo alongamentos como se fossem correruma maratona ou algo do tipo. Era uma turma diversificada. Pessoas com cabelos coloridos, roupas chamativas e vozes empolgadas. E lá estava ela, os cabelos dourados como se os fios fossem feitos dos raios de sol, os olhos azuis cintilantes, tão límpidos quanto um céu de verão. Lisa podia
passar despercebida no meio de tantas pessoas diferentes. Mas não passaria despercebida para mim. Nunca para mim.

Ela prestava atenção em uma mulher mais velha, que supus ser a professora e, discretamente, me esgueirei pelo meio dos alunos, parando ao lado da minha futura falsa namorada.

— Oi.

Lisa tomou um susto e colocou a mão sobre o coração. O sorriso, dirigido para a professora, logo se fechou quando me viu.

Imperfeita e a Quimica (Liskook) LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora