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Regra n 06 FAÇA TUDO PARA QUE SUA MENTIRA TENHA PERNAS LONGAS E TORNEADAS

LISA

Jeon Jungkook parecia prestes a ter um ataque ou, quem sabe, a me atacar. Seus olhos se estreitaram como se ele fosse o próprio lince que estampava a camisa do time de hóquei, e as mãos fecharam sobre uma nota de vinte dólares, a ponto de quase rasgar a cédula.

— O que está fazendo aqui? — perguntou, no meio da porta, nem me dando espaço para entrar.

— Boa noite para você também — falei, enfiando as mãos no bolso da calça. — Será que eu posso entrar? Precisamos conversar.

O corpo de Jungkook continuou onde estava e eu olhei para trás para ver Kimberly nos espiando pela fresta da porta da Alpha Phi. Droga! Ela não podia suspeitar que eu tinha mentido. Se Jungkook realmente fosse meu
namorado teria aberto a porta e me dado um beijo e não permanecido parado quem nem uma estátua. Por isso, puxei sua mão, a que não esganava a foto do Andrew Jackson estampada na nota de vinte, e entrei na casa como se não fosse a primeira vez que entrava ali.

Os dedos longos de Jungkook permaneceram sobre os meus até ele processar o que estava acontecendo. E então, como se eu fosse um ser capaz de lançar veneno pelo toque, se afastou, dando dois passos para trás, a fúria
assumindo seu rosto bonito.

— Que porra é essa? — questionou, as sobrancelhas arqueadas se juntando em um vinco, e a voz saindo como um trovão. — Que diabos pensa que está fazendo?

Jungkook bravo era de tirar o fôlego. Ele era uns bons centímetros mais alto que eu, e tive que levantar a cabeça para encará-lo de frente, tentando não admirar seu corpo forte se contraindo, fazendo a camiseta preta se destacar sobre os músculos. Os cabelos caíam sobre os olhos castanhos escuros que, juntamente com o nariz levemente pontudo,
mostravam a dominância dos traços da origem coreana de seu pai.

— Eu... — gaguejei por um segundo, incapaz de pronunciar palavras. Ele se aproximou, encurtando a distância entre nós, e só então eu consegui recuperar minha voz. — Vim entregar sua regata.

Puxei a bolsa meio sem jeito, retirando o pedaço de pano e estirando-o na sua direção. Ele pegou a peça de supetão, quase a ponto de rasgar a roupa, e então inclinou a cabeça em direção à porta.

— Pode ir embora agora.

— Qual é, sua família não te deu educação? — Cruzei os braços inconformada com sua atitude rude, mas percebi que falei a coisa errada quando Jungkook largou a regata no chão, segurou meus ombros e me prensou
contra a parede.

Minhas costas se colaram na estrutura e me vi presa entre ela e o seu corpo. Sua fragrância aquática trouxe uma sensação de frescor mesmo que fizesse tempo que não visitasse uma praia. Em algum momento nossas respirações se misturaram e ele abaixou a cabeça, segurando meu queixo
com o polegar, fazendo com que fosse impossível não o encarar.

Imperfeita e a Quimica (Liskook) LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora