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Regra n° 32 MANTENHA CALMA E FORÇA NA PERUCA, QUER DIZER, NO CABELO

LISA

Um filme natalino passava na pequena televisão de tubo, escorada de forma nada segura na parede do camarim

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Um filme natalino passava na pequena televisão de tubo, escorada de forma nada segura na parede do camarim. Ainda faltavam alguns dias para o Natal, mas toda a programação televisiva focava em filmes cheios de casais bonitos, presentes e, para minha decepção, neve.

Odiava ter que ver um casal esquiando, de mãos dadas, sorrisos bobos no rosto. Aquele filme idiota me lembrava Jungkook, e eu não queria pensar nele. Sua falta de sinceridade comigo me magoou de um modo que eu não sabia que era possível. Ele tinha me usado, repetia a mim mesma a cada segundo. Então, por que seus olhos cheios de dor permaneciam na minha mente o tempo todo? Por que eu não conseguia simplesmente esquecê-lo e seguir em frente?

O reflexo no espelho mostrava que a peruca de fios marrons ficava horrível na minha cabeça, e abri um sorriso só de pensar como Jungkook iria zombar de mim.

— Eu estou horrível — falei, ajeitando a roupa azul da Bela em meu corpo. Sentindo o tecido pinicando em meus braços.

— Você está horrível por conta das olheiras, não da peruca. — Rosé comentou, ajeitando a alça da câmera fotográfica em seu pescoço. — Nada que um corretivo não ajude.

— Era para eu estar me sentindo uma princesa, não um trapo — resmunguei, verificando o relógio de aro dourado pendurado na parede marrom do camarim.

— Você está bela. E, sim, é uma piada boba. — Rosé tirou uma foto, e o flash faz eu soltar um muxoxo. — Jisoo e Jennie estão ansiosas para te ver em cima do palco. Sorte que eu tenho privilégios por fazer parte do jornal, então pude entrar para te fotografar.

— Você viu se Jungkook já chegou? — perguntei, sentindo meu coração acelerar só de pensar nele.

Rosé balançou a cabeça, indicando que não, e eu me remexi sobre a cadeira. Eu não sabia o que pensar. A última vez que tinha visto Jungkook foi quando brigamos. Depois, não tive mais notícias suas. Fiz questão de dizer
para Rosé, Jenn e Jisoo que não queria saber nada sobre ele. Mas ali estava eu, ansiando por sua chegada. Eu dizia a mim mesma que era por conta da maldita peça, mas algo dentro de mim parecia dizer que não era apenas aquilo.

Mais uma vez, aquele olhar carregado de culpa e dor veio à minha mente. Eu poderia tentar entender seu esforço em continuar a caminhada do irmão, mas a verdade é que eu não compreendia. Eu não tinha sofrido o
luto; Kenny era um grande amigo, mas não era meu irmão. Pensei em Jimin e como estaria destruída se não o tivesse ao meu lado.

— Será que fui injusta? — perguntei, olhando Rosé atrás de mim pelo espelho. — Se eu tivesse Jungkook na minha vida no último ano, talvez não tivesse tido medo de continuar com a patinação. Será que, estando ao lado dele, teria feito alguma diferença? Teria conseguido aliviar um pouco de sua dor?

Imperfeita e a Quimica (Liskook) LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora