And l'll be on the way in the middle of the night

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Chegando em frente ao apartamento de Felix, ligo para avisar que já estou aqui, e ele responde que está descendo. Alguns minutos depois, o vejo sair, dando tchau para o porteiro. Ele caminha em minha direção, e parece que cada vez que o vejo, sua beleza cresce. Ele abre a porta do carro, entra e se senta, colocando o cinto de segurança em silêncio. Sinto minhas mãos suarem de nervosismo. Céus, por que estou tão nervoso? É apenas o Felix. Dou partida no carro, focado na estrada.

— Vamos para o mesmo lugar de sempre? — Ele pergunta, sem tirar os olhos da janela. Claro, eu deveria imaginar que ele acharia que íamos para o motel 6.

— Não, a gente vai para a minha casa. — Respondo, mantendo os olhos na estrada. Sinto ele se virar para me encarar.

— Achei que sua casa fosse um lugar proibido pra mim. — Ele diz, voltando a olhar para a janela. Ele realmente acha que o que eu disse pelo telefone foi da boca pra fora?

— É proibido para qualquer um com quem eu só transe. Não sei se você acreditou no que eu disse no telefone, mas é sério, Llilix. Você deixou de ser só sexo faz tempo, eu é que não quis aceitar. Meu orgulho e medo sempre falaram mais alto, e eu recuava. Mas quando vi aquela foto sua no Twitter, percebi que, se não quebrasse meu orgulho, eu ia te perder. E eu não posso perder você, sem ao menos tentar. — Disse, ainda atento à estrada. Era madrugada e, embora eu só tivesse bebido meia lata de cerveja, precisava estar com os sentidos em alerta.

Ele ficou em silêncio. Não sei se está digerindo tudo o que eu disse ou se simplesmente não sente o mesmo. Sinto um frio na barriga. Chegamos à minha casa, estacionei o carro e entrei.

— Bom, essa é minha casa. Talvez esteja um pouco bagunçada, mas normalmente ela é mais organizada. — Digo, coçando a nuca, sem saber exatamente o que fazer ou dizer. — Quer beber alguma coisa? — Pergunto, indo em direção à cozinha. Ele me segue.

— Sua casa é bonita. E, sim, quero água, por favor. — Ele responde de maneira simples, mas logo baixa os olhos. — Chris... aquilo que você falou no carro é sério mesmo? — Ele pergunta, olhando para o chão. Paro à sua frente e lhe entrego o copo de água.

— Sim, tudo o que eu disse é verdade. Olha, Felix, no passado eu me machuquei muito. Tive um relacionamento difícil e, desde então, decidi não me envolver seriamente com ninguém. Construí uma muralha ao redor dos meus sentimentos, mas não esperava que alguém com um sorriso que ilumina até minha alma fosse capaz de derrubar essa muralha. Eu nunca fico com ninguém mais de duas vezes, mas já faz três meses que estou com você. Achei que era porque era cômodo, mas não... Eu estou com você porque eu gosto de você. E não quero mais ninguém. Eu quero você. — Digo, olhando diretamente nos olhos dele, enquanto ele toma a água. Quando ele termina, me entrega o copo, e eu o levo até a pia.

— Você me tem há muito tempo. — Ele diz de repente. Me viro bruscamente, achando que ouvi errado. Meu coração dispara.

— O quê? — Pergunto. Deus, eu imploro para não estar imaginando coisas.

— Você me tem desde o dia da estreia do filme do Seungmin, quando nos sentamos juntos na festa de lançamento, e você percebeu que eu estava desconfortável com os atores mais experientes. Você me fez rir a noite toda, puxando conversa, me distraindo. Você me tem desde a primeira vez que nos beijamos, naquela noite, no seu carro, enquanto me deixava em casa. Foi um dos melhores beijos da minha vida. Você me tem desde que começou a me chamar de Lilix, porque eu te chamava de Chris só pra te irritar. Você me tem há muito tempo. Eu só tive medo de expor o que sentia, porque desde o começo você sempre deixou claro que era só sexo. Mas a verdade é que você também me tem, Chris. — Ele disse, olhando fundo nos meus olhos.

Middle of the night • Chanlix Onde histórias criam vida. Descubra agora