Dallya
Eu estava acabada, fiz mais um teste mas não encontrei nada, tinha acabado de voltar do laboratório após mais um fracasso.
Suspiro e abro a porta da minha casa, assim que entro paro na hora. Tem algo errado.
Olho para todos os lados e encontro meu robozinho caído, ao me aproximar vejo que alguém o quebrou, viro ele para cima e em seu tronco se encontra um buraco. Estranho, para poder perfurar meu robô seria necessário o uso de mercúrio e outras substâncias.
Quando estava me levantando alguém me surpreende atacando por trás. Sou rápida o bastante para desviar.
- quem é você?
Pergunto dando passos para trás, chegando até a escrivaninha. Mais homens saem das sombras, 1, 2, 3...e 4.
Quatro contra uma. Começo a abrir a gaveta devagar, antes que eles venham para cima.- senhorita Dallya Galanis?
O homem que me atacou pergunta, estava quase terminando de abrir a gaveta quando respondo:
- sou Dallya Dallas. - eles me confundiram com outra Dallya aparentemente - quem são vocês?
O homem da dois passos afrente, e com a luz refletida atravéz da janela, consigo observá-lo melhor. Ele é alto, tem cabelos negros e olhos verdes, seu trage de couro marca todo seu corpo deixando à mostra seus músculos. Se fosse em uma situação diferente eu teria babado.
- somos os enviados para lhe levar até sua casa. - ele leva sua mão direita até o lugar onde fica seu coração e abaixa sua cabeça em uma reverência.
- eu estou em casa. - falo firme, mas no fundo estou começando a ficar preocupada.
- na casa em que você possui nesse mundo, mas não na sua casa de origem.
Em um pequeno movimento, agarro o objeto que estava dentro da gaveta na escrivaninha e aponto para eles.
- olha. - falo mirando a arma no meio da cabeça do estranho que me olha debochado - saiam da minha casa e não voltem mais, ou, saiam com uma bala na cabeça. De um jeito ou de outro vocês vão sair.
- e o que você pretende fazer com isso?
Essa pergunta partiu de um dos outros homens, o capuz me empediu de ver seu rosto.
Puxo o gatilho e atiro.
Ele não desvia e a bala atravessa seu crânio parando na parede fazendo um pequeno buraco.
Eles ficaram surpresos e o homem que se apresentou deu uma ordem silenciosa e os outros vem para cima de mim. Acabei usando bastante balas, matando mais um deles e machucando os outros mais ainda, mas eu sabia que isso não ia durar muito, eles eram rápidos demais, difíceis de matar, e logo um deles consegue me imobilizar.
Ele me lança em seu ombro esquerdo, os outros se aglomeram perto dele, sombras nos envolve, sinto meus estômago revirar me debato nos ombros do homem e com isso acabo tirando seu capuz. Franzo o cenho, é um tipo de anomalia essa orelha?
- senhor. Essa é Dallya Galanis.
Tento me virar para ver onde estou, mas é inútil, estou tão tonta que se não estivesse sendo segurada por esse homem teria caído.
- bom. Finalmente, iremos cumprir com o acordo.
- que acordo? - murmúrio Meio desnorteada mas eles ouvem, o homem me coloca de pé, em frente a outro homem. Ele estava sentado em um trono, começo a analisar, seus cabelos são negros, ele tem a pele morena, seu corpo é grande e forte, não possui muitos músculos mas ainda os tem. Desvio meu olhar e observo o lugar, estamos em um tipo de sala de trono, aqui é escuro mas consigo ver os pilares, as enormes portas atrás e as cortinas vermelhas. - você mandou eles me sequestrarem?
- parece que você é ignorante em relação ao acordo. - ele se levanta e vem até mim, quando está a passos de distância, noto que ele possui a mesma anomalia que o outro homem, ele tem orelhas pontudas. - venha.
Eu o sigo, mas acompanhada de outros três homens.
- sou Adrian, atual Grão-Senhor da Corte Noturna. - apresso o passo e ando ao seu lado - séculos atrás, a família Galanis era a mais poderosa de todos os continentes, não apenas de Prythian, mas de todo o nosso mundo. Ela tinha acordos e alianças com todos e isso os tornou muito poderosos, eles ergueram um Império, mesmo não sendo fisicamente. Minha família também é muito poderosa e sempre foi, meu antepassado foi um amigo muito próximo do seu, e isso gerou em uma promessa. - ele me olha de solaio - nós, seres imortais, não fazemos promessas, mas mesmo não tendo um acordo, a família Galanis cumpriu com a palavra. - eu realmente não estava gostando do rumo dessa conversa - a última descende da família foi prometida á meu filho.
Por um momento eu achei que ele ia dizer que fui prometida para ele, reprimi o suspiro.
- isso é muito... interessante, mas vocês pegaram a pessoa errada, eu sou uma Dallas, não Galanis.
- por serem muitos poderosos eles tinham muitos inimigos. - ele ignora totalmente minha fala - Então para proteger sua filha, eles acabaram a enviando para outro mundo, mas nos deixaram um feitiço para quando chegasse a hora de buscá-la. - ele pausa e se vira para mim - O feitiço nos levou até você.
- e com base nisso você me trouxe para esse lugar? E se você estiver errado e eu não for quem você pensa que sou? - desafio.
- eu tive visões com você e o Entalhador de Ossos confirmou sua identidade assim como o Suriel.
Eu não estava entendendo nada.
- o que você é? - aponto para sua orelha - não é apenas uma anomalia, não é?
- anomalia? - ele franze o cenho - somos féericos.
Féericos. Seres míticos com poderes. Mas eles são fictícios, não deveriam existir.
- e o que você quer de mim?
Pergunto tentando não demonstrar meu receio.
- você ficará aqui e treinará para ser a futura Grã-Senhora da Corte Noturna.
- por ... - engulo em seco - por quanto tempo?
Ele para de andar e se vira para mim.
- pelo reto de sua vida. Esse é seu lar agora.
Não. Não. Não... Eu não sou daqui, não posso ficar, mas eu também sei que isso explica tanta coisa, como a minha imortalidade.
Eu tenho 57 anos mas pareço ter 17, fiz vários testes no meu sangue e corpo mas não encontrei nada.
Eu sei que isso tudo é muito estranho, mas eu tenho certeza que ele não me deixará em paz se eu fugir.- faremos um acordo.
Ele arqueia uma sombrancelha.
- um acordo?
- sim. - digo com o máximo de confiança possível - isso é muita coisa para assimilar, até horas atrás eu era apenas uma cientista vivendo uma vida normal a medida possível, já agora sou herdeira de uma família caída e prometida a um alguém que não conheço, em um mundo totalmente diferente. - dou uma pausa - preciso de tempo.
- tempo?
- um século. Um século é tudo o que peço. Continuarei na mesma casa para que possam me encontrar novamente.
- e por que eu concordaria com isso?
- você pode não concordar e me manter aqui - dou de ombros - mas eu sempre vou fugir e tentar voltar para meu mundo - seu semblante é sério - e além disso, você não viverá para sempre. Assim que você parar de respirar, eu irei com toda a certeza embora desse mundo. - outra pausa - mas se me der um século. Prometo não tentar fugir e seguir com o que empunhar à mim. Desde que vocês façam o mesmo.
Levo segundo sustentando seu olhar penetrante.
- temos um acordo? - levanto minha mão direita.
- temos um acordo.
Ele aperta minha mão e em questão de minutos sombras me cercam.
Olho ao redor.
Estou em casa novamente.
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Corte de Decisões.
FanfictionUma Corte moderna, com tecnologia de ponta. Dallya foi prometida á séculos antes, mesmo vivendo em outro mundo, o acordo não pode ser quebrado. Com uma decisão Rysand, Grão-Senhor da Corte Noturna, resolve deixar tudo e todos para trás, com seu Cír...