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- ela está na prisão - diz Tamlin enquanto me conduz para as celas, com Lucien e Attila ao nosso encalço.

Tamlin para em frente a uma das celas e me encara.

- pode fazer o que quiser, ela é sua.

E então ele e Lucien se afastam nos deixando sozinhos com a prisioneira.

Morrigan

.

5 meses. 2 semanas e 1 hora.

É esse o tempo em que estou presa.

Geralmente era Az que fazia o reconhecimento de território, mas eu estava com um pressentimento ruim e então vim no seu lugar.

Não consegui ver nada, pois antes mesmo de eu consegui chegar em uma das aldeias da Corte Primaveril, soldados me interceptaram.

Quando acordei estava em uma sela. Não respondi uma pergunta se quer, mesmo sob tortura não respondi. Sabia que era questão de tempo até que Rhys e os outros viessem me buscar.
Então aguentei, no segundo mês de prisão eles pararam com a tortura, Tamlin não achou certo, o que me surpreendeu, afinal, ele não era o carcelheiro de Feyre? Eles vem me alimentando, mas continuam me mantendo presa.

Sempre me pergunto como andam as coisas. Como eles estão?

Será que foram presos também? Será que eles vieram? Estão melhor ou pior do que eu? Quando poderemos nos reencontrar?

Não me sinto sozinha assim desde que sai da Cidade Escavada, desde que fui deixada nua, com pregos em meu corpo pelo meu próprio pai na fronteira da Corte Outunal.

A humilhação e a dor pela que passei está sempre presente, principalmente agora que a escuridão é minha companhia. Agora entendo um pouco o que Az passou na infância.

Mas todos nós temos traumas.

Eris. Ele descobriu que eu preferia fêmeas, ele conversou comigo, disse que não contaria nada e que quando nos casassemos ele me ajudaria e protegeria.

Era verdade.

Eu sabia que era verdade mas me recusei a acreditar, eu agarrei com todas as forças os boatos ruins que circulavam sobre ele, eu ignorei o meu dom e me estraguei para ele.

Eu sabia que foi ele que chamou Rysand e os outros na fronteira. Também sabia que se ele tivesse me encostado, eu seria dele, responsabilidade dele. E ele também sabia, sabia que todo o meu esforço, que toda a minha dor e humilhação seria invão se ele me tocasse.

Depois que Rhys me ajudou, não tive coragem de contar a verdade, preferi fingir odiar Eris do que contar que ele me ajudou.

Sei que eles não me julgariam por eu gostar de fêmeas, mas a mentira já havia sido contada e o tempo a penas a reforçou, a tornando impossível de ser revelada.

Já estava na hora da refeição quando a parede de ferro se ergue. Aqui é estranho, não é como as prisões normais. Eu estou em uma sela com grades, mas em frente a grade tem uma enorme parede de ferro, ela é levantada e abaixada automaticamente, já vi os guarda usando um pequeno aparelho para controla-lo.

Me acostumo com a luz em meus olhos e quando os abro vejo uma botinha rosa de salto, ergo meu olhar para a fêmea a qual não pertence a esse lugar.

Ela exala poder, delicadeza e mais alguma coisa que não consego identificar. A fêmea veste roupas estranhas que nunca vi nenhuma humana ou feérica usar, nem mesmo em Velaris usamos algo tão...curto.

Após a analisar paro em seus olhos azuis cristais.

- Morrigan, não é? - diz ela inclinandona cabeça de lado. Eu sei que ela parece inofensiva, mas algo nela me faz encolher - prazer, sou a Grã-Senhora da Corte Noturna.

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⏰ Última atualização: Mar 17, 2024 ⏰

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