Racha

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A emoção venceu.

Claro que venceria, e também, Ágatha não podia continuar negando que estava louca para assistir a corrida e nem que ficou a semana toda ansiando por isso.

Se alguém chegasse nela alguns dias antes de Rami aparecer na sua vida e dissesse a ela que ela faria coisas inapropriadas, do tipo ir a uma corrida ilegal, ela com certeza ia rir e dizer que a pessoa estava maluca. Afinal, ela cresceu ouvindo de seus pais como se comportar e fugir de problemas, "ser uma garota rebelde" não combinava com ela. No entanto, a vida realmente era uma caixinha de surpresas e ela não esperava mesmo que a garota indiana fosse atravessar o seu caminho e mudar tanta coisa.

Fazê-la tomar decisões estúpidas que ela jamais tomaria antes de conhecê-la, conhecer pessoas que ela sequer imaginou conhecer algum dia e o pior, bem lá no fundo ela estava gostando de tudo aquilo, apesar de se sentir culpada.

Sabia que não deveria ir à corrida, sabia muito bem que deveria ficar em casa, estudando ou assistindo algum filme como de costume, mas no fim do dia, no fim daquele sábado agitado, lá estava ela terminando de se trocar enquanto olhava seu reflexo no espelho grande do guarda-roupa.

"Filha, sua amiga está aqui!" sua mãe gritou do andar de baixo e ela suspirou, dando uma última olhada em si, antes de pegar a bolsa em cima da cômoda e a jogar nos ombros.

Olhou em seu relógio de pulso e já se passavam das vinte e uma horas. A corrida estava marcada para às vinte e duas horas. Sabe-se lá que hora terminaria e pensava seriamente que sua mãe não cairia na desculpa da "pizza" novamente, já que estava meio tarde para sair de casa.

"Oh querida, aí está você." a progenitora disse com um sorriso doce nos lábios. "Rami disse que vão no aniversário de um colega da turma, você não me disse... se tivesse dito, tínhamos comprado um presente."

"Ah, não precisa mamãe..." Ágatha suspirou aliviada e olhou para Rami que sorriu de forma cúmplice. "Não somos assim tão próximas dele, a condição para participar da festa era ajudar com uma certa quantia e..."

"Está bem querida. Se divirtam e por favor, esteja em casa até a meia noite." disse seriamente a analisando. "E leva celular, mantenha ele ligado."

"Sim mamãe." concordou e se aproximou deixando um selinho rápido na testa da mais velha.

"Bom, temos que ir Ágatha, está ficando tarde, senão não vamos aproveitar nada da festa." Rami disse sorridente e se levantou do sofá onde estava sentada.

A preta assentiu e se despediu da mãe antes de saírem de casa. Acabaram por pegar um táxi como da última vez e o caminho todo foram em silêncio. A ansiedade e ao mesmo tempo o nervosismo era palpável dentro do automóvel. Ágatha respirava fundo olhando as ruas ficando para trás, enquanto Rami checava sua aparência pela milésima vez através da câmera frontal do celular.

Quando o homem estacionou, alguns quilômetros antes da entrada, Ágatha foi quem pagou daquela vez. As garotas desceram do carro e se despediram do motorista antes de se entreolharem e criar coragem para começar a caminhar a curta distância até o local.

Quando se aproximaram o suficiente da entrada, viram como da última vez, a grande quantidade de seguranças posicionados lado a lado guardando o local. Ágatha suspirou e olhou para Rami que assentiu a encorajando e deram os braços antes de chamarem a atenção de um dos seguranças.

O homem, era um poste. Muito alto e musculoso e tinha a expressão fechada em seu rosto quando pediu que elas se identificassem.

"Rami e Ágatha." a indiana disse um pouco receosa.

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