Milkshake

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O dia se encontrava ensolarado em Atlanta.

As nuvens estavam limpas e bem formadas no céu azul. A previsão do tempo para aquele dia em especial, não marcava chuva ainda que soubéssemos que as previsões não são inteiramente confiáveis.

De repente, a chuva poderia estar cortando o céu.

Mas não naquele momento, não enquanto nossas duas jovens bonitas e simpáticas adentravam à sorveteria. Era domingo à tarde, e Rami havia mandado mensagem convidando Ágatha para tomar sorvete e conversar.

A preta não achou ruim, afinal, precisava sair de casa e se distrair, pensar em alguma outra coisa que não fossem os lábios de Bruce.

Ah, os lábios de Bruce.

Ágatha mal havia conseguido dormir pensando na noite anterior. Especificamente, no beijo que Bruce Kandov lhe deu e em todas as sensações que veio junto com ele. Estava maluca, definitivamente maluca.

Bruce Kandov era totalmente o oposto do cara que ela idealizava para a vida dela, sempre foi. As coisas não poderiam estar mudando.

— hã...pode ser abacaxi com hortelã, dá pra acrescentar maracujá? — perguntou animadamente e a garçonete assentiu com um sorriso contido.

— e você ? — a garçonete perguntou para Ágatha que ainda se encontrava perdida em pensamentos.

— ei !! — Rami balançou a mão  frente ao rosto de Ágatha a despertando para a realidade. — o quê você vai pedir?

— Ah, me desculpa... ! — ela negou rapidamente sem graça. — Hã...pode ser um milkshake também de 300, de frutas vermelhas por favor.

— Certo, eu já trago!

A garota assentiu e olhou para a Indiana que já a encarava com certa curiosidade.

— Certo, vamos falar do que aconteceu ontem? — Rami perguntou com um sorrisinho de lado.

— Não aconteceu nada, ontem. — Ágatha mentiu desviando o olhar enquanto batucava os dedos na mesa.

— Está mentindo. — disse analisando a amiga. — você não me olhou quando disse, e está batucando os dedos na mesa freneticamente. — sorriu vitoriosa. — O que houve, Ágatha?

— N-nada...

— Ágatha...

— Bruce e eu nos beijamos.

— O quê? — Rami arregalou os olhos brilhantes. — Eu sabia!!! E aí? Só isso? Como foi?

— Claro que foi só isso, Rami! — disse ainda envergonhada. — Ainda achei que foi muito.

— E como foi? Você gostou? Foi de língua, ou selinho? — disparou nas perguntas.

— Foi...de língua... — desviou o olhar, sem jeito.

— Safada... — Rami riu e segurou as mãos de Ágatha as sacudindo. — Vai me conta, você gostou? Ele beija bem?

— Ele b-

Ágatha respondeu que sim, que havia sido o melhor beijo que ela já havia dado, mas o barulho do sino indicando que novos clientes haviam chegado, a interrompeu. E bom seria se fossem quaisquer clientes, mas não, curiosamente não eram.

Bruce e Zain acabavam de chegar no local e Ágatha quase não acreditava no que seus olhos estavam vendo. A vida não poderia ser ridiculamente tão clichê, poderia?

Assim que os olhos azuis de Bruce encontraram os de Ágatha, ele sorriu sem mostrar os dentes e a garota sentiu o coração falhar por alguns míseros segundos. O garoto ao seu lado, Zain, também pareceu ter notado as garotas ali e acenou começando a caminhar em sua direção.

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